A zona Centro-Oeste de Manaus é a menor zona da cidade em tamanho e em quantidade de habitantes, mesmo com essas características, os moradores da região relatam precariedade nos serviços de educação, saúde, transporte e segurança.
Quando se fala em policiamento, facilmente conseguimos identificar a presença de várias delegacias na zona Centro-Oeste de Manaus. A zona conta com 2 Distritos Integrados de Polícia (DIP) e 2 Companhias Interativas Comunitárias (CICOM), que ficam localizadas nos bairros Alvorada e Redenção.
Na zona também podemos encontrar a base da Ronda Ostensiva Candido Mariano (ROCAM), Polícia Federal do Estado do Amazonas, Delegacia Geral do Estado, além de 8 Delegacias Especializadas em diversos tipos de crimes para atender toda a população manauara.
Para a comerciante Cléria Batista, de 46 anos, a segurança na zona precisa de melhorias, principalmente para quem trabalha diariamente no local. Segundo ela, as pessoas que possuem comércios na região são assaltadas com frequência e por não haver um policiamento adequado, precisam contratar seguranças particulares para preservar os funcionários e clientes.
“Constantemente tem assaltos nessa rua e geralmente são a mão armada. As pessoas não estão seguras e sempre saem de casa com medo de serem roubadas. É necessário que haja um patrulhamento mais frequente, de forma que diminua a quantidade de crimes que acontecem por aqui.”
Para outros moradores do bairro, o aumento na criminalidade acontece em grande parte por conta do desemprego, que aumentou ainda mais com a pandemia e a crise econômica.
Terezinha de Jesus, de 61 anos, conta que trabalha há mais de 20 anos na feira do bairro Alvorada e para ela, as vendas caíram drasticamente por conta da pandemia, que deixou muitas pessoas desempregadas e sem dinheiro.
“O desemprego afetou em tudo por aqui. Por conta da falta de dinheiro, os assaltos são mais frequentes tanto na rua quanto dentro dos ônibus. Tenho esperança que a situação melhore nos próximos meses.”
Para os usuários do transporte público, a situação atual também é desagradável. Para eles, a quantidade de linhas que atendem o bairro, é suficiente e servem bem os moradores dos 5 bairros da zona centro-oeste.
Entre as inúmeras linhas que atendem a população, estão os ônibus do transporte público, em sua maioria sucateados e com problemas na estrutura, o que de certa forma acaba deixando o usuário insatisfeito.
Para eles os problemas nos veículos afetam diretamente no trajeto ao destino final, que frequentemente apresentam falha e deixam a população sem alternativas ou sendo necessária a procura por serviços de corridas por aplicativo.
Já para os que dependem da saúde pública na Zona Centro-Oeste, a situação é um pouco melhor. A zona conta hoje com 1 Centro de Especialidades Odontológicas, 4 Unidades Básicas de Saúde, 2 CAIC’s e 1 SPA, que fica localizado no bairro Alvorada.
Os moradores que fazem a utilização do serviço com frequência costumam relatar que sempre que precisam de um pronto socorro, possuem apenas o SPA do Alvorada, que é o único da zona para atender toda a população. Para eles, se houvessem outros Serviços de Pronto Atendimento, não haveria tanta demora e a qualidade no atendimento seria melhor.
Hoje, a Zona Centro-Oeste de Manaus possui na rede pública municipal 18 escolas, 16 Centros Municipais de Educação Infantil, 1 Pré Escola e 1 Escola Comunitária. Já na Rede Estadual de Ensino, a zona conta com 20 escolas.
Por conta da pandemia, as aulas presenciais ficaram prejudicadas e em grande parte do tempo, totalmente suspensas. Pais de alunos e estudantes da rede pública da zona centro-oeste, reclamam com frequência que os bairros deveriam ter mais incentivo a educação básica e até mesmo a cursos técnicos e profissionalizantes.
