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Dia das Crianças no Amazonas supera expectativas do varejo

Vendas no Dia das Crianças no Amazonas supera expectativas

O balanço de vendas do varejo amazonense no Dia da Crianças superou as expectativas dos comerciantes. O volume comercializado foi 2,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado e o faturamento chegou perto dos R$ 47 milhões, segundo dados fornecidos pela CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus). A projeção inicial da entidade apontava para uma alta de 1,9% e pouco mais de R$ 45 milhões de receita bruta.   

“Conseguimos superar a meta. É claro que tivemos lojas que conseguiram crescer até 15%, seja porque conseguiram produtos mais baratos, seja por estarem bem posicionadas em seus locais de venda, ou mesmo por fazerem um horário diferenciado. Também tivemos outras que trabalharam bastante e não tiveram um bom resultado. Mas, essa foi a média e foi superior ao que tínhamos programado. Para nós, foi muito bom”, comemorou o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag.

A pesquisa preliminar da entidade já apontava que pelo menos 50% dos consumidores pretendia dar presente para o Dia das Crianças, percentual menor do que o do ano passado. Embora o desempenho tenha sido melhor neste ano, o índice de crescimento ficou abaixo do registrado em 2019, quando o varejo alcançou 3% de incremento, superando os +2,3% anteriormente aguardados. 

O ticket médio, contudo, bateu o de 12 meses atrás (R$ 114,25), ficando pouco acima do projetado desta vez (R$ 128,44), ao chegar a R$ 130. A sondagem prévia da entidade já havia indicado que as faixas prioritárias de gastos dos pais para o Dia das Crianças deste ano eram de R$ 100,1 a R$ 150 (26,9%), entre R$ 150,1 e R$ 200 (19,6%), e de R$ 80,1% a R$100 (16,4%). Apenas 5,1% pretendiam despender mais de R$ 400 e uma fatia significativa de 9,3% esperava limitar a despesa a R$ 80.

Brinquedos e parcelamentos

Os produtos mais vendidos foram brinquedos, incluindo bolas e bonecas, entre outros itens típicos do gênero. A lista de compras preliminar dos pais, segundo o estudo da CDL-Manaus, também já apontava preferência para brinquedos (23%) e bonecos/as (17,4%), sendo seguida por vestuário (13%), videogame (12,4%), tablet (11,9) e bicicleta (6,4%). 

Embora o dirigente ressalte que a preferência dos pais por brinquedos segue em sintonia com a necessidade de distrair os filhos em um contexto de quarentena prolongada, o que a criançada queria ganhar mesmo eram videogame/jogos (25,9%), tablets (17,8%) e smartphones (14,1%), em detrimento dos artigos considerados ‘infantis’. “Quem sentiu uma certa queda foi o comércio de confecções. Alguns apostaram na data, mas não conseguiram”, lamentou.

As formas de pagamento preferidas pela clientela neste ano foram, na ordem, cartão de crédito, débito e dinheiro. Novamente, a realidade confirmou as estimativas, que já apontavam a predominância do cartão de crédito em sua modalidade parcelada (32%), cartão de débito (21%) e dinheiro (18%) nas filas dos caixas. Na sequência, vieram o cartão de crédito à vista (16%) e o crediário/carnê (4,8%).

As escolhas dos locais de compras também coincidiram com a fotografia capturada pelo levantamento da CDL-Manaus. Dos entrevistados, 31,4% já haviam anunciado que iriam a shoppings, 28,5% informaram que recorreriam ao comércio do Centro e 25,9% pendiam para as lojas de bairro. Em sintonia com covid-19 e quarentena, a escolha de pelo menos 5% foi a internet – cinco vezes mais do que em 2019. Mas, de acordo com o dirigente, apesar da pandemia, houve um volume considerável de crianças sendo levadas a clubes e banhos, que também tiveram um resultado melhor do que o do ano passado. 

“Balão de gás”

No entendimento de Assayag, este, entre outros dados do balanço do Dia das Crianças aponta para um quadro positivo para o setor e de aparente recuperação, mas ainda sem bases sólidas de sustentação. O presidente da CDL-Manaus lembra que tanto o governo federal, quanto o estadual, “colocaram muito dinheiro” na economia do Amazonas, permitindo que o consumidor pudesse comprar um pouco mais de alimentos e arrumasse um pouco a vida. 

“Muitos já estavam trabalhando e ganharam auxílio. Outros disseram que não estavam empregados, mas eram informais e ganharam também. E isso trouxe uma alavancagem nas vendas do comércio. Mas, é como um balão de gás, que enche, sobe, mas a qualquer momento pode descer. E tem mais: o faturamento subiu também porque os preços dos produtos aumentaram demais”, ressalvou.    

A inflação, por sinal, é um dado que preocupa o comércio, segundo Ralph Assayag, especialmente por sua difusão, já que atinge desde itens de cesta básica a matéria de construção. Isso se deve, lembra o dirigente, à paralisação prolongada das indústrias durante o pico da pandemia, e a consequente desarticulação nas cadeias de produção e escassez de matérias primas – e até de embalagens. Outro fator de apreensão vem da contagem regressiva do auxílio emergencial.

“Esperamos ter um final de ano realmente bom, mesmo sabendo que, no final de dezembro, termina o compromisso do governo federal de dar esses valores às populações economicamente vulneráveis, que era de R$ 600 a R$ 1.200 e já caiu para R$ 300. Tem muitas variantes e nós só vamos sentir isso no início do ano que vem e quando não tiver mais esse dinheiro. Mas espero que a gente consiga dar um número bom de empregos para compensar essa diferença”, finalizou.      

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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