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Zona Centro-Sul de Manaus, considerada a região mais nobre da cidade

Considerada a região mais nobre e organizada da capital, a zona Centro-Sul de Manaus ocupa uma área de 3.556,97 hectares, dividida em sete bairros, que juntos abrigam 180. 577 habitantes, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A região também é considerada a mais verticalizada da cidade, com os seus imponentes condomínios residenciais e comerciais, além de abrigar um forte comércio em todos os setores de atuação, os principais parques da cidade –Mindu, Bilhares, Cidade da Criança e do Idoso -, hospitais públicos, shopping centers, instituições bancárias, de pesquisa e de ensino superior, e alguns dos principais eixos-viários da cidade: as avenidas Djalma Batista, Constantino Nery,  André Araújo e Governador José Lindoso (avenida das Torres).

A região também é considerada a mais verticalizada da cidade – Foto: Divulgação

A presença de OSCs (Organizações da Sociedade Civil) e associações culturais, também são verificadas na área -algumas das quais são referência no setor em que atuam –assim como espaços públicos, utilizados tanto para atividades esportivas, culturais, quanto econômicas movimentando a geração de renda e consumo do lugar.

Particularidades 

Entretanto, ao contrário de outras zonas geográficas de Manaus, a zona Centro-Sul, tem uma peculiaridade urbanística que se destaca entre as demais: o marco limítrofe entre os bairros e a notoriedade de espaços habitacionais, que se sobrepõem ao bairro em que estão inseridos.

Exemplos é o que não faltam. No bairro de Nossa Senhora das Graças –o mais antigo dos sete que integram a zona Centro-Sul -, é comum classificar o conjunto Vieiralves como bairro. Confusão semelhante também ocorre em Flores, onde o conjunto Parque das Laranjeiras, para alguns, é bairro. 

No Aleixo, alguns moradores reclamam da dificuldade em identificar trechos do bairro na área fronteiriça entre a parte que é Adrianópolis e Parque 10 de Novembro. E por falar em Parque 10 de Novembro, a comunidade União, para alguns é bairro.

Porém, conforme a lei municipal nº 1.401, de 14 de janeiro de 2010 –até o momento, a última legislação municipal, que dispõe sobre a criação e divisão dos bairros de Manaus, estabelecendo limites e reconhecendo outros sete bairros da cidade –não cita a União como bairro.  

Relevância

Dos imóveis históricos de Manaus tombados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), apenas dois não se encontram na área central da cidade: o cemitério São João Batista e o reservatório do Mocó, ambos localizados no bairro Nossa Senhora das Graças, localizados lado a lado. 

Não muito distante dos dois patrimônios tombados, está o Parque Amazonense, que em idos tempos deu lugar a um hipódromo –durante o período áureo da borracha –e posteriormente, se transformou em estádio de futebol. Dos áureos tempos só restam os portões de ferro e o busto de um cavalo na fachada, que remete às antigas corridas de turfe. 

Em Adrianópolis, apesar do crescimento do bairro, ainda é possível encontrar algumas poucas propriedades, com as características dos imóveis da época em que o bairro surgiu: chácaras. Há imóveis que apesar das intervenções necessárias, ainda mantêm traços da arquitetura original.

Movimentação

Os bairros de São Geraldo e Chapada tem em comum, além da localização geográfica, o fato de serem atravessados por dois dos principais eixos viários da cidade, as avenidas Constantino Nery e Djalma Batista, por onde circulam diariamente uma média de 20 mil veículos –nas duas vias -considerando todos os horários. 

Em operação há pouco mais de um ano, a implantação do complexo viário Ministro Roberto Campos, na avenida Constantino Nery, reduziu boa parte dos semáforos da via, além de interligar a rua João Valério, no sentido Leste-Oeste, com a avenida São Jorge. Uma passagem subterrânea leva o tráfego de veículos, tanto no sentido bairro São Jorge quanto para a avenida Constantino Nery, sentido Centro. Outra passagem sob a Constantino Nery interliga a avenida São Jorge e a rua Pará, pela rua Arthur Bernardes. Uma via paralela também permite que o motorista que trafega pela avenida São Jorge possa converter à direita, de forma livre, para acessar a avenida Constantino Nery.

Integração

O campo de terra batida do conjunto Yael, localizado no bairro de Flores, abriga há dez anos o projeto social “Unidos em Cristo”, atendendo um grupo de cem jovens boleiros, entre meninos e meninas, com idade de 9 a 17 anos. Com alguns títulos conquistados, o projeto de integração social pelo futebol, é desenvolvido pelo ex-jogador profissional Alisson Braga, que salienta que mais que retirar crianças e adolescentes do meio das drogas, também tem por objetivo evitar o isolamento, causado pelo uso excessivo de celulares e redes sociais. 

