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Vendas gerais de veículos no Amazonas voltam ao azul

As vendas de veículos automotores do Amazonas aceleraram e retornaram ao azul, em maio, mas mostram números negativos no segmento de automóveis e desempenho abaixo da média nacional. No total, foram comercializadas 4.602 unidades, no mês passado, o que equivale a uma elevação de 1,19% sobre abril de 2021 (4.548) e incremento de 110,81% sobre maio de 2020 (2.183) – quando pandemia ainda atravessava sua primeira onda, em nível local. Em cinco meses, as vendas subiram 21,41%, com 19.391 (2021) contra 15.972 (2020). 

Os dados regionais foram disponibilizados pelo portal da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), nesta terça (2). As informações foram amparadas pelos emplacamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), base de dados que leva em conta todos os tipos e veículos, incluindo automóveis convencionais, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas.

Assim como ocorrido no mês passado, o desempenho do Estado veio aquém do apresentado pela média do mercado brasileiro, no mesmo período. De acordo com a base de dados da Fenabrave, as vendas nacionais bisaram uma performance de três dígitos (+218%), na comparação de maio de 2021 (319.257) com o mesmo mês do ano passado (100.394) – também impactadas pelo efeito primeira onda. Em relação aos resultados globais de abril deste ano (288.081), a expansão foi de 10,82%. O acumulado do ano, por sua vez, chegou a 35,12% com 1.393.358 (2021) contra 1.031.235 (2020) veículos.

Cinco das sete categorias listadas pela Fenabrave avançaram na variação mensal. Os melhores resultados proporcionais vieram de caminhões, que tiveram alta de 46,67% e 110 unidades vendidas. Na sequência estão os comerciais leves (+22,86% e 575), “outros” (+20,37% e 65) – que incluem tratores e máquinas agrícolas –, implementos rodoviários (+18.31% e 84) e motos (+10,10% e 2.170). Apenas ônibus (+33,33% e 58) e automóveis de passeio (-15,48% e 1.540) fecharam no vermelho.

Carros convencionais seguiram como a categoria mais vendida, em maio. Mas, a despeito da desaceleração mensal, conseguiram aumentar sua participação no bolo de vendas do Estado por uma pequena margem, no confronto dos acumulados de 2020 (40,03%) e de 2021 (40,40%). Motocicletas seguiram na segunda posição e voltaram a engatar marcha a ré, na mesma comparação – 38,63% (2021) contra 39,31% (2020).

Em matérias anteriores concedidas à reportagem do Jornal do Commercio, o Sincodiv-AM (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado do Amazonas) reforçou que os números locais devem ser levados sempre sob a perspectiva do transit time (tempo de trânsito) entre faturamento e emplacamento, um hiato de tempo que pode durar 30 dias, em virtude da logística de translado do veículo entre a fábrica e o Estado.

Juros e restrições

Sócio diretor da Kodó Veiculos, Diogo Augusto Maia da Silva, aponta que o mercado segue aquecido e só não vende mais porque falta produto na praça. Conforme o empresário, a oferta é limitada pelas dificuldades das montadoras conseguirem partes e peças. Outro dado negativo vem da alta dos juros e das restrições bancárias à concessão de financiamentos, em razão ao aumento da inadimplência. Segundo a Anefac, o CDC para veículos foi a modalidade de crédito com maior alta em abril (+2,82%).

“O que acontece é que está faltando carro, principalmente no caso dos carros populares e utilitários. Há muita procura e quem tem produto vende muito mais caro. Sem produto não tem como trabalhar. E o aumento de juros e das restrições bancarias também atrapalham. Mesmo com demanda alta, muitas vezes o banco segura o financiamento, porque o cadastro é ruim. Não creio que esse panorama mude até o final do ano”, analisou, acrescentando que a empresa multimarcas registrou crescimento de 10%, no mês passado.

Vendas represadas

Em comunicado à imprensa, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, apontou que os números de maio foram impactados pelo declínio da oferta e represamento de vendas. Desde o final do ano passado, as fabricantes de veículos vêm enfrentando dificuldades para obter componentes eletrônicos, diante da crise global gerada pela pandemia, e exacerbada pelo retorno das medidas de isolamento social, durante a segunda onda. A entidade informa que as concessionárias brasileiras estão com estoques de 12 dias, em média. 

 “Apesar dos esforços das montadoras, as entregas de veículos ainda não atingiram o equilíbrio, em função da falta de alguns componentes, principalmente eletrônicos, mantendo o represamento de vendas, que já vinha sendo verificado. Nos resultados de maio, notamos que uma parcela dos emplacamentos se refere às vendas realizadas em meses anteriores. Como consequência da menor oferta, os estoques de veículos, para todos os segmentos, se mantêm em um nível muito baixo”, salientou. 

Da mesma forma, o dirigente ressalva que os comparativos sobre o ano passado devem ser relativizados. “Vale observar que esse crescimento, embora bastante positivo, se dá sobre uma base comparativa baixa, já que tivemos péssimos resultados nos meses de março e abril do ano passado, em função do início da pandemia e da paralisação súbita da economia”, explicou.

A Fenabrave, no entanto, manteve a expectativa de alta nas vendas em 16% ao final de 2021, em boa parte porque o crédito para financiamentos continua com boa oferta em âmbito nacional: a aprovação se mantém em 6,7 fichas para cada dez enviadas aos bancos. “Há demanda e crédito elevados, no mercado automotivo. Com a evolução da vacinação e imunização da população, talvez estejamos diante de um quadro mais favorável do que o estimado, quando iniciamos a segunda onda da pandemia, neste ano”, encerrou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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