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Vendas em supermercados no Amazonas estagnam em agosto

Após abrir o segundo semestre com crescimento  no volume de vendas de  2%, o setor de supermercado no Amazonas estagnou no mês de agosto registrando o  mesmo percentual. O balanço é da  Amase (Associação Amazonense de Supermercados).

A estabilidade nas vendas do setor foi motivada pela abertura de novos supermercados que acabou refletindo no desempenho. “Nós tivemos várias aberturas de empreendimentos o que desorganizou um pouco o setor. Cada nova loja aberta faz as outras perderem em torno de 10% a 15% de percentual dependendo da distância entre elas e agora nós estamos refazendo todo o processo, atribui o vice-presidente da entidade, Ralph Assayag.

Além desse fator, as pessoas com mais liberdade de poder investiram em viagens e na aquisição de outros produtos e serviços. O que fez o setor  perder um equilíbrio. 

“Com mais autonomia e liberdade para comprar o consumo no supermercado ficou no escanteio. O que fez registrarmos um empate técnico em relação ao volume de vendas no mês de agosto. O que foge um pouco daquilo que vinha acontecendo no varejo”.

Apesar da inércia, que eleva para baixo as projeções do segmento ao apostar  que o mês de agosto seria o início de um termômetro para o aquecimento da economia, o mercado segue confiante.

Na perspectiva dele, como é um prazo curto entre julho e agosto, é  preciso aguardar um pouco mais para ter um resultado mais concreto sobre os motivos desse comportamento. “Vamos esperar um pouco mais. Neste mês de setembro tivemos a Semana do Brasil, com um resultado melhor em comparação ao ano passado, o que vem favorecendo gradualmente  as vendas nessa primeira quinzena”.  

A projeção da Amase para o segundo semestre está em sintonia com as estimativas da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que prevê um segundo semestre de otimismo. E destaca como os principais itens, que tendem a favorecer a retomada econômica, o pagamento do auxílio emergencial a partir de 18 de agosto, o terceiro lote da restituição do Imposto de Renda, os R$ 82 milhões do auxílio emergencial para mais de 110 mil mulheres chefes de família monoparental e datas comemorativas como o Dia dos Pais, feriado de 7 de Setembro, Dia da Criança e o Black Friday.

Na análise da economista Bianca Mourão, a inflação e a pandemia estão atrapalhando. Apesar de considerar que  o desempenho dos supermercados melhorou. “As pessoas passaram a fazer as próprias refeições em casa ao invés de comprar pronta. Isso porque o poder aquisitivo diminuiu em decorrência da inflação e do outro lado a pandemia ainda atrapalha o desempenho da economia dificultando o retorno ao mercado de trabalho e até mesmo a busca por novas fontes de renda”. 

Sobre os fatores que levaram ao resultado de agosto ela considera que pode ser o brasileiro apertando o cinto ainda mais e comprando apenas o necessário e aguardando o cenário econômico melhorar. “Enquanto o valor dos combustíveis não baixar (pra baratear o frete) e o dólar também, pois muitas indústrias compram insumos importados, vai ser complicado imaginar outro cenário. Entramos num ciclo vicioso onde um preço alto vai puxando o outro pra cima”, acrescenta

Recuperação nos últimos meses

Vale lembrar que o setor fechou o primeiro semestre com índices favoráveis. Dados da entidade que representa o segmento no Estado, apontam que de janeiro a junho deste ano, houve um acréscimo de 3% se comparado a igual período de 2020.  O comportamento dos supermercados foi  dividido em dois trimestres. De janeiro a março teve alta nas vendas de 10% e de abril a junho teve queda de 2%. Mesmo assim, o setor teve saldo positivo em todo o semestre. 

Cesta Abrasmercado 

De acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), a região Norte segue com a cesta mais cara do país no valor de R$ 752,89 (acumulado de 23,49% nos últimos 12 meses). O custo da cesta com os 35 produtos mais vendidos em supermercados manteve a tendência de alta, fechando o mês em R$ 668,55, acréscimo de 0,96% em relação a junho. Comparando com julho/2020, a alta foi de 23,14%. Estão incluídos nessa lista alimentos, cerveja, refrigerante e produtos de higiene.

“O movimento de preços não está acontecendo somente no Brasil, mas no mundo. Nos últimos 12 meses, identificamos aumento em função da exportação de alguns produtos com maior procura, e em função do câmbio que foi bastante favorável’, afirmou Milan.

Os valores das cestas nas regiões Sul (R$ 734,10), Sudeste (R$ 640,87), Centro-Oeste (R$ 616,68) e Nordeste (R$ 598,22), apresentaram alta no mês de julho. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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