Polo de duas rodas do PIM (Polo Industrial de Manaus) registra crescimento de 0,4% na produção de motocicletas em agosto e ultrapassa 98 mil unidades. A boa produtividade superou o mês de julho (97.920), mas teve desempenho comprometido devido nas medidas de restrições e combate a covid-19 nas montadoras. Medida visa conter a saúde dos colaboradores nas linhas de produção. média diária de vendas foi 23,4% maior do que a registrada em julho. Os dados foram divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
Em relação ao mesmo período do ano passado, quando as fábricas registraram um volume de 114.738 unidades, o setor teve uma retração 14,3%. No acumulado de janeiro a agosto foram fabricadas 588.495 motocicletas, o que representa uma retração de 20,9% na comparação com o mesmo período do ano passado (743.556 unidades).
“Desde a retomada gradual das atividades industriais em maio, a produção de motocicletas vem mostrando uma curva ascendente e consistente. O volume até poderia ser maior, mas as fábricas ainda operam com restrições, pois a prioridade é preservar a saúde dos colaboradores, atendendo aos protocolos sanitários de segurança”, destacou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
De acordo com o executivo, o setor ainda precisa lidar com o resquícios deixados pela pandemia, p que gerou um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. “Ainda estamos atendendo às entregas atrasadas dos consórcios, por exemplo, que respondem por cerca de 25% das vendas de motocicletas no Brasil”, disse.
Vendas no atacado
De acordo com a Abraciclo, em agosto as fábricas as fábricas venderam para as concessionárias) 96.415 motocicletas. O volume é 5,4% superior na comparação com julho deste ano quando foi registrado a produção de 91.454 unidades. Em relação a agosto do ano passado, quando foram vendidas 104.649 motocicletas, houve uma queda 7,9%.
No acumulado do ano, as vendas no atacado somaram 564.988 unidades, significando uma queda de 21,6% na comparação com o mesmo período de 2019 (720.782 motocicletas).
Para o economista Wallace Meirelles, nesse momento de retomada é fundamental que o polo de duas rodas faça pesquisa e conheça o nível e o grupo de consumo das pessoas. “As fábricas precisam compreender o mercado no momento. As pesquisa é importante para identificar as potencialidades do mercado e a capacidade conforme os grupos sociais. Quais dificuldade logísticas e custos industriais causado pela pandemia. O restabelecimento é um processo normal”, explica.
Desempenho por categoria
Conforme a Abraciclo, as categorias Off-Road e Scooter foram as que registraram maior crescimento em termos de variação percentual. As motocicletas Off-Road registraram alta de 113,9%, passando de 287 unidades vendidas no atacado em julho para 614 unidades em agosto. As Scooters somaram 7.727 unidades repassadas das fábricas para as concessionárias, o que representou aumento de 65,7% em relação ao mês anterior (4.664 unidades).
Em números, a Street se manteve como a categoria mais comercializada no atacado, com 50.662 unidades em agosto, correspondendo a um aumento de 0,5% na comparação com o mês anterior (50.393 motocicletas) e de 7,2% em relação ao mesmo mês do ano passado (47.255 unidades).
A Street também lidera o ranking das vendas no acumulado do ano, com 295.284 unidades e 52,3% de participação no mercado. Em segundo lugar, está a Trail com 103.247 unidades e 18,3% de participação, seguida pela Motoneta com 86.586 unidades e 15,3% de participação.
Emplacamento
Segundo os dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram licenciadas 95.961 motocicletas em agosto. Os números representam uma alta de 12,7% em relação a julho (85.148 unidades). Comparado a agosto de 2019 (88.625 motocicletas), a alta foi de 8,3%.
A média diária de vendas em agosto, que teve 21 dias úteis, foi de 4.570 unidades, indicando um crescimento de 23,4% em relação a julho do presente ano (3.702 unidades/dia e 23 dias úteis). Na comparação com agosto de 2019 (4.028 motocicletas/dia e 22 dias úteis) a elevação foi de 13,4%.
Segundo Fermanian, a contínua oferta de crédito oferecida pelos principais agentes financeiros e o menor custo de manutenção da motocicleta na comparação com os automóveis,contribuíram para alavancar as vendas.
“Esses números comprovam o protagonismo da motocicleta no atual cenário, sendo uma alternativa segura de locomoção, além de fonte de renda para muitas pessoas que perderam o emprego ou tiveram seus ganhos reduzidos”, explica Fermanian.
Regiões
Responsável por 37% do mercado, a região sudeste continuou liderando o ranking de emplacamentos em agosto. Foram 34.215 unidades emplacadas. O Nordeste ficou em segundo lugar (31.705 motocicletas e 33% de participação), seguida pela Norte (11.577 unidades e 12,1% de participação), Centro-Oeste (9.430 unidades e 9,8% de participação) e Sul (9.034 e 9,4% de participação).
São Paulo foi o estado que registrou o maior número de emplacamentos em agosto: no total foram licenciadas 19.362 motocicletas. Em segundo lugar ficou Minas Gerais, com 7.469 emplacamentos, seguido por Bahia, com 6.223, Ceará, com 6.175 e Pernambuco, com 5.885 unidades.
No acumulado do ano as vendas no varejo somaram 531.250 unidades. A quantidade mostra uma retração de 25% em relação ao mesmo período do ano passado (708.707 unidades).
Exportações
Em agosto foram exportadas 5.167 motocicletas. Um aumento de 16,6% em relação a julho (4.432 unidades) e uma alta de 44,9% em relação ao mesmo mês de 2019 (3.566 unidades).
Conforme os dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, o maior volume de motocicletas foi destinado a Argentina (1.260 unidades e 31,3% do total exportado). Na sequência vieram Colômbia (1.020 unidades e 25,4%) e Estados Unidos (608 unidades e 15,1%).
No acumulado do ano as exportações somaram 20.031 motocicletas. Um recuo de 25,1% na comparação com o mesmo período de 2019 (26.746 unidades). A Argentina foi o principal destino com 6.429 unidades e 34,8% do volume total exportado. A Colômbia ficou em segundo (3.992 unidades e 21,6%), seguida pelos Estados Unidos (2.759 unidades e 15%).