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‘Vou apoiar a candidatura que vai vencer a eleição’, diz David Almeida

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), diz que a cidade chega aos 352 anos de fundação com vários presentes. Está mais inclusiva, moderna, gera mais empregos e renda, apesar das duas ondas da pandemia que se abateu sobre a capital do Amazonas.

Segundo ele, a cidade vai melhorar a mobilidade urbana com a construção de cinco passagens de nível e cinco viadutos. O prefeito avalia que a cidade avançou muito nos serviços em praticamente todas as áreas da rede municipal, mesmo com R$ 2 bilhões a menos no orçamento em relação à administração passada.

Perto de completar um ano de mandato, Almeida vislumbra boas perspectivas para Manaus no próximo ano, agregando novas oportunidades de negócios e mais benefícios à população manauara.

“Enfrentei a pior fase da crise sanitária mundial.  Depois, veio a enchente. Mesmo assim, administramos bem o orçamento, permitindo auxiliar a população nos momentos mais difíceis”, ressalta o prefeito.

David Almeida afirma que o orçamento da prefeitura deve saltar de R$ 5.6 bilhões para R$ 7,3 bilhões, o que dá para “prospectar” melhores ações em 2022. Ele diz, ainda, que paga uma dívida de R$ 500 milhões deixada pelo seu antecessor.

“Encontrei uma prefeitura cheia de problemas, cheia de dívidas, mas mesmo assim conseguimos planejar, reorganizar tudo, e dar continuidade a medidas que possibilitaram a manutenção dos serviços e também auxiliaram as pessoas na fase mais aguda da pandemia”, acrescenta.

Para o prefeito, é possível conciliar o desenvolvimento com a sustentabilidade, explorando os recursos naturais, desde que haja responsabilidade e cumprimento das regras ambientais. Aos que insistem em culpar o Amazonas pela desorganização do ecossistema mundial, o prefeito argumenta ser a Zona Franca de Manaus o maior modelo de preservação ambiental do mundo.

“Somos a solução para o Brasil e para o mundo com a manutenção harmoniosa de todo esse ecossistema. Temos 95% da floresta intocável”, destaca. Almeida ainda não escolheu quem irá apoiar nas eleições do próximo ano. Mas afirma com muita segurança, convicção, que sairá vencedor o candidato que tiver o apoio da prefeitura.

O prefeito revela ter  boas tratativas e diálogos com o governo do Estado e o governo federal, mas até o momento não recebeu nenhuma ajuda financeira. “Tudo o que fizemos até o momento foi com os próprios recursos da prefeitura”, salienta.

Ele falou com exclusividade ao Jornal do Commercio  na edição especial alusiva aos 352 anos de Manaus.

Jornal do Commercio – Prefeito, o sr. faz uma administração sem atacar ninguém, ao contrário de outros que estiveram à frente da prefeitura. É a sua marca….?

David Almeida –Cheguei para fazer diferente, visando prospectar um futuro melhor para a cidade. Assumi a prefeitura com menos R$ 2 bilhões no orçamento, bem menos que o meu antecessor.

Recebi uma prefeitura cheia de problemas, cheia de dívidas, mas não estou reclamando de nada. Ainda tenho que pagar uma dívida de R$ 500 milhões deixada pelo meu antecessor. Mas mesmo assim, tudo o que fizemos de melhorias até agora é fruto de muito trabalho dentro de minhas limitações financeiras.

Quero discutir ações com trabalho e esquecer as questões políticas, coisas de uma era chamada caciques que tenho o dever de acabar. Só viso bons resultados para Manaus.

 JC – Manaus chega aos 352 anos de fundação num momento de instabilidade política nacional, com impactos na pandemia e, ainda o que é mais preocupante, a reforma Tributária, considerada uma ameaça à Zona Franca. Como avalia o atual cenário? De que forma podemos defender a ZFM, gerando novas oportunidades de emprego e renda na região?

DA – É o momento mais difícil da história da Zona Franca.  Temos um ministro da Economia que não gosta da ZFM, não tem conhecimento sobre a importância do modelo para o  Brasil e para o mundo.

Os desastres naturais acontecem em todos os países. Tudo isso resulta da intervenção do homem. A ZFM é o maior projeto de preservação ambiental do mundo. Somos a solução para o mundo.

Esse modelo representa para o Brasil 0,23% do PIB, mas doamos para o mundo e para o Brasil em compensações ambientais. O ministro Paulo Guedes precisa saber que Manaus é um dos sete Estados que mais arrecada impostos do que recebe do governo federal. Então, somos superavitários. Eles retiram mais do que mandam pra cá.

Uma escola que é construída lá em São Paulo é feita com recursos de Manaus, recursos da Zona Franca de Manaus porque ajudamos a encher os cofres da União que são distribuídos para outros Estados.

A ZFM é o equilíbrio do mundo e precisa ser preservada, remunerada. Somos os maiores preservadores mundiais. O ponto de equilíbrio desse ecossistema.

JC– E como manter as vantagens comparativas, já que existe muito movimento contra a Zona Franca? Vem muito chumbo grosso por aí.

DA – Temos uma bancada federal muito pequena, mas que é muito ativa. Há muitos diálogos.  Nossos representantes são expoentes em bases nacionais. Estão se debruçando sobre a manutenção das vantagens comparativas constitucionais.

Aqui nós somos o porto seguro dos investimentos. Porém, precisamos confirmar através das mudanças da reforma Tributária. Nós somos a solução para o mundo. Então, precisamos de apoio para manter esse modelo.

JC – O sr. está perto de completar o primeiro ano de mandato. Qual o balanço que faz de sua administração e sobre as metas dos próximos anos?

DA  — Assumi a Prefeitura de Manaus no pior momento da crise sanitária mundial. Após a pandemia, tive que lidar com a maior e mais severa enchente da nossa cidade. E mesmo assim, a prefeitura deu respostas rápidas. Pudemos sair das situações adversas transformando as dificuldades em oportunidades.

A prefeitura lançou auxílios para ajudar vários segmentos, empreendedores. Fizemos diversas ações mesmo com dificuldades no orçamento. Continuamos bancando o transporte coletivo com quase R$ 25 milhões por mês.

Hoje, Manaus é uma das cidades mais imunizadas do Brasil. Durante a enchente, não recebemos ajuda nem do governo estadual nem do governo federal. O orçamento da prefeitura é menor que o orçamento da Secretaria de Educação do Estado.

JC – Qual o maior presente que dará à população nesse aniversário de Manaus?

DA– Damos como presente uma cidade com mais inclusão, modernizada. Estamos finalizando a contratação para recuperação de 10 mil ruas com recapeamento asfáltico, melhorando a infraestrutura.

Trabalhamos para mudar a realidade de Manaus na saúde, na educação, na assistência social. Queremos dar uma virada na questão também da mobilidade urbana, finalizando a construção de cinco passagens de nível e cinco viadutos que irão começar a operar nos próximos meses.

Queremos mudar a cara de Manaus com relação ao turismo. Vamos recuperar parques, o entorno do Encontro das Águas, construir o mirante da Ponta Negra. Planejamos a construção de um aquário com peixes amazônicos.

Temos muitas perspectivas para melhorar Manaus e voltar a sonhar que Manaus é uma cidade melhor para se viver.

JC – Vemos que o sr. tem se preocupado muito com a limpeza da cidade, na sustentabilidade, gerando mais empregos e renda…

DA – Temos que elevar a autoestima da população. É a mesma equipe que existia, não contratamos ninguém, só que estamos executando tudo isso com muito trabalho na limpeza que tem muita visibilidade nas ruas.

O secretário está sempre presente nas ruas. E isso faz com que percebam que estamos fazendo as coisas da melhor maneira possível

Estamos iluminando quase todo Manaus com led, a limpeza é uma realidade em toda a cidade. E  estamos trabalhando para melhorar os serviços.

Já são dez meses de trabalho que foram muito desafiadores, mas as perspectivas são muito boas. Ano que vem vai ser muito bom. Com nosso planejamento, teremos muitas coisas boas para a cidade de Manaus. Eu saio de um orçamento de R$ 5.6 bilhões para R$ 7.2 bilhões. Então, dá pra prospectar uma situação melhor para a cidade.

JC – Já tem algum candidato para a corrida eleitoral em 2022 ou deve apoiar a reeleição do governador Wilson Lima?

DA – Há três candidatos que saem como protagonistas. A prefeitura ainda não tem candidato, mas vamos decidir por uma candidatura. Tenho ciência de que pelo trabalho que estamos fazendo, vamos ser protagonistas nessa eleição e apoiar uma candidatura que vai vencer a eleição.

A certeza que tenho é que o próximo governador vai precisar do apoio da Prefeitura de Manaus. E certamente a prefeitura vai apoiar uma candidatura que vai vencer a eleição.

JC – Como está a parceria com o governo do Estado para realização de obras?

DA – Temos boas tratativas com o governo do Estado, com o governo federal, só que até  o momento não finalizamos nenhum convênio e não recebemos nenhum recurso.

Mas o diálogo é muito bom, as tratativas estão acontecendo e espero receber nos próximos meses a contrapartida do governo do Estado e do governo federal para que possamos fazer investimentos em Manaus.

JC – Hoje, fala-se muito sobre o desenvolvimento a partir de uma nova matriz econômica com foco nas potencialidades dos recursos naturais, uma atividade que se somaria às indústrias da Zona Franca. Como avalia essas possibilidades de incremento, também é defensor desse novo viés?

DA – Temos que ter opções ao nosso modelo de sustentação. Eu acrescento à questão do gás natural, da mineração, do turismo. Possuímos  atrações  turísticas fantásticas que precisamos construir estruturas para que o Brasil e o mundo possam conhecer a nossa biodiversidade. O turismo ecológico, as nossas belezas naturais.

 Faremos o Parque Niemeyer, o Parque Encontro das Águas que tem até o nome da minha mãe Rosa Almeida.

Também iremos fazer o mirante, o observatório da Ponta Negra visando o turismo nacional e internacional, possibilitando uma visão diferenciada em relação ao novo polo que é o polo turístico.

JC – É possível  explorar os recursos naturais sem agredir a biodiversidade?

DA – Sim, com certeza, é possível explorar com sustentabilidade. Temos regras ambientais que devem ser obedecidas.

Temos a maior reserva de potássio do mundo entre Autazes, Itacoatiara e Nova Olinda do Norte. Nós somos dependentes do Canadá.

E ainda o gás natural, os fármacos tirados da natureza. Quem entende de preservação é o amazonense. Temos 98% de nossa floresta preservada. Tudo em função do nosso modelo de preservação ambiental que é a Zona Franca de Manaus. Que é o maior projeto de preservação mundial.

Temos como conciliar a exploração econômica com a preservação ambiental.

JC – Investidores reclamam que há muita burocracia para viabilizar negócios. Há muito rigor nas legislações. Como avalia essa questão?

DA – Os governos devem ser facilitadores para atrair novos investimentos, gerando mais empregos e renda. Os governos precisam se modernizar

Essa modernização está acontecendo na prefeitura com investimentos em novas tecnologias, acelerando processos no que se refere a licenças.

JC – Quais projetos deve apresentar ainda este ano à Câmara Municipal ou nos próximos anos? Os vereadores têm correspondido às mobilizações da prefeitura para tornar Manaus uma cidade mais humana e melhor para se viver, como disse ainda durante a corrida eleitoral?

DA – A prefeitura trabalha com a separação dos poderes. Temos uma base de sustentação de 39 vereadores de um total de 41 parlamentares. Significando que tudo que a prefeitura tem feito é com o apoio da Câmara. Não é apoiar o prefeito, mas sim apoiar Manaus.

JC – Quais os novos projetos para melhorar a mobilidade urbana em Manaus? E qual volume de investimentos devem consumir essas atividades?

DA – A partir de 2022, estaremos contratando cinco passagens de nível  e cinco viadutos. Haverá recuperação de mais dez mil ruas, construiremos mais 20 UBSs e vamos reformar mais de 60 UBSs. Serão recuperadas também 80 escolas, construiremos 25 feiras em  Manaus.

Já recuperamos as ruas do Distrito Industrial de Manaus, com aspectos paisagísticos e também em toda a cidade. Manaus vai virar um canteiro de obras com o embelezamento de toda a cidade. Os investimentos serão em torno de R$ 1,5 bilhão.

Já no dia 24 vamos lançar o Natal de Manaus que marca o aniversário de 352 anos da cidade.

JC – E o próximo ano será melhor?

DA – Com certeza, recebi um orçamento menor, mas trabalhamos com muito planejamento em 2021.

Com mais orçamento e planejamento, o ano de 2022 será melhor ainda. Acredito nisso.

Foto/Destaque: Dhyeizo Lemos / Semcom

Marcelo Peres

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