SAÚDE
Para aqueles que dependem da saúde pública na zona Centro-Oeste de Manaus, a situação não é das melhores. A falta de opções para quem necessita usar o serviço é a principal dificuldade.
Para o morador do bairro Alvorada, Amadeu Fernandes, de 77 anos, os serviços voltados para a área da saúde pública poderiam ser melhores. Segundo ele, os moradores do bairro possuem apenas uma opção, que por conta da pandemia, sempre está lotado.
“Posso dizer que hoje a saúde pública está na UTI. Aqui no bairro só temos uma opção, que é o SPA do bairro Alvorada. Já aconteceu de chegar lá, estar lotado e com muita demora no atendimento, mas por ser o mais perto de casa, tivemos que ficar lá.” Relata.
Quando se fala de saúde pública, as opiniões se repetem, principalmente em relação à demora no atendimento e superlotação nas unidades de saúde. Para os moradores da zona centro-oeste, a situação está complicada em toda a cidade por conta da pandemia, mas se houvessem mais opções, com certeza haveria mais facilidade em conseguir atendimento médico.
TRANSPORTE
Atualmente diversas linhas de ônibus atendem a zona Centro-Oeste de Manaus. Para os moradores dos bairros, a quantidade de linhas é suficiente e atendem a demanda do bairro. Mas quando se fala em tempo de espera e qualidade dos veículos, não há quem não reclame.
Maikon Medina, de 25 anos, é morador da zona centro-oeste há 1 ano e relata que todos os dias depende do transporte público para ir trabalhar. Para ele, os veículos estão quase em uma situação de abandono e precisam de manutenções constantes.
“Eu costumo esperar diariamente de 30 a 40 minutos todos os dias na parada de ônibus. Aqui no bairro nós precisamos de mais suporte tanto nos veículos quanto nas paradas.” Finaliza.
Para outros moradores da zona Centro-Oeste a situação é semelhante, as reclamações sobre o transporte público estão sempre relacionadas a falta de manutenção nos coletivos e nas paradas de ônibus, que muitas das vezes não possuem nenhum tipo de cobertura.
SEGURANÇA
Segurança é sempre uma das principais preocupações para todos que precisam sair de casa. Por conta da criminalidade, a cada dia que passa os moradores da zona Centro-Oeste de Manaus se sentem mais inseguros.
Para o comerciante Vinícius César, de 50 anos, o grande número de assaltos que acontecem todos os dias na zona é apenas um reflexo da falta de policiamento constante nos bairros da região. Segundo ele, a lanchonete que possui no bairro Alvorada foi assaltada há poucos meses, e a falta de segurança prejudica diretamente o comércio local.
“Poderiam ter mais viaturas nas ruas, principalmente durante o período da noite. Os crimes aumentaram bastante com a pandemia, seria necessário reforçar o patrulhamento para combater isso.”
Para os moradores da zona, um dos bairros que possui maior número de assaltos é o bairro Alvorada, que por conta da grande quantidade de comércios que existem no local, acaba sendo um atrativo para os assaltantes.
EDUCAÇÃO
A educação é um dos serviços públicos mais essenciais para viver em sociedade. Para os moradores da zona centro-oeste de Manaus, a qualidade do ensino na zona está surpreendendo, mesmo que em períodos de pandemia.
Euzimar Fernandes, de 43 anos, relata que boa parte das crianças e jovens da família estudam em escolas da rede pública e felizmente, podem ser comparadas com o ensino da rede particular. Para ela, é necessário apenas um acompanhamento maior da escola, para que o aluno consiga ter um rendimento ainda melhor.
“Tenho dois sobrinhos que estudam em escola pública e eu posso dizer que somente a escola não basta, os pais precisam ficar sempre monitorando e acompanhando de perto.”
Assim como para Euzimar, para outros moradores a educação pública pode melhorar em vários aspectos, principalmente quando tudo voltar a sua normalidade.
Foto/Destaque: Divulgação Reportagem Laíssa Carvalho e Rita Ferreira