O campo de terra batida do conjunto Yael, localizado no bairro de Flores, abriga há dez anos o projeto social “Unidos em Cristo” – Foto: Divulgação

“Quando criança participei de um projeto semelhante, e isto me inspirou a desenvolver um projeto assim. O Unidos em Cristo teve os seus idealizadores, e eu sou a quarta pessoa a tocá-lo para frente”, informa. 

Para participar, o interessado precisa apresentar boas notas na escola, ter um bom comportamento em casa, além de pagar uma taxa mensal de R$ 10, que auxilia nas ações sociais do grupo. A última delas ocorreu no Dia das Crianças. Os treinos ocorrem às segundas e quartas-feiras, sempre a partir das 19h. 

O grupo já participa de disputas profissionais como o “Peladinho”, Campeonato Amazonense de Futebol de 7, Campeonato Amazonense de Campo, Iranduba Cup, Rio Preto Cup, IberLeague, entre outros. 

Bansai!*

Na discreta rua Teresina, em Adrianópolis, uma placa chama a atenção de quem passa pelo nº 95”: “Aprenda Japonês”. O endereço é o da Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental, a Nippaku, que principalmente aos sábados, seja manhã ou tarde é tomada por crianças e adolescentes, em sua maioria, fãs de anime e mangá, entre outros elementos da cultura japonesa. Fundada em maio de 1980, a entidade representativa da comunidade japonesa de Manaus, promove atividades e eventos culturais, esportivos e educacionais, no âmbito da Amazônia Ocidental. Em 2020, a programação realizada anualmente foi suspensa por conta da pandemia do novo coronavírus. Em 2021, parte das atividades presenciais foram retomadas, atendendo os protocolos sanitários contra a Covid-19.   

De acordo com o presidente da Nippaku, Ken Nishikido, o idioma pode ser aprendido por qualquer pessoa que tenha interesse em aprender a língua nipônica num ambiente cultural japonês. Levantamento feito pela associação com dados relativos a 2019 para 2021, dá conta de que mais de 80% dos alunos da associação não são descendentes de japoneses. “Mesmo considerando pessoas da quinta geração como descendentes, estes não chegam a 20% do total de alunos matriculados. Ou seja, o curso é sustentado praticamente pelos brasileiros simpatizantes e não descendentes. Isto muito nos orgulha pelo prestígio e credibilidade que nos confiam”, celebra. 

A popularização de animes e mangás, segundo Ken, também contribuem para a busca do aprendizado do idioma japonês. “Dos que se matriculam mais de 80% são estudantes do ensino fundamental, médio e superior, e grande parte destes são atraídos pelos mangás e cultura J-POP. Porém, há aqueles que também são atraídos pela cultura tradicional japonesa, tais como arte marcial, taiko, karaokê, entre outros”, observa.

Informações sobre o curso de japonês podem ser obtidas pelo telefone 3234-7185, pelo e-mail [email protected], ou ainda pelo @nippakuam (Instagram). 

*Viva em japonês.

Referência 

Localizado em um terreno de 1.200 metros quadrados, na avenida Constantino Nery, Chapada, a FHemoam (Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas), é um dos hemocentros de referência da região Norte, atendendo inclusive pacientes de Estados vizinhos, que buscam atendimento no Amazonas. Além da parte clínica, a instituição também atua na área de ensino e pesquisa, por meio de convênio com universidades estaduais e federais, oferecendo o Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Hematologia. 

Com a crescente demanda de serviços, e por meio de emendas parlamentares estaduais e federais, a instituição iniciou em 2014, a construção de um hospital, que deverá aumentar em até seis vezes a capacidade de atendimento do Hemoam. A unidade conta atualmente com 26 leitos para internação, atendendo uma média de mais de 900 pacientes por ano. O novo hospital contará com 157 leitos, central de imagens, UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) adulto e infantil, central de transplante de medula. O novo hospital irá fazer com que os 900 atendimentos anuais realizados pelo hemocentro, saltem para até 5 mil atendimentos por ano. 

Ainda na zona Centro-Sul, também está localizado uma das maiores unidades de urgência e emergência do Amazonas, o HPS (Hospital e Pronto-Socorro) 28 de Agosto, no bairro Adrianópolis; o CER II (Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual), voltado à recuperação de pacientes pós-Covid-19, no Nossa Senhora das Graças; além de Caps (Centros de Atenção Psicossocial); e UBSs (Unidades Básicas de Saúde), além de um laboratório municipal de citopatologia.

Foto/Destaque: Divulgação
Reportagem de Síntia Maciel

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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