A primeira experiência no planeta em manejo do maior peixe de água doce do mundo o pirarucu está na RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) de Mamirauá (Tefé), no Amazonas, que é dono da maior bacia hidrográfica e de estoque pesqueiro. Ela completa 10 anos e contabiliza uma injeção de R$ 30 milhões na economia local. Desse montante, R$ 10 milhões ficam com os profissionais pescadores.
Esse protótipo apresenta falhas que precisam ser corrigidas. E a principal delas divide a opinião dos próprios técnicos, pesquisadores, especialistas e ambientalistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) – setor de recursos pesqueiros -, SDS (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável) e Sepror (Secretaria de Estado da Produção Rural) que é o método de contagem por amostragem que oficializa o tanto de pirarucus ali existentes para estabelecer a quota de captura.
O presidente da Cdiapa (Comissão de Desenvolvimento do Interior, Agropecuária, Pesca e Abastecimento da Assembléia Legislativa do Estado Amazonas), deputado Walzenir Falcão (PTB), que preside também, a Fepesca-AM/RR (Federação dos Pescadores dos Estados do Amazonas e Roraima) denunciou durante a 3° Semana da Pesca a venda mascarada do pirarucu manejado.
Essa espécie vendida de forma manejada é paga pelos pescadores por um preço e sua venda mascarada consiste em exibir o produto fresco com selo do Ibama. Quando o consumidor pede para que ele corte daquela manta com certificação ambiental o vendedor diz que “essa é só para atender às exigências do Ibama. O que vendemos é desse” e entrega o pirarucu natural capturado ilegalmente.
Tudo isso veio à tona durante a realização da 3ª Semana da Pesca do Amazonas que iniciou no dia 19 e encerra com a 60ª Procissão de São Pedro, Santo Padroeiro dos Pescadores, comemorado dia 29 de junho.
O líder dos pescadores profissionais quer, com o evento, aprimorar o processo de manejo do pirarucu e estender a experiência também ao jacaré. A manutenção dos estoques de acordo com Falcão, colocou o tamanho do jaraqui e bodó em discussão entre as 59 Colônias de Pescadores. Elas sugerem à comunidade científica que ambas as espécies tenham captura liberada por tamanho. A polêmica prevalece também sobre a pesca profissional artesanal do tucunaré. Sobra denúncias de todos os lados.
Walzenir quer aprimorar manejo do pirarucu
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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