11 de dezembro de 2024

Wilker defende gestão para Manaus

A Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas) deu prosseguimento, nesta segunda (1º), às sabatinas com os pré-candidatos à Prefeitura de Manaus. Intitulada “Manaus em Foco”, e veiculada pelo podcast “Caminhos do Comércio”, a série teve sua segunda edição focada, desta vez, no economista e deputado estadual, Wilker Barreto (Mobiliza). Na conversa com os empresários, o político defendeu que o desenvolvimento da cidade depende de saneamento nas contas públicas, desburocratização e uso extensivo de parcerias público privadas.

O entrevistado iniciou carreira política em 2008, quando foi eleito vereador pelo PHS (Partido Humanista da Solidariedade). Foi reeleito em 2012, tornando-se líder do prefeito e, mais tarde, presidente da Câmara Municipal de Manaus. Foi reconduzido a CMM, em 2016, mas trocou de casa legislativa dois anos depois, ao ser eleito para deputado estadual. Em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, Barreto preside a Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca de Manaus; é vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da BR-319, e é líder da Minoria na Aleam.

O político está no páreo com pelo outros nove pré-candidatos, todos a serem sabatinados pela Fecomercio-AM. A lista incluiu o atual prefeito, David Almeida (Avante); o presidente da Aleam, Roberto Cidade (União Brasil); o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL); o também deputado federal Amom Mandel (Cidadania); a empresária Maria do Carmo Seffair (Novo); o engenheiro e ex-deputado estadual, Eron Bezerra (PCdoB); a advogada Natália Demes (PSOL); o professor Gilberto Vasconcelos (PSTU); e o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) – que foi o primeiro entrevistado. As edições especiais do podcast serão postadas diariamente nas redes sociais da entidade, até o próximo dia 9. 

“É uma honra muito grande e uma satisfação muito expressiva, receber o pré-candidato Wilker Barreto, para que a gente possa estabelecer uma conversa sobre os projetos e ideias que possam ter um elo de ligação com o comércio. Ele não vai conversar apenas com os empresários do setor, mas também estará linkado com a sociedade em geral, por meio das redes sociais, e vai receber perguntas da população. É muito importante essa interação”, asseverou o presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, na abertura do programa. 

Contas saneadas

Barreto iniciou sua apresentando-se como a opção mais voltada para os “aspectos econômicos” da gestão de Manaus. “Vejo muitos pré-canditados falando que administrar é fácil, como se o dinheiro fosse brotar na conta da prefeitura em um passe de mágica. Não é. Nosso maior desafio, principalmente no primeiro ano, será colocar equilíbrio nas contas da prefeitura. De uma cidade que tem o quinto maior PIB entre as capitais e, ao mesmo tempo, que é a quinta cidade mais pobre do país”, anunciou.

O parlamentar argumenta que o saneamento das contas é uma pré-condição para colocar investimentos e projetos em prática, como a revitalização e organização do Centro. “A prefeitura deve estar com uma estimativa de R$ 10 bilhões de receita para o próximo ano. O Centro vai precisar de um pacote que passa por incentivo para desoneração de Alvará, IPTU e ISS; melhoria na capacidade de segurança; e reorganização dos camelôs, que já são devidamente cadastrados. Temos que botar ordem na casa”, frisou, acrescentando que a iniciativa vai ao encontro de reativar a economia e combater a miséria com geração de emprego e renda.

O político diz que o município precisa de pelo menos 1.000 novos guardas municipais. “Vou fazer isso encontrando o dinheiro. Vamos enxugar 5% da folha, sem demitir ninguém. É só cortar as gorduras, que encontro R$ 200 milhões. A manutenção da cidade custa hoje R$ 3,60 bilhões, mas vamos economizar 20%, o que nos dá R$ 720 milhões. Com isso, tenho quase R$ 1 bilhão, dos quais metade irá para amortizar dívidas, e o restante, para problemas estruturais. E iremos usar recursos parados no CMDU [Conselho de Desenvolvimento Urbano]”, contabilizou, lembrando que a principal receita da prefeitura não são os tributos, mas as transferências oriundas da ZFM.

Turismo e cassinos

Indagado sobre suas propostas para incentivar a permanência de turistas estrangeiros por mais tempo em Manaus, e quais incentivos a cidade poderia oferecer para atrair mais visitantes, o pré-candidato disse que a capital precisa de aparelhos turísticos, incentivos e linhas de crédito. “É triste dizer, mas não temos nenhum parque temático, mesmo estando no coração da Amazônia. Manaus tem áreas públicas que podem ser cedidas a parcerias público privadas por 30 anos. Temos o exemplo do Beach Park, que é um vetor turístico para Fortaleza”, apontou. 

Ele concorda que a eventual abertura de cassinos, que está sendo discutida atualmente no Congresso, pode constituir um vetor de desenvolvimento para a cidade, desde que regulamentada. “De nossa parte, quem quiser investir, será bem-vindo. Acredito muito em parcerias público privadas. Estamos Com um cassino aqui, as companhias aéreas abrirão naturalmente voos para Manaus. Estamos um pouco longe dos centros de nosso país, mas ficamos a cinco horas da América do Norte”, destacou.

Transporte e burocracia

Sobre transporte público, Barreto defende uso de tecnologia, maior participação do município e mais transparência. “É inadmissível a população não ter o controle na palma de sua mão, como tem nos aplicativos. É inaceitável também que o Sinetram domine o sistema, e não o poder concedente. Uma das coisas que vamos fazer é rever o marco regulatório do transporte, incluindo contratos, tempo de demora de uma rota para outra, etc. Vamos trazer para uma administração compartilhada. Temos de diminuir o tempo de intervalo, impor sanções e ter monitoramento em tempo real”, garantiu.

Questionado sobre o que a prefeitura pode fazer para desburocratizar os trâmites das empresas de comércio e serviços, contribuindo para mais contratações, Barreto disse que vai reunir órgãos reguladores, como Implurb e Semma para orientar na abertura de caminhos ao empresariado e trabalhar com licenciamento integrado para evitar a necessidade de peregrinação entre órgãos. “É necessário reformular o plano diretor. Vamos regulamentar também a lei federal para a construção civil, permitindo a volta dos empreendimentos a 500 metros da margem. E vamos abrir as linhas de crédito do Banco Empreendedor. Precisamos de uma cidade que volte a empreender”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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