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Alta dos imóveis em Manaus no topo do país

O preço médio do metro quadrado dos imóveis de Manaus desacelerou na virada do ano, mas a alta registrada foi a segunda mais elevada do país. O reajuste foi de 1,43%, elevando o valor de R$ 5.047 para R$ 5.176. Em dezembro, a expansão havia sido de 2,65%. As informações estão no Índice FipeZap, estudo mensal que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras. Na média nacional, o indicador registrou a quarta subida, no mês passado (+0,35%) – pouco abaixo dos +0,46% de novembro. 

Em contraste, a capital amazonense subiu da segunda para a primeira posição, no acumulado dos últimos 12 meses, e teve os preços de seus imóveis corrigidos em 11%, na média. Na sequência, vieram Brasília (+9,52%), Maceió (+9,48%), Curitiba (+9,32%), Vitória (+7,78%), Florianópolis (+7,35%) e Campo Grande (+5,12%). São Paulo e Rio de Janeiro encerram o ano com incrementos médios de 3,91% e de 1,88%, nos preços de seus imóveis. Em síntese, todas as capitais brasileiras registraram aumentos de janeiro a dezembro de 2020, com exceção de Recife (-0,28%).

O bairro Adrianópolis (R$ 6.186), na zona Centro-Sul da cidade, subiu da segunda para a primeira posição e passou a contar com o metro quadrado mais caro de Manaus, em janeiro. O bairro Ponta Negra (R$ 6.123), na zona Oeste, ficou em segundo lugar e foi o único a registrar alta mensal. Foi seguido por São Jorge (R$ 5.570), na zona Oeste, e Nossa Senhora das Graças (R$ 5.421), na zona Centro-Sul. A Praça 14, na zona Sul, que chegou a encabeçar o ranking no último trimestre, não apareceu na listagem de janeiro. 

Na outra ponta, Lago Azul (R$ 2.901), Tarumã (R$ 2.934), Japiim (R$ 2.958), Tarumã Acú (R$ 3.300) e São José Operário (3.626) – nas zonas Norte, Oeste, Sul, Oeste e Leste, respectivamente – contabilizaram os menores valores imobiliários, todos abaixo da média da cidade (R$ 5.176). Na variação mensal, Tarumã e Japiim experimentaram valorização, em detrimento de Lago Azul. Tarumã Açu e São José Operário, por outro lado, tomaram o lugar de Cidade Nova e Santa Etelvina – ambos na zona Norte – no rodapé do ranking imobiliário manauense de janeiro. 

Dados fornecidos pela pesquisa da FipeZap indicam que o Amazonas contava com 670 mil domicílios cadastrados em 2018, sendo que 115 mil deles eram apartamentos – ou 17,16% do total – construídos em uma área territorial total de 11.401 metros quadrados. O PIB per capta era estimado em R$ 33.564 no mesmo ano, para uma população residente estimada em 2,183 milhões. A renda média domiciliar per capta, no entanto, era de apenas R$ 1.078. 

Abaixo da média

Na média nacional, o Índice FipeZap pontuou variação positiva de 0,35%, entre dezembro e janeiro, superando o comportamento esperado para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) esperado para o período (+0,30%), pelos analistas consultados semanalmente na pesquisa Focus, do BC (Banco Central). 

Apesar dos elevações mensais contínuas nos preços imobiliários da capital amazonense, seu valor médio de metro quadrado (R$ 5.176) segue aquém da média nacional (R$ 7.524), por uma diferença de 31,21%. Pela base de dados do FipeZap, Manaus ainda tem preço médio próximo ao de cidades paulistas como Guarulhos (R$ 5.041), Diadema (R$ 5.062) e São Bernardo do Campo (R$ 5.080), ou mesmo do Espírito Santo – Vila Velha (R$ 5.041). 

A capital amazonense está em 13º lugar entre as 16 capitais listadas pelo indicador FipeZap, ficando à frente apenas de João Pessoa (R$ 4.544), Goiânia (R$ 4.531) e Campo Grande (R$ 4.306), e logo atrás de Maceió (R$ 5.389) e Salvador (R$ 5.252). O Rio de Janeiro, por outro lado, voltou a encabeçar o ranking, com o metro quadrado mais caro (R$ 9.470), sendo seguido por São Paulo (R$ 9.366) e Brasília (R$ 8.099). 

Oferta e procura

Em princípio, o presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, descarta a influência da escalada dos preços dos materiais de construção na precificação do metro quadrado pela sondagem da FipeZap, já que os produtos analisados seriam imóveis consolidados e já prontos. O dirigente avalia que a elevação ocorre por uma simples dinâmica de oferta e procura, com a flutuação de estoques, mediante o reaquecimento da demanda. 

O presidente do Sinduscon-AM reforça ainda que o preço do metro quadrado de Manaus segue “em patamar muito abaixo” do registrado pela média brasileira e atribui esse diferencial ao mix de lançamentos locais e os correspondentes insumos empregados pelas construtoras amazonenses.

“O produto imobiliário mais ofertado por aqui é o econômico. Imóveis de padrão médio e alto estão sendo pouco produzidos e, além disso, há um estoque no mercado de médio para baixo e não o contrário”, justificou. 

Estoques e insumos

Em depoimento anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), Henrique Medina, também apontou que os valores imobiliários locais ainda estão abaixo de outras regiões e considera que Manaus poderia até atuar com preços mais altos, especialmente diante do atual momento de aquecimento e valorização imobiliária.

O dirigente atribuiu as elevações seguidas nos preços de Manaus a um movimento de reequilíbrio de mercado, após as empresas queimaram o estoque de lançamentos antigos com valores aquém do necessário para a manutenção das contas. A renovação dos estoques e a inflação dos insumos, teriam mudado o cenário para uma tendência de alta. “Os preços devem permanecer assim, caso não ocorram novas altas nos materiais”, encerrou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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