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Violência coloca em risco o transporte

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A SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) anunciou, na tarde de ontem, um conjunto de medidas para reforçar a segurança no transporte público e especial operado na capital. Entre as ações previstas estão a criação de um banco de dados contendo as informações dos assaltantes que atuam na frota do transporte coletivo e também nos ônibus que atendem ao Distrito Industrial. A ideia, segundo a secretaria, é fornecer informações às autoridades policiais, judiciárias e ao Ministério Público sobre o acusado e com base nos registros, seja determinado maior período de reclusão. Outra proposta, é tornar as operações executadas pelo Sistema de Segurança, nas primeiras semanas de setembro, em forma de policiamento. Projetos como o Botão do Pânico e a Rota Segura também fazem parte do pacote de medidas.

O anúncio foi feito após o secretário de segurança, Carlos Alberto de Andrade, informar que nas primeiras semanas de setembro houve registro de 219 ocorrências, o que representa uma redução de 13,1% no índice de assaltos a ônibus do transporte coletivo. Em igual período do ano anterior a secretaria contabilizou 252 episódios. Ele ainda disse que as ocorrências no transporte especial, que são os veículos que atendem às empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus), também reduziram e que a tentativa de assalto às duas rotas, que ocorreu na manhã de quinta-feira (21), foi um fato pontual.

Segundo Andrade, o objetivo da criação do banco de dados é retirar o assaltante das ruas e fazer com que ele permaneça por mais tempo nos presídios. Por meio dos registros eletrônicos, a autoridade judiciária poderá analisar se deverá ou não aplicar a prisão preventiva ou quais medidas deverá tomar. Com base nos dados, o juiz saberá quantas vezes o cidadão praticou os assaltos. Ele explica que o sistema já está em funcionamento e que as empresas de transportes devem continuar registrando o BO (Boletim de Ocorrências).

“O banco de dados permitirá a identificação dos assaltantes e fará com que as autoridades policiais, judiciárias e do Ministério Público tenham conhecimento sobre determinada pessoa. Caso o assaltante seja preso novamente a autoridade judiciária poderá verificar se aplica ou não a prisão preventiva. Ele terá informações de quantas vezes essa pessoa praticou os assaltos aos ônibus. Tirar essas pessoas de circulação não é a única, mas é uma das formas de reduzir essas ocorrências”, informou. “Por meio do sistema, vamos separar o que é assalto comum dos assaltos ao transporte coletivo e especial”, completou.

Conforme o secretário de segurança, outra alternativa para reduzir o índice de assaltos é tornar as operações desenvolvidas pelos órgãos que compõem o Sistema de Segurança (Polícias Civil e Militar, Detran-AM (Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas) e Corpo de Bombeiros) como forma de policiamento. Ele ainda citou a continuidade dos projetos ‘Botão do Pânico’ e ‘Rota Segura’ como alternativas que compõem o pacote de medidas emergenciais. “O Botão do Pânico pode ser usado potencialmente no transporte do Distrito Industrial. As câmeras do CICC não ficariam ligadas durante as 24 horas para verificar a ocorrência de assaltos dentro dos ônibus, mas seriam acionadas quando houvesse ocorrência. O projeto Rota Segura está em construção mas segue em andamento, não está parado. É uma ação que tem gerado resultados positivos. A ocorrência de ontem foi pontual, não é o que vem acontecendo corriqueiramente”, expressou.

Na avaliação do presidente do SindEspecial (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Especial, Fretamento e Turismo), William Enock Sousa, os assaltos aos ônibus que operam no transporte de colaboradores do PIM têm sido constantes. Ele conta que como resultado das ações criminosas, há casos de motoristas que após serem baleados ficaram paraplégicos e impossibilitados de continuar exercendo a função. Uma das medidas adotadas pelos trabalhadores do setor foi a criação de um grupo por meio do WhatsApp onde há informações em casos de ocorrências para que os demais motoristas que seguiriam a mesma rota do ônibus que foi assaltado, desviem o caminho.

“A SSP deveria adotar medidas para realizar ações nos trechos considerados mais perigosos como nos bairros Armando Mendes, Zumbi e Jorge Teixeira, na zona Leste. A escolta adotada por algumas fabricantes está contribuindo muito. Um veículo da empresa de segurança acompanha o ônibus e isso afasta os assaltantes”, disse.

O presidente do Sindmetal-AM (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas), Valdemir Santana, enfatizou que devido às constantes ocorrências de assaltos aos veículos do transporte especial, as fabricantes estão alterando os horários de trabalho para que as rotas saiam em novo horário dos pátios das empresas com o intuito de dificultar novas ocorrências de assaltos. “As empresas estão trocando os horários de trabalho. Isso é feito por meio de acordo com o sindicato. Ou o expediente inicia mais cedo ou começa mais tarde. O objetivo é dificultar novos assaltos. A escolta adotada por algumas fabricantes contribuiu para a redução das ocorrências nas empresas que contrataram os serviços”, comentou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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