Pesquisar
Close this search box.

Vereadores criticam projeto de porto das lajes em audiência pública na CMM

Em época de eleições, tudo que envolve dois ou mais parlamentares pode se transformar em um grande bate-boca ou polêmica. Uma audiência pública agendada pelos vereadores na CMM (Câmara Municipal de Manaus) sobre a construção e viabilização do Porto das Lajes, esta semana, acabou como cenário para mais críticas e embates entre os vereadores. Desta vez, o alvo das críticas mais severas foi o diretor da empresa Lajes Logística, responsável pelas obras do Terminal Portuário das Lajes, Lauritis Hansen, que não se fez presente ao encontro e irritou alguns parlamentares, como Mário Frota (PDT), Wilton Lira (PTB) e Ademar Bandeira (PT), que aproveitaram também para criticar a obra, idealizada pelo governo do Estado do Amazonas.
Hansen, que já esteve na Casa em audiência realizada ano passado, enviou e-mail ao presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, vereador Mário Bastos (PRP), informando que não poderia comparecer à audiência pública “em face de determinação judicial proferida pela meritíssima juíza da 3ª Vara Federal de Manaus”, de que a empresa se abstivesse de participar de qualquer evento relacionado ao empreendimento do Terminal Portuário das Lajes, até ulterior deliberação.
Presidindo a mesa, o vereador Mário Frota foi o primeiro a reagir, afirmando que a determinação da juíza é que a empresa se abstivesse de fazer o que ela vinha fazendo na região do Porto das Lajes, no bairro vizinho (Antônio Aleixo). “Ela vinha envolvendo parte da população com agrados e promessas de toda natureza, de que o novo porto iria oferecer centenas de empregos à comunidade Antonio Aleixo. Uma coisa não tem relação com a outra”, disse.

O vereador Mário Frota também fez críticas a esse comportamento “enganoso” da empresa, lembrando que os portos modernos no mundo todo são totalmente automatizados, ou seja, geram poucos empregos nas suas instalações. Mário citou o exemplo do terminal de soja da Hermasa, em Itacoatiara, onde a empresa prometeu 200 empregos e não conseguiu gerar nem 20, porque as instalações são automatizadas. “É a mesma enganação as promessas feitas por esta empresa do Porto das Lajes aos habitantes do bairro Antonio Aleixo”, criticou.
Apesar de considerar “deprimente o fato de ele não aparecer, é insultuoso a esta casa”, Frota decidiu continuar a audiência pública somente com os demais convidados. “Vamos fazer a nossa reunião, apesar da não presença dele. Seria importante a presença dele, até porque nós iríamos desmascará-lo aqui neste plenário. Se fosse uma CPI e ele não viesse seria preso”, disse.

O autor do requerimento da audiência pública, vereador Wilton Lira lamentou a ausência do diretor da Lajes Logística, a qual ele considerou “uma falta de respeito”. Segundo ele, “a determinação é de que não poderia participar de eventos relativos ao porto que ocorrem na comunidade, e também veiculações de publicidade nos jornais. Ele confundiu um ato do poder público, com um ato de shows pirotécnicos para a implantação do porto”, disse.
Para Lira, a ausência é apenas um pretexto da empresa “para não colocar a verdade sobre o crime ambiental que essa instituição vem fazendo no Encontro da Águas”. O vereador prometeu encaminhar ao diretor Lauritis Hansen cópia do seu discurso em texto e CD para que ele tenha conhecimento sobre o posicionamento a respeito da construção do terminal portuário. Como presidente da Comissão do Meio Ambiente, ele também fez um alerta sobre a situação atual das empresas instaladas entorno do novo porto.
Após visitar o local, ele constatou que há outras empresas instaladas há anos e que segundo os critérios ambientais também deveriam ter uma atenção especial em temas como proteção ambiental, proteção à natureza e à biodiversidade, dentre outros, dentro da legislação ambiental vigente.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar