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ZFM

Começa hoje as articulações para a votação e aprovação da PEC que prorroga por mais 50 anos o modelo Zona Franca de Manaus. A ministra de articulação política, Ideli Salvatti convocou os três líderes do governo para a reunião prévia, na quinta-feira (23), para discutirem as prioridades do governo em 2014. O Líder do governo no Senado, Eduardo Braga defende a estratégia de desmembrar a votação da lei de Informática que pegou carona na PEC (proposta de emenda à Constituição) 506/10, que prorroga os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus até 2073.
A reunião de hoje tem por objetivo definir as prioridades do governo em 2014, porque na próxima segunda-feira (3), acontecerá a sessão solene que abre os trabalhos do Legislativo, quando tradicionalmente é apresentada a mensagem presidencial ao parlamento. Então os líderes do governo: no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM); na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT-CE) precisam estar a par das prioridades do governo ao estabelecer as linhas gerais para o exercício de 2014.
Segundo a assessoria de imprensa da presidência da República, em ano eleitoral, que terá um calendário especial, definido para o Legislativo, não serão discutidas questões eleitorais, mas os temas que o governo tem mais necessidade de aprovação, já no primeiro semestre, porque no segundo semestre serão realizadas as eleições.
A prorrogação do modelo ZFM (Zona Franca de Manaus) será votada até abril, defende o senador Eduardo Braga, com base na disposição da presidente Dilma Rousseff em cumprir sua promessa de palanque nas eleições passadas. “Essa matéria é iniciativa da presidente. Eu tenho muita esperança de que até o mês de abril, nós possamos ter votado a PEC da prorrogação. Há disposição e o compromisso do governo nesse sentido”, salientou.
Braga fez questão de frisar que esta será uma negociação muito intensa, em fevereiro e em março para garantir essa votação. E o principal ponto de vista que precisa ser enunciado é o desmembramento da lei de Informática por serem questões distintas. “Mas que a garantia maior que se tem é da presidente Dilma ajudar nesse esforço agora em fevereiro e março”. Mas, o senador pretende buscar reforço e negociar com a bancada de São Paulo e com o governo que já garante a mobilização para priorizar a votação da PEC até abril deste ano.
De acordo com o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, o papel da autarquia é fornecer todas as informações necessárias e somar a esse esforço em conquistar a prorrogação dos benefícios da ZFM. “Obviamente se o senador Eduardo Braga, com as informações que tem, sendo líder do governo, tem uma avaliação muito mais apurada sobre o Congresso Nacional e quando voltarem de recesso, nós estaremos prontos para apoiar a votação até abril, como disse o senador”, declarou.
Na opinião do presidente do Cieam, Wilson Périco essa é uma decisão política e a defesa já foi consolidada. “Nós já subsidiamos o governo, congresso e nossa bancada com informações e fatos que sustentem essa prorrogação. E esse é um compromisso político”, frisou.
O deputado Federal, Francisco Praciano (PT-AM) ressaltou que a ZFM gera empregos para o Amazonas e para toda a região Norte. “A Zona Franca é o centro dinâmico da economia do Norte. O impacto positivo da Zona Franca é grande e se espraia por toda a região”, afirmou.
De acordo com o texto atual da Constituição, os benefícios da Zona Franca, criada em 1967, terminam em 2023. A prorrogação até 2073 foi sugerida pelo governo e aprovada na comissão especial que analisou o tema. Ainda são necessários dois turnos de votação em Plenário.
Os benefícios fiscais previstos no texto incidem sobre os principais impostos e contribuições federais para os produtos fabricados na ZFM. São eles: isenção total do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); redução de até 88% do Imposto de Importação sobre insumos da indústria; diminuição de 75% do Imposto de Renda; e isenção do PIS/Pasep e da Cofins nas operações internas da área.
Lei de Informática
Em outubro de 2013, o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e acabou anunciando que seria melhor não votar a proposta naquele momento, por causa da inclusão da Lei de Informática.
Conforme Chinaglia, não houve divergências sobre a prorrogação da ZFM. O adiamento ocorreu porque o governo não apoiava o aumento do prazo de benefícios da Lei de Informática (lei 8.248/91), previsto -de última hora -em emenda à PEC. Na ocasião, o relator da PEC na comissão especial, deputado Átila Lins (PSD-AM), aceitou o adiamento. “Concordamos com o adiamento para que se chegue a um texto enxuto para viabilizar a votação”, afirmou.
Parlamentares de Estados como São Paulo e Rio de Janeiro querem prorrogar os benefícios relativos aos impostos do setor de informática aplicados a seus Estados. De acordo com o líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), os Estados do Sudeste serão os mais prejudicados se não forem prorrogados os benefícios concedidos pela Lei da Informática. “Não votar a prorrogação da Lei da Informática vai prejudicar os outros Estados porque a de Manaus está garantida”, disse. “É preciso encontrar uma solução que dê um pouco de equilíbrio”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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