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Mercado impulsiona produção de motos em Manaus em julho

Mercado impulsiona produção de motos em Manaus

Polo de duas rodas em Manaus registra produção de 97 mil motocicletas em julho, e vive momentos de alívio após o impacto da pandemia da Covid-19. Crescimento quinzenal das vendas no varejo iniciadas no fim de maio têm impulsionado produtividade das montadoras. Volume produzido, corresponde a uma alta de 25,3% em relação a junho (78.130 unidades). O balanço foi divulgado pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

Em relação a produção de julho do ano passado, o setor registrou a fabricação de 91.713 unidades, um crescimento de 6,8%. Segundo o diretor executivo da Abraciclo José Eduardo Gonçalves, os números representam um alívio diante da situação enfrentada até o momento, com os impactos da pandemia da covid-19, pois mostram uma curva ascendente de produção, com recuperação gradativa dos volumes nas fábricas. Para o diretor, devido ao comportamento do mercado o índice de crescimento será reavaliado.

“Uma coisa é certa, essa projeção de crescimento de 6,8% da produção em 2020 na comparação com 2019 certamente será revista”, disse.

De janeiro a julho foram fabricadas 490.137 motocicletas, o resultado mostra  uma redução de 22,1%  em relação ao mesmo período de 2019 (628.818 unidades). Gonçalves ressaltou, que apesar da expectativa positiva na produção e nas vendas no varejo, o setor ainda enfrenta um desequilíbrio entre oferta e demanda em relação a determinados modelos de motocicletas.

“Isso ocorre porque as fábricas tiveram quase dois meses de paralisações em função das medidas adotadas para a prevenção ao contágio e, a partir daí, passaram a realizar ajustes necessários para a adequação da produção”, destacou.

Na visão da economista Denise Kassama, o polo de motocicleta já vinha mostrando perspectiva de crescimento mesmo no período de pandemia. Com o aumento do número de desempregados, muitas pessoas optaram por trabalhos de serviços nos segmentos de entrega, uma das áreas que mais cresceu dentro do setor de serviços.  “Tivemos os serviços de motoboys como utilização de mão de obra no período da pandemia. Então é natural que esse crescimento acabe impactando na área da indústria. Acredito que a partir dos indicadores de agosto, vamos saber se os segmentos do Polo Industrial de Manaus vão acompanhar esse crescimento ou não. Porque agora que as fábricas vão começar a focar em função do Natal. Se a gente observar um crescimento na geração de empregos já é um indicador que  as atividades do PIM estão  retomando sua força devagar e puxando a economia da região amazônica”, destacou.

Vendas no atacado

De acordo com a ABraciclo, as vendas no varejo das fábricas para  as concessionárias, tiveram um crescimento de 20% em julho. Foram comercializadas 76.189 unidades em julh. Em relação ao mesmo período do ano passado o crescimento foi de 4,8%.  

De janeiro a julho, as vendas somaram 468.573 motocicletas, uma queda de 23,9% na comparação com o mesmo período de 2019 (616.133 unidades).

Desempenho por categoria

A categoria Sport foi a categoria registrou um crescimento de 42,5% em relação a junho. Foram vendidas 664 unidades em julho contra 466 unidades de junho. Em relação a julho do ano passado (329 unidades), houve uma alta de 101,8%.

Já a Street se manteve como a categoria mais comercializada no atacado, com 50.393 unidades em julho, aumento de 22,4% na comparação com o mês anterior (41.177 unidades) e de 12% em relação a julho do ano passado (45.009 unidades).

No acumulado, categoria manteve-se líder no Brasil, com 244.622 unidades e 52,2% de participação no total. Na sequência vieram a Trail com 85.910 unidades e 18,3% de participação e a Motoneta, com 70.913 unidades e 15,1% de participação.

Emplacamentos

Segundo levantamento do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram licenciadas 85.148 motocicletas. Um crescimento de 85,7% em relação junho (45.855 unidades). E uma queda de 5,4% comparado com julho de 2019 (90.048 unidades).

Com 23 dias úteis nas vendas de julho, houve um crescimento de 61,4% em relação ao mês anterior. Foram comercializadas 3.702  motocicletas contra  2.293 unidades de junho. Em relação a julho de 2019 (3.915 unidades/dia), que também teve 23 dias úteis, houve um recuo de 5,4%.

“Ao avaliar o desempenho do mercado pela média diária de vendas de cada quinzena de março a julho, verifica-se um crescimento constante e, portanto, consistente, desde o final de maio até os dias atuais. Esta evolução decorre da retomada dos níveis de produção das fábricas e, simultaneamente, da flexibilização e expansão das atividades comerciais nas cidades brasileiras”, explica o presidente da Abraciclo Marcos Fermanian.

A região Sudeste liderou o ranking de emplacamentos em julho. Foram licenciadas 31.309 motocicletas, o que representa 36,8% do mercado. Na sequência vieram Nordeste (21.059 unidades e 31,8% de participação), Norte (11.257 unidades e 13,2% de participação), Sul (7.931 unidades e 9,3% de participação) e Centro-Oeste (7.592 unidades e 8,9% de participação).

No acumulado do ano as vendas no varejo somaram 435.289 unidades, correspondendo a uma retração de 29,8% em relação ao mesmo período do ano passado (620.082 motocicletas).

Exportações

Em julho foram exportadas 4.432 motocicletas,  um aumento de 50,5% em relação a junho (2.945 unidades) e uma alta de 59% na comparação com o mesmo mês do ano passado (2.788 unidades). De acordo com os dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os volumes de embarques totais de cada mês, o principal destino das motocicletas fabricadas no Polo de Manaus foi a Colômbia (1.228 unidades e 31,7% do volume total exportado). Na sequência vieram Argentina (884 unidades e 22,8%) e Estados Unidos (700 e 18,1%).

No acumulado do ano até julho as exportações somaram 14.864 unidades, o que significou um recuo de 35,9% na comparação com o mesmo período de 2019 (23.180 unidades). A Argentina liderou o ranking no período, com 5.169 motocicletas e 35,8% do volume total exportado. Em segundo lugar ficou a Colômbia (2.972 unidades e 20,6%), seguida pelos Estados Unidos (2.151 unidades e 14,9%).

Antonio Parente

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