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Venda porta a porta cresce durante a pandemia

Venda porta a porta cresce durante a pandemia

O setor de vendas diretas está entre as atividades que pouco tiveram crescimento no primeiro semestre deste ano. No entanto, dados da Abevd (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas), entidade que reúne as empresas do setor, mostra que o segmento registrou em julho um aumento de 38,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no acumulado do primeiro semestre de 2020, a venda de porta a porta cresceu cerca de 3% em comparação com o primeiro semestre de 2019. Já o número de revendedores teve um salto de 21% na comparação entre os meses de julho destes anos.

A performance tende a manter-se em razão dos reflexos causados pela pandemia que forçou as pessoas respeitarem o isolamento social trazendo um gás para o mercado.  “A atividade veio de encontro a tudo isso conciliando a oportunidade de dar trabalho e renda para  as pessoas que ficaram paradas. Além da possibilidade de entregar os produtos com toda conveniência e praticidade nas casa das pessoas”, afirma Adriana Colloca, presidente executiva da Associação. 

A facilidade tecnológica deu um ‘forcinha’ para as vendas online. Foi este caminho que possibilitou  a garantia de comercialização dos produtos que o gerente administrativo Sérgio Oliveira, 46, e a esposa angariaram durante o pico da Covid-19. 

“Nós aproveitamos o momento para fazer vários cursos online que ajudassem a aumentar as nossas vendas pela internet e deu certo. Ao invés de vendermos apenas para alguns colegas, nossa rede de contato ampliou e em pouco tempo os números de pedidos aumentaram em torno de 30%”, comemora. 

A presidente da Abevd, fala que os dados mostram um momento bastante positivo para o setor de expansão e inovação. “Mais do que nunca, a Venda Direta é uma excelente opção de negócio para quem quer empreender e precisa de uma renda adicional, com baixo risco e custo de entrada”. Ela diz que o setor já  vinha incentivando a força de vendas para o uso de ferramentas digitais na divulgação e venda de produtos. Com a possibilidade de ser feita de forma digital, não há mais barreiras. “O relacionamento, o cuidado e o carinho da Venda Direta podem acontecer online, com conquista de mais clientes e maior divulgação dos produtos. É o que chamamos de Social Selling, a venda direta acompanhando as tendências das relações em geral. Se as relações estão cada vez mais digitais, a venda direta segue esse caminho e encontrou solo fértil para crescimento”, completa.

Mais que se ‘virar nos trinta’ para atender os clientes devido o crescimento na procura as vendas para a empreendedora Cibele Garcia, 37, as vendas pela internet é um caminho sem volta, além de aumentar o alcance entre os clientes, traz uma visibilidade sem tamanho. “Ela foi uma ferramenta fundamental, tinha dia que as entregas eram feitas à noite porque durante o dia não dava tempo”, conta ela. “O Dia das Mães e dos Namorados foram muito positivos. Depois que reabriu voltou meio que ao normal, mas parece que alguns resolveram aproveitar a comodidade e continuam. Eu já atendia assim, só senti que agora eles estão mais acostumados e até preferindo