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Vendas do Dia dos Namorados no Amazonas superam expectativas

Duas pesquisas de entidades classistas, com metodologias diferentes, confirmam que as vendas do varejo amazonense para o Dia dos Namorados deste ano superaram as expectativas, com índices de crescimento de 3,6% a 10%. Em linhas gerais, a dinâmica se deu de forma semelhante à do Dia das Mães, com resultados globais surpreendentes e preferência do consumidor por itens de menor valor agregado. Apesar da ausência de datas comemorativas no curto prazo, a expectativa do setor é seguir em trajetória de retomada gradual. 

Sondagem da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), indica que o incremento foi de 3,6% sobre os resultados de 2019 – período anterior à pandemia – somando uma receita bruta superior a R$ 49,87 milhões. A entidade projetava alta de 3,1% e R$ 49,63 milhões de resultado. O ticket médio encostou nos R$ 150, superando também as estimativas iniciais dos comerciantes, que aguardavam gastos médios de R$ 145,92 nas compras deste ano. 

Estudo do Ifpeam (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas), realizado por corte de segmentos, aponta que 82% do varejo conseguiu vender mais do que no Dia dos Namorados de 2020 – período em que os ciclos de reabertura pós-primeira onda ainda estavam começando. Os demais 18% amargaram queda e ninguém estagnou. A maior parte dos lojistas (53%) registrou aumento de até 10% nos resultados, mas 36% alcançaram incrementos que chegaram aos 30%, enquanto os 11% restantes chegaram a turbinar as vendas em até 60%. 

De acordo com o Ifpeam, no entanto, lojistas ouvidos pelo telefone informaram que o “clima de medo” causado pelos recentes ataques de uma facção criminosa em Manaus e outros municípios amazonenses inibiram o potencial das vendas. A chegada das tropas da Força Nacional em Manaus, por outro lado, foi vista como ponto positivo, “não devendo comprometer os resultados futuros aguardados pelo setor”. 

Segmentos e locais

A CDL-Manaus não informou quais os segmentos que melhor desempenharam no Dia dos Namorados deste ano, embora já apontasse vestuário (14,9%), perfumes (12,5%) e calçados (11,2%) como os preferidos pelo consumidor, entre outros itens. O levantamento do Ifpeam confirma que os três subiram ao pódio, mas com predominância de perfumaria e cosméticos (29%), em detrimento de calçados (25%) e vestuário (18%). As posições seguintes foram ocupadas por bolsas e acessórios (14%) e “outros segmentos” (11%), além de eletrônicos e utilidades domésticas (ambos com 2%, cada).

O Ifpeam avaliou que o perfil dos produtos preferidos pela clientela nesete ano seguiu a linha já apresentada no Dia das Mães, com prioridade para as ‘lembrancinhas’. “A oferta de descontos diferenciados foi uma das estratégias usadas por lojistas para atrair o cliente. No entanto, os produtos mais caros, como smartphones e eletroeletrônicos, apareceram com intenções de compras menores”, ponderou a entidade, no texto da sondagem.

Segundo a CDL-Manaus, os shoppings (24,2%) lideraram os locais de procura de presentes para o Dia dos Namorados, confirmando as projeções iniciais. No ranking das compras presenciais, Centro (20,8%), comércios de bairro (17,8%) e lojas de departamento (10,2%) ocuparam as posições seguintes. Mas, assim como visto no Dia das Mães, em razão da pandemia, os meios eletrônicos ganharam mais espaço no coração – e carteira do consumidor. As mídias sociais das lojas foram a opção para 17,8%, seguida por internet/e-commerce (6,3%). 

“Neste ano, houve uma maior procura nos locais de compra para o Dia dos Namorados. Este crescimento foi bastante significativo nos comércios de bairros e no centro da cidade aquecendo assim as vendas no comercio tradicional da cidade que estava um pouco esquecido pela população nas tendências de compras”, assinalou CDL-Manaus, no texto do levantamento.

O estudo do Ifpeam não entrou em detalhes sobre os locais preferidos pelo consumidor, neste ano. Mas, a entidade não deixou de mencionar que os shoppings centers da capital “foram apontados pelos lojistas” como “responsáveis pela deterioração dos centros tradicionais de compra” e que “a situação do pequeno comerciante alocado no Centro de Manaus não é tão confortável”, lembrando que estes ainda enfrentam os efeitos da cheia recorde deste ano. 

“Crescimento substancial”

O presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, ressalta que o comércio, com todas as paralisações que sofreu, de seis meses ao longo de quase um ano, perdeu muita substancia e se desarticulou. O dirigente lembra que muitas empresas sofreram dificuldades e se desequilibraram, sendo que algumas não sobreviveram. Mas, pondera que o importante é que o setor entrou em um processo de recuperação, a partir de 9 de março, data do início das flexibilizações governamentais pós-segunda onda.

“É claro que essa recuperação não é automática. Até porque o comércio ficou em uma defasagem de calendário e desabastecido. Mas, o certo é que tivemos um crescimento substancial sobre o ano passado, que foi um período muito bom, até meados de novembro. Estamos ainda vivenciando um momento muito ruim pelas chuvas e temos, por outro lado, um engessamento do comércio da Manaus Moderna. Mas, estamos crescendo em empregos e faturamento”, ponderou.

Aderson Frota destaca que o setor já vem de um crescimento de vendas “muito expressivo” no Dia das Mães – considerado pelo setor como “o segundo Natal do ano”. Observa também que, agora, o setor alcançou um resultado significativo no Dia dos Namorados, que “não é uma das melhores datas” para o varejo. “Essa é uma demonstração do vigor que o comércio vem tendo ao longo desse período. Provavelmente, vamos ter um segundo semestre muito bom, que já é o tradicional”, concluiu.

Procurados pela reportagem, o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, e o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, não puderam ser localizados até o fechamento desta matéria. Em entrevista anterior, Azury, que também é vice-presidente da CDL-Manaus, assinalou que o setor tinha boas expectativas para a data e que o setor, vinha de um Dia das Mães com vendas acima do esperado, em um aquecimento que sinalizava seguir gradual. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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