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Visão JCAM debate ecossistema digital do PIM

Visão JCAM debate ecossistema digital do PIM

O Visão JCAM realizou, nessa segunda-feira (21), a sua última live do ano. Desta vez, o tema abordado foi o ‘Ecossistema Digital no Polo Industrial de Manaus – Índice de maturidade e cenário pós-pandemia’. As discussões acontecem num momento em que a indústria 4.0 ganha maior importância para fortalecer a economia do Amazonas.

Com mediação dos jornalistas Caubi Cerquinho e Fred Novaes, editor-chefe do Jornal do Commercio, os debates sobre o assunto foram protagonizados por Sandro Breval, professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), e Roberto Garcia, diretor de Projetos e Desenvolvimento de Negócios da FPF Tech  (Fundação Paulo Feitoza). E ainda pelo geólogo Daniel Nava, articulista do JC.

Segundo Garcia, a mais recente revolução industrial já é uma realidade no Estado e muitas empresas da ZFM (Zona Franca de Manaus) começam a operar com essa moderna ferramenta, levando a região a figurar, hoje, no ranking dos maiores protagonistas da nova era tecnológica.

Garcia avalia que nada poderá segurar a evolução da automação industrial com foco na inteligência artificial. E muito menos a pandemia. Ao contrário, o novo coronavírus obrigou a indústria a se reinventar, redirecionar seus investimentos, gerando novos empregos e renda, alavancados pela operacionalização da indústria 4.0. E surgindo novos empreendedores.

Quer dizer, a pandemia “colocou um chicote atrás do empresário para acelerar a velocidade do processo produtivo”.

“É um caminho que não tem mais volta. Todos os atores do desenvolvimento estão hoje engajados nessa evolução que vai ditar as atividades econômicas daqui para a frente. O futuro já chegou e a Zona Franca está inserida nessa inovação”, ressalta Roberto Garcia.

De acordo com o diretor da FPF Tech, nunca se viu tão esforço do governo do Amazonas, da prefeitura de Manaus, do próprio governo federal, das lideranças empresariais e das academias de universidades para criar uma infraestrutura adequada, avançada, que atenda às necessidades da nova tecnologia.

Formação

Hoje, o mercado prioriza investimentos na formação e capacitação de pessoal mais qualificado para atender as indústrias instaladas na ZFM. Atualmente, existem pelo menos 53 cursos de graduação e pós-graduação que preparam essa nova mão de obra especializada, segundo Garcia.

“Antes, esse profissional mais qualificado era exportado para outras regiões. Agora, a situação se inverteu. Eles são absorvidos pela indústria local com remuneração de alto nível, como exige a atividade”, acrescenta ele.

Para Sandro Breval, um recurso indispensável, importante, para a indústria 4.0 é a conectividade. Mas essa questão é ainda o principal gargalo para a operacionalização dessa nova tecnologia no Amazonas.

“Em questão de segundos, pode-se operar de Manaus uma máquina que esteja em qualquer parte do mundo, como na Índia, por exemplo”, exemplifica Breval. Ele salienta, porém, que o Amazonas ainda se ressente da não existência de uma infraestrutura virtual eficiente, proativa, para viabilizar uma conectividade como a exige a indústria 4.0.

“Estamos num processo de transição tecnológica que começa a ganhar corpo e fortalecimento no Amazonas”, ressalta ele.

Nos anos 1960, a indústria demorou 50 anos para absorver novas tecnologias, mas agora essa transição está demorando meses. “Diferentemente de outras épocas, as empresas têm que lançar novos produtos a cada três ou quatro meses porque a competitividade as obriga a acelerar mais a produção”, acrescenta ele.

Tanto Roberto Garcia quanto Sandro Breval vislumbram um 2021 com grandes potencialidades para alavancar a produção, apesar do cenário adverso provocado pela pandemia do novo coronavírus neste ano.

“Essas novas tecnologia estão gerando competência, mais empregos de alto nível, com melhores remunerações. Tudo indica que teremos um ano muito promissor”, prevê Garcia.

Sandro Breval salienta, porém, que hoje o agronegócio é muito mais forte que a indústria manufatureira. A utilização de drones para irrigação no campo possibilita uma economia de 20% na mão de obra.

“Com certeza, o ano de 2021 será mais promissor. O Amazonas pode viver uma revolução verde desde que sejam criadas condições para isso”, afirma.

Para Roberto Garcia, o CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) infelizmente não está gerando o potencial que se espera. “Temos condições de viabilizar várias tecnologias que agreguem mais valor a nossa rica biodiversidade”, avalia ele.

Marcelo Peres

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