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Produção industrial do Amazonas avança mais em setembro

Produção industrial do Amazonas avança  mais em setembro

A produção industrial do Amazonas cresceu com mais força em setembro, ao registrar variação anual positiva de dois dígitos e figurar no pódio brasileiro do setor. Apesar do fôlego renovado, a manufatura amazonense ainda não conseguiu repor as perdas do ano acumuladas pela crise da covid-19, que se situam em escala semelhante. É o que mostram os dados da pesquisa mensal para o setor, divulgada pelo IBGE, nesta terça (10).

Depois de avançar 4,5% no levantamento anterior, a atividade industrial amazonense aumentou a marcha, e registrou incremento de 5,8%, na passagem de agosto para setembro de 2020. A indústria do Amazonas também fechou novamente no azul na comparação com o mesmo mês de 2019 (+14,2%), sendo que a performance foi muito superior à apresentada na pesquisa anterior (+0,3%). Os acumulados do ano (-10,6%) e dos últimos 12 meses (-5,7%), por sua vez, seguem devendo.

O crescimento da manufatura do Amazonas superou com boa margem a média nacional (+2,6%) na variação mensal de setembro e levou o Estado a decolar do quinto para o segundo lugar, entre as 14 unidades federativas pesquisas mensalmente pelo IBGE. Só ficou atrás do Paraná (+7,7%), mas superou São Paulo (+5,5%). Na outra ponta, Mato Grosso (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Pará (-2,8%) pontuaram os piores resultados neste tipo de comparação.

A expansão sobre setembro de 2019 também fez a indústria local escalar ranking mensal do IBGE, da quinta para a primeira posição e bem acima da revigorada média brasileira (+6%). O Estado foi secundado por Ceará (+8,5%) e Pará (+8,1%). Em sentido inverso, os piores desempenhos vieram de Espírito Santo (-11%), Mato Grosso (-6,2%) e Bahia (-1,9%), sendo os únicos números negativos da lista.

Apesar da retração apresentada no acumulado de janeiro a agosto, o Amazonas se segurou na 12ª colocação, mas superou a média brasileira (-16%). O Estado só ficou à frente do Espírito Santo (-18%) e do Ceará (-11,9%). Em contrapartida, os melhores desempenhos vieram de Goiás (+2,5%), Rio de Janeiro (+2,2%) e Pernambuco (+1,8%), sendo que estes foram os únicos a fecharem no azul no acumulado dos oito meses iniciais do ano.  

Informática e bebidas

Na comparação de setembro com o mesmo mês do ano passado, a produção das indústrias extrativas voltou a despencar dois dígitos (-16,8%), enquanto a indústria de transformação (+15,9%) foi na direção oposta. Apenas dois dos nove segmentos da indústria de transformação investigados pelo IBGE no Amazonas fecharam no vermelho: impressão e reprodução de gravações (DVDs e discos, com -53,7%) e de derivados de petróleo e biocombustíveis (gás natural, com -3,5%).

Em sentido inverso, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (celulares e computadores, com +30,4%), bebidas (+21,3%), máquinas, equipamentos e aparelhos elétricos (conversores, alarmes, condutores e baterias, com +15,9%), produtos de metal (lâminas, aparelhos de barbear e estruturas de ferro, com +14,4%), máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários, com +13,2%), “outros equipamentos de transporte” (motocicletas, com +11,3%) e produtos de borracha e material plástico (+1,6%).

No acumulado de janeiro a setembro, o quadro é menos encorajador. As únicas atividades da indústria de transformação que alcançaram incremento foram a de impressão e reprodução de gravações (+11%), de máquinas e equipamentos (+2,2%) e produtos de metal (+0,5%). Do outro lado, as principais influências negativas vieram das divisões industriais de derivados de petróleo e biocombustíveis (gás natural, com -23,3%), “outros equipamentos de transportes” (-18,2%) e bebidas (-11,4%) e produtos de borracha e material plástico (-9,9%). 

Reta final

Em sua análise para a reportagem do Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que os principais segmentos da indústria amazonense estão respondendo “muito bem”, com raras exceções, sendo um fator que dá esperanças ao setor de poder chegar á reta final do ano com crescimento, “mesmo que pequeno”.

“O resultado de setembro fez com que as perdas do período pandêmico fossem superadas. Isso ocorreu depois de cinco meses seguidos de crescimento da atividade. No momento, a única coisa que preocupa é o desempenho de 2020, que ainda está negativo. No entanto, os últimos meses do ano costumam ser positivos por conta das vendas de fim de ano. Assim, esperamos que outubro, novembro e dezembro ajudem a indústria do Amazonas a fechar o ano positivamente”, ponderou.

“Perspectivas otimistas”

Para o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antônio Silva, os números do IBGE retratam o desempenho de uma indústria “respondendo positivamente” ao desafio de recuperação frente às perdas registradas no pico da pandemia. O dirigente destaca que os subsetores mais tradicionais do PIM contribuíram para a retomada e se apresentam como os mais promissores na reta final de 2020, mas pondera que a despeito do otimismo, os desdobramentos da pandemia ainda se mostram como a variável preponderante para a continuidade do crescimento. 

“O crescimento é uma realidade, pelo menos é o que as pesquisas comprovam. Os setores do PIM em que acreditamos deram suporte para esse resultado. Sem dúvida, foram os polos eletroeletrônico, de informática, químico e, provavelmente, de duas rodas. Este último, apesar da falta de componentes, que reduziu um pouco a produção. As perspectivas para 2021 são otimistas. Esperamos que, com a provável aprovação de vacinas contra o novo coronavirus, tenhamos maiores chances de crescer consideravelmente a produção, cuja demanda será um resultado do crescimento do emprego”, afiançou.

O presidente da Fieam atribui o decréscimo no segmento de combustíveis à redução de mobilidade provocada pela pandemia e pela contração da atividade econômica. Com relação ao segmento de mídia digital, Antonio Silva avalia que esta pode se dever, em parte à situação da atividade econômica durante os picos da pandemia, que afetou as empresas do segmento de comunicação digital. “Porém, tenho certeza de que, com o crescimento da indústria de um modo geral, esses outros segmentos serão alavancados a um desempenho maior nas suas atividades”, finalizou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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