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Volume de empréstimos cresce 48,05%

O volume de recursos liberados por meio de financiamentos cresceu 48,05% na Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas) de janeiro a setembro deste ano sobre o mesmo período de 2008. Dos R$ 47,67 milhões liberados aos tomadores de empréstimos em 2009, 35,91% foram para a interior do Estado e 64,09% para a capital. A cada R$ 100 que a Afeam tem em caixa, R$ 65,31 são usados pelos clientes atualmente. No ano passado somente R$ 32,73 eram tomados em financiamentos.
Segundo o banco, a crise econômica internacional que limitou a oferta de crédito na maioria das instituições financeiras não influenciou no valor que a agência reservou para o ano corrente. No ano passado, a dotação era de R$ 70 milhões, mas 2009 já acumulou R$ 73 milhões, sendo que 65,31% do montante foi contratado. No ano passado apenas R$ 22,90 milhões saíram dos cofres da Afeam.
“A crise não tem relação direta com a quantia que a instituição libera ou aquela que as pessoas emprestam, isso é um comportamento natural e imprevisível do mercado”, garantiu o economista e secretário-executivo do FMPES (Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas) da Afeam, Antônio Carlos Cruz.

Reserva de disponibilidade

O economista explicou que todos os anos a organização define quanto estará disponível para o período seguinte. Caso haja necessidade de aumentar os recursos devido ao crescimento do número de empréstimos, a agência tem condições de liberar mais dinheiro. “No planejamento, sempre é estabelecida uma reserva de disponibilidade, na hipótese de haver uma demanda de crédito maior que a prevista. Isso já ocorreu em vários anos e geralmente os financiamentos de menor valor são responsáveis por isso”, afirmou Cruz, esclarecendo que grande parte dos empréstimos são para pequenos agricultores do interior do Estado.
Nos primeiros nove meses deste ano, por exemplo, das pouco mais de 4.000 operações de crédito do interior, 56,92% foram de empréstimos para desenvolvimento do setor agrícola. A indústria foi responsável por 396 empréstimos e o setor de comércio e serviços abocanhou 1.339 financiamentos. Os três setores da economia movimentaram R$ 30,55 milhões (57,03% a mais que em 2008) nas 61 cidades do interior.
A capital gerou 956 empréstimos, sendo 745 para comércio e serviço, 200 para indústria e 11 para as atividades comerciais ligadas diretamente à produção rural, totalizando R$ 17,12 milhões em volume de financiamentos em Manaus. Este valor é 42,88% superior ao emprestado no ano passado.

Acesso ao crédito

Para o microempresário e proprietário da panificadora e minimercado Vista Bela, Roberto Kohota, a taxa de juro praticada pelos bancos privados é elevada e o acesso ao crédito é mais difícil. “Nos bancos particulares, o menor juro que achei era de 3,5% ao mês e esse valor é muito alto para um microempresário pagar tranquilamente. Além disso, eles exigem vários documentais que acabam sendo mais uma barreira para conseguirmos o dinheiro”, contou Kohota.
A panificadora emprega atualmente dez pessoas e teve suas instalações físicas expandidas em 2005, ano da contratação do terceiro empréstimo junto à Afeam, que foi de R$ 110 mil. A taxa de juro estipulada pela agência de fomento varia de 6% a 10% ao ano, ou seja, 0,5% a 0,83% por mês. O bônus para os clientes que efetuam o pagamento até a data de vencimento é de 25% sobre os juros.

Empregos encolhem nos negócios financiados

A intensa procura de clientes do interior do Estado não é limitada pela ausência de escritórios em cada cidade. Segundo o gerente de crédito rural do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas), o órgão está presente em todos os municípios e, por meio do instituto, a população tem acesso ao crédito da Afeam.
“Os funcionários fazem o cadastro, elaboram o projeto e realizam a visita técnica para constatar a real necessidade de financiamento. Depois encaminhamos os documentos para Manaus, onde, depois da análise, o dinheiro será liberado ou não pela Afeam”, explicou Souza.
Contrariando o crescimento no volume disponibilizado e o emprestado, a quantidade de empregos gerados a partir da verba aplicada nos financiamentos diminuiu. Em 2008, pouco mais de 19 mil vagas de empregos foram abertas, frente a 14,4 mil nos nove primeiros meses do ano corrente, uma queda de 24,21%.
Os interessados em contratar financiamentos em Manaus devem se dirigir à sede da Afeam, na Avenida Constantino Nery, 5.733, Flores. O horário é o mesmo dos bancos, de 9h às 15h. No interior, os postos de atendimento do Idam são os responsáveis por receber as pessoas que precisam de empréstimos na agência. O PAC (Posto de Atendimento ao Cidadão) de Manacapuru (a 68 km de Manaus), no bairro Terra Preta, é o único local com estrutura física da Afeam no interior do Amazonas e funciona no horário comercial.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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