As vendas de produtos de Páscoa no comércio varejista local encostaram nas projeções iniciais, mas não conseguiram superar as expectativas iniciais. Segundo a CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), houve incremento de 3,8% no faturamento e as vendas físicas responderam por 99% do estoque adquirido neste ano.
O varejo amazonense estava otimista quanto ao retorno e esperava obter aumento de 4% a 4,5% nas vendas de artigos ligados à data comemorativa. Tanto é que as lojas investiram e contrataram mais neste ano. Os lojistas admitiram 300 trabalhadores e compraram 35 mil toneladas de produtos de chocolate, 9,37% a mais do que em 2018 (32 toneladas).
“O resultado foi bom, tanto em volume, quanto em faturamento. Só não atingimos a marca dos 4% porque não conseguimos vender a totalidade dos produtos. Mas, chegamos bem perto. Atribuo os números à confiança do consumidor e a tranquilidade de que ele tem mais chances de manter o emprego nos próximos meses”, declarou o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag.
A despeito do otimismo, o dirigente ressalta também que boa parte do varejo regional ajudou a alavancar as vendas de produtos de Páscoa com promoções tipo “pague dois e leve três”, apesar do apelo ao consumo gerado pela data comemorativa.
“Muitas lojas de Manaus estavam oferecendo promoções desse tipo. Em uma, por exemplo, o consumidor poderia levar uma caixa de bombons de R$ 7 ao comprar dois ovos de R$ 22. Um bom negócio. Mas, não houve descontos e rebaixas nos valores das vendas”, ponderou.
Ticket médio
Além do incremento, a Páscoa deste ano trouxe o diferencial de maior valor agregado no ticket médio das vendas de ovos de chocolate. Os lojistas esperavam “desovar” mais produtos em tamanho médio e grande, já que a preferência do consumidor em 2018 foi mesmo pelos “ovinhos”.
A mais recente pesquisa do IFPEAM (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresarias do Amazonas) de Intenção de Compra e Confiança do Consumidor já antecipava que 43,4% dos amazonenses estavam dispostos a gastar de R$ 101,00 a R$ 200,00 com produtos de Páscoa.
“As vendas foram muito melhores neste ano, com certeza. Principalmente de ovos artesanais. O ticket médio aumentou e os resultados vieram na medida do consumo”, comemorou o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ezra Azury.
Segundo o dirigente, essa expectativa se confirmou graças ao melhor momento econômico deste ano, quando comparado a 2018. Mas, boa parte do desempenho pode ser atribuída também ao calendário de 2019, que teve um Carnaval tardio em relação aos exercícios anteriores.
“Já se esperava que o brasileiro comprasse mais ovos de Páscoa neste ano e um estudo já antecipava isso. Por outro lado, as vendas de março foram sacrificadas porque os consumidores estavam sem dinheiro depois das festas. Por isso, já se sabia também que as vendas do setor seriam melhores em abril”, explicou.
De acordo com Azury, os supermercados e hipermercados foram “os campeões de vendas” deste ano, seguindo uma tradição do setor, que reserva o menor volume comercializado aos shoppings, em virtude da diferença de preços. O presidente da FCDL-AM avalia que, dentre as regiões da cidade, a zona Leste tenha registrado o maior aquecimento,
Pós-Páscoa
Indagado sobre a possibilidade de manutenção dos 300 empregos criados para atender à data, o presidente da CDL-Manaus disse que esse contingente já começou a ser mandado embora – apesar da proximidade do Dia das Mães – e que as empresas do setor não tinham planos de manter as contratações para outras datas.
“Ninguém esperava que ficassem. Mas, esses trabalhadores serão compensados pela abertura de vagas em novos negócios. Só neste mês, há a previsão de inauguração de cinco lojas em Manaus. Uma delas, que abre nesta sexta [26], já está contratando pelo menos 30 pessoas para seus quadros”, finalizou Assayag.
