A ocorrência de mais um escândalo envolvendo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), no Amazonas, com a desarticulação na manhã de ontem de uma quadrilha que agia dentro do órgão fraudando a concessão de benefícios por invalidez e auxílio-doença, o deputado Marcos Rotta (PMDB) propôs a formação de uma comissão especial de deputados da Assembléia Legislativa e da bancada federal para ir até o Ministério da Previdência Social, com a finalidade de denunciar desmandos, descasos e a morosidade do órgão no Estado.
Segundo Rotta, o INSS virou referência de facilidades, de falcatruas e de desvio de recursos e isso entristece, sobretudo, porque a Assembléia Legislativa tem acompanhado as dificuldades do cidadão em conseguir um benefício e uma aposentadoria.
Ele lembrou que no ano passado a ALE fez uma audiência pública com mais de 500 pessoas, envolvendo crianças portadoras de HIV, mutilados, pessoas em cadeiras de rodas, deficientes visuais que há muitos anos aguardam um posicionamento do INSS. “Daí a importância de nós sairmos em defesa dessas pessoas, que não têm quem as defenda”, assinalou.
Marcos Rotta avaliou que o INSS usa de dois pesos e duas medidas. Primeiro, a dificuldade de acesso do cidadão, do trabalhador, do aposentado que contribuiu com o país e tem uma extrema dificuldade em conseguir sua aposentadoria. Depois, vemos as facilidades na promoção de escândalos e desvios de recursos públicos, contou, ressaltando que a Assembléia não pode ficar distante dessa situação.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã de ontem, em Manaus, a operação com o objetivo de desarticular uma quadrilha que agia dentro do instituto, fraudando a concessão de benefícios por invalidez e auxílio-doença. A quadrilha é suspeita de ter causado aos cofres públicos um prejuízo de pelo menos R$ 1,2 milhão, valor que pode chegar a R$ 14 milhões no período de um ano. “Valores que deveriam ser utilizados em defesa daquelas pessoas que contribuíram com o órgão e aqueles que necessitam do auxílio do INSS”, destacou Rotta.
Intitulada “Hígia”, a operação contou com 110 policiais federais e técnicos do INSS para cumprir dez mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. Entre os presos, segundo informe da Polícia Federal, estão um médico perito, dois servidores, quatro médicos particulares e três agenciadores. A operação é resultado de um trabalho conjunto da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério da Previdência Social.
O esquema envolvia fraudes em benefícios previdenciários de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, em Manaus. Segundo a PF, o esquema consistia no uso de atestados falsos, exames maquiados ou fraudados, laudos e perícias inidôneas e agendamentos e direcionamentos criminosos de perícias por parte dos servidores envolvidos para o médico integrante da quadrilha.
A ação foi batizada de “Operação Hígia” em referência à deusa da saúde na mitologia grega. Segundo a PF, daí deriva-se a palavra higidez (ou estado de saúde), deturpada nas fraudes registradas.
Parlamentar peemedebista quer ir ao Ministério da Previdência denunciar
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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