9 de dezembro de 2024

Vendas do comércio na Páscoa devem crescer 3% em Manaus

A CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus) projeta crescimento de 3% para as vendas de Páscoa, neste ano. A receita bruta aguardada é de R$ 59,6 milhões, com ticket médio de R$ 152. Mas, apesar da aguardada expansão da demanda, o varejo da capital amazonense manteve as compras deste ano nas mesmas 38 mil toneladas registradas no ano passado. Os comerciantes também esperam repetir 2023 em termos de ampliação de seu contingente de colaboradores, com 300 novas contratações. Os dados estão na pesquisa divulgada pela entidade, nesta quarta (21).

Seis em cada dez consumidores garantem que vão comprar presentes para a Páscoa. Os números gerais são positivos, mas são mais amenos do que os do ano passado, quando o varejo manauense emergia dos anos de crise da covid-19, embora já sofresse com a escalada da inflação e dos juros. Em 2023, os lojistas aguardavam um incremento de 4% para as vendas, que atingiriam R$ 61 milhões e média de gastos de R$ 160 por consumidor. A formação de estoques de produtos derivados de chocolates, por outro lado, marcava uma taxa de expansão de 8,57% sobre 2022 (35 mil toneladas).

Em síntese, o levantamento mostra também que o consumidor está reforçando o foco na qualidade dos produtos que compra, em detrimento das promoções e descontos. As preferências, no entanto, ainda incluem itens de menor valor agregado, como caixas de bombons, e locais de compra mais populares, como supermercados. Em sintonia com o aumento dos juros, e seus reflexos nas taxas de endividamento e inadimplência, o manauense também está priorizando os pagamentos à vista para fugir do crédito. 

Tradição x preços

Em torno de 61,3% dos entrevistados confirmam intenção de compras, nesta Pascoa – contra os 77% mensurados no ano passado. O principal motivo é o “gosto por chocolates”, do entrevistado ou das pessoas que pretende presentear (51%). Além da ‘chocolatria’, a intenção de compras é movida também pelo costume de presentear (27%), tradição (19%), por “outros motivos” (16%), por considerar que “é um gesto importante” (5%), ou para “cumprir uma obrigação social ou retribuir um presente” (4%). 

Nada menos do que 25,3% dos consumidores ouvidos ainda se dizem indecisos, enquanto 13,4% avisam que vão passar longe do comércio para a data. As justificativas apontadas para não comprar são os “preços elevados” (67%) e a falta de dinheiro (36%). A lista inclui também “outras prioridades” de gastos (25%), a falta de costume (9%), a decisão de confeccionar os próprios produtos (1,3%), e a falta de interesse em presentear (1,3%) 

Filhos e filhas (48%), pais/mães (38%), e cônjuges (29%) encabeçam a lista de presenteados deste ano. Na sequência estão irmãos e irmãs (23%), namorados e namoradas (20%), sobrinhos e sobrinhas (18%), amigos e amigas (16%), netos e netas (5%), colegas de trabalho (5%), professores e professoras (5%), afilhados e afilhadas (5%), enteados e enteadas (5%) e “outros” (5%). Em torno de 21% dizem que a compra será para o próprio consumo. Os principais locais escolhidos para a comemoração são a própria casa (68%), casas de parentes (13%), casa dos pais (9%), e “em viagem” (2%)

Preferências de gastos

As preferências por produtos incluem caixas de bombons (54%), ovos de chocolate (54%), ovos caseiros (45%), barras de chocolate (43%), cestas personalizadas (16%), colomba pascal (14%) e “outros” (5%). As faixas de gastos prioritárias são as que vão de R$ 101 a R$ 200 (43%) e até R$ 100 (39%). Mas há também quem pretende aumentar seus dispêndios para $ 201 a R$ 400 (7%), ao passo que 11% estão indecisos.

As formas de pagamento à vista são as prediletas, principalmente Pix (59%), mas também dinheiro (23%) e cartão de débito (23%). O cartão de crédito parcelado (20%) e à vista (16%) vem em seguida. Os locais de compras preferenciais são supermercados e hiper e supermercados (34%), shoppings (23%), confeitarias (23%), comércios de bairros (7%), internet e lojas virtuais (5%) e Centro (4%). Os critérios de escolha da loja são qualidade dos produtos (79%), promoções e descontos (64%), facilidade de acesso (43%), atendimento (30%), diversidade de produtos (29%), facilidade de pagamento (23%), frete grátis (23%), comodidade (20%) e “outros” (2%).

Contratações e otimismo

De acordo com o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, os comerciantes da capital estão otimistas em relação às vendas para a data comemorativa e esperam ampliar não apenas a oferta de produtos e o consequente faturamento das empresas, como também gerar mais 300 postos de trabalho nos estabelecimentos da cidade, no intuito de atender a demanda extra. É a mesma quantidade de vagas abertas pelo varejo manauense na Páscoa de 2022, ano em que o setor saia do zero a zero dos dois anos anteriores – que foram de pandemia. Segundo o dirigente, o setor está otimista.

“A Páscoa promete ser excepcional, com expectativas de um resultado impressionante. Também teremos a criação de 300 empregos temporários, caso contrário não vamos conseguir vender. Os supermercados já estão fazendo as contratações. Há uma vasta variedade de ovos de Páscoa, coelhos de chocolate e outras opções. A decoração está sendo vendida também. Espero que a gente tenha um bom resultado, empolgando as pessoas, para comprarem chocolates, e dar a seus familiares ou até a uma criança mais pobre. E também fazendo seus ovos, com chocolate em pó ou em barras, para criar uma mentalidade maior para a Páscoa”, arrematou.

Boxe ou coordenada: Saiba mais sobre a pesquisa

A pesquisa da CDL-Manaus foi realizada via Google Formulários e através de aplicativo de mensagens instantâneas, entre 9 e 20 de fevereiro de 2024. No total, foram ouvidas 2.285 pessoas, entre homens (46%) e mulheres (54%), nas faixas etárias de 18 a 25 anos (29%), entre 33 e 40 anos (25%), de 26 a 32 anos (23%), acima dos 50 anos (12%), e entre 41 e 50 anos (11%). A maioria tem renda familiar de R$ 2.501 a R$ 4.000 (28,8%). Em seguida estão os que ganham mais de R$ 4.000 (22,1%), entre R$ 1.801 e R$ 2.500 (18,6%), até R$ 1.412 (16,9%) e de R$ 1.412,01 a R$ 1.800 (13,6%). Os entrevistados residem nas zonas Norte (25%), Leste (20%), Oeste (19%), Centro-Oeste (15%), Centro-Sul (12%) e Sul (9%) da cidade. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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