O resultado advém de importações de US$ 1,88 bilhão contra exportações de US$ 730,30 milhões, de janeiro a maio. As vendas externas tiveram pequeno recuo (0,35%) e as compras evoluíram 46,38% na comparação com os números relativos ao mesmo período de 2009, quando o déficit da balança foi de US$ 555,90 milhões. Excluindo-se as fibras de algodão, o saldo negativo nos primeiros cinco meses de 2010 foi ainda maior, atingindo US$ 1,29 bilhão, contra US$ 821,70 milhões no exercício anterior (aumento de 57,5%).
Somente em maio, o déficit total foi de US$ 237,70 milhões e de US$ 242,30 milhões se excluídas as fibras de algodão. Isto significa evolução, respectivamente, de 98,4% e 55,8% em relação ao mesmo mês de 2009. No mês, as exportações foram de US$ 136,20 milhões (mais 6,53% ante o ano passado) e as importações, US$ 374 milhões (mais 51,01%).
Com relação ao volume, verificou-se, no acumulado de janeiro a maio de 2010, importações de 478,3 mil toneladas, 67,43% a mais do que em 2009, e exportações de 238,5 mil toneladas, com uma queda de 25,46%. A diferença de volume totalizou 239,8 mil toneladas. Em maio, especificamente, o déficit em termos de volume foi de 66,1 mil toneladas, resultante do ingresso de 99,60 mil toneladas e embarques de 33,5 mil toneladas.
Aguinaldo Diniz Filho, presidente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), alerta que os números “evidenciam a crescente perda de competitividade da produção brasileira, provocada pelo impacto dos juros e impostos elevados, muito acima da média internacional, e pela valorização excessiva do real em relação ao dólar”. Tais desvantagens tornam-se evidentes na análise da origem dos produtos têxteis e do vestuário que ingressam no País. Os dez maiores fornecedores têm menores juros, crédito mais acessível e mais incentivo à exportação, incluindo câmbio favorável, na comparação com o Brasil. Também pagam menos impostos, com exceção de Estados Unidos e Alemanha, que apresentam carga tributária similar à brasileira. De janeiro a maio de 2010, os dez principais exportadores para o País foram a China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Taiwan, Coreia do Sul, Bangladesh, Alemanha e Tailândia.
O líder empresarial também enfatiza o grande crescimento das importações provenientes de Bangladesh. O mesmo ocorreu com Camboja. Isso mostra a importância da exclusão, na Medida Provisória 492, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional, de artigo que autorizava o governo brasileiro a conceder preferências tarifárias aos chamados PMDR’s (Países de Menor Desenvolvimento Econômico Relativo).
Déficit da Balança Comercial do setor têxtil duplicou em 2010
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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