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“Vontade de treinar maior do que a de vencer”

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No ano em que a Cidade Maravilhosa irá sediar as Olimpíadas Rio 2016 e receber atletas de diferentes nações do mundo, o triatleta, palestrante motivacional, consultor e coach esportivo, Douglas Gouveia, lança o seu mais novo projeto: o livro “Corrida da Vida” que enaltece o papel transformador do esporte para a mudança de vida, hábitos, pensamentos e também reforça a importância da fé.
O autor que começou a praticar esporte após perceber que estava acima do peso, destaca que através da ciência e da fé existe um caminho que nos motiva a continuar, uma fonte de sabedoria que nos possibilita alcançar o próximo nível. Em entrevista exclusiva, o atleta alfineta: não adianta ter um corpo perfeito sem um espírito forte.

Jornal do Commercio: Sua trajetória rumo a uma vida mais saudável não foi simples. Você precisou se sentir muito gordo para ‘acordar’. De que modo essa transformação mexeu com seu interior?
Douglas Gouveia: Eu tinha mais de 100 quilos. Fui ao shopping comprar calça jeans e a minha numeração já não servia mais. Foi então que comecei a correr. No começo não aguentava correr nem cinco minutos. A inclusão do esporte na minha rotina me fez aos poucos ir mudando os hábitos de alimentação e 3 meses depois já consegui completar minha primeira prova de 10 km e hoje já concluí algumas maratonas e até provas de Ironman. Mas a melhor mudança foi no interior. A corrida fortalece o corpo, a mente e o espírito, pois produzimos a endorfina e começamos a enxergar coisas que antes passavam despercebidas. O coração vai se enchendo cada vez mais de gratidão, que antes não existia.

JC: Vivemos a ‘Fase Fit’, mas o que você propõe é uma vida equilibrada, o que é bem diferente dos extremos. Como esse equilíbrio com o próprio corpo pode afetar outras partes do ser?
DG: Já participei de provas de Ironman onde se faz 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida no mesmo dia. Uma prova dessa magnitude exige muitas horas de treinamento e isso é um alto preço, pois temos que abrir mão de muitas coisas. Encontrar um ponto de equilíbrio é o grande desafio. Pois veja bem: será que adianta eu me orgulhar de ser um Ironman e deixar a desejar em meu trabalho? Precisamos ser como um malabarista em todas as áreas da vida. No livro, tem um capítulo falando sobre isso e que apresenta uma ferramenta que ajuda na visualização de como estão as áreas da vida. De que adianta ser um vencedor apenas no esporte se você não tiver com quem compartilhar a sua alegria? Acredito que a alegria só é real quando compartilhada.

JC: O esporte é um fator motivacional transformador. Como as modalidades que você pratica te deram o impulso que você precisava?
DG: Na verdade, não foram as modalidades que me impulsionaram, mas sim o desafio de superar limites, pois quando desejei fazer um Ironman, eu não sabia nem nadar e tive que ter humildade, ir para a piscina junto com as crianças para aprender. Isso me ensinou que nós somos capazes de realizar tudo aquilo que acreditamos que podemos. Como disse Henry Ford, “Se você pensa que pode ou se você pensa que não pode, você está certo”.

JC: Nem sempre dar o primeiro passo é fácil -e isso vale para qualquer segmento na vida. Com certeza, muitas pessoas te abordam falando sobre a dificuldade de adotar novos hábitos. Qual o seu conselho para sair do sofá?
DG: Eu sempre digo que Deus pode abrir o mar, mas você tem que dar o primeiro passo. O primeiro passo é um ato de fé. No meu caso, eu passava por uma fase difícil em minha vida e queria provar para mim mesmo que eu era mais forte do que o meu problema. Tudo está relacionado a dor ou prazer. Você pode se motivar pela dor, ou pelo prazer. Geralmente o ser humano funciona melhor quando motivado pela dor. Se você quer aprender inglês e não tem motivação, é porque o seu propósito não está forte o suficiente. Você pode se motivar pela dor quando seu chefe falar: “Se você não falar inglês em um ano, será demitido”. Ou você pode se motivar pelo prazer, pensando: “Preciso aprender inglês para fazer aquela viagem que sempre sonhei”. Isso funciona também para o esporte. O esporte treina pra vida!

JC: No mundo dinâmico e corrido em que vivemos, a desculpa para não mudar os hábitos de vida (e isso inclui começar uma atividade física, mudar de emprego, sair do relacionamento desgastado) é a falta de tempo, a comodidade.
DG: Quando alguém fala que não tem tempo pra algo como atividade física, é porque aquilo não é importante para ela. Precisamos pensar no longo prazo, ter uma visão clara de onde queremos chegar e também pensar no que estamos perdendo com isso, cada vez que nos ‘autosabotamos’. Podemos começar lançando um desafio entre um grupo de amigos. Criar um grupo no WhatsApp e postar diariamente as dietas e os treinos… aqueles que deixarem de cumprir as regras, pagam uma multa, nem que seja de R$ 5 por cada infração. Isso ajuda muito porque ninguém gosta de pagar multa! (risos)

JC: As Olimpíadas são mais do que uma competição esportiva. Envolve superação, esforço físico e mental, a torcida… assim acontece na vida real. O “Corrida da Vida” não poderia ser lançado em melhor momento.
DG: É uma grande honra lançar o livro no ano olímpico, onde todos os olhos se voltam para o esporte e esperanças são renovadas, sonhos são restaurados, vidas são alcançadas pelo esporte. Mas isso não foi um planejamento. Acabou acontecendo naturalmente. Eu comecei a escrever o livro há sete anos e estou muito feliz em poder representar a editora Leader no ano olímpico com esse livro.
JC: O que o leitor encontrará em ‘Corrida da Vida’?
DG: Este livro traz reflexão, transformação e ferramentas para a melhora da qualidade de vida. Nos mostra que é possível buscar o equilíbrio em todas as áreas e, quando vemos os resultados acontecendo, a chama é reacendida, sonhos vão sendo restaurados e nos mostram que temos uma fonte inesgotável de energia e sabedoria que está ao nosso alcance. O esporte e a fé juntos têm um poder de transformar pessoas comuns em algo muito maior.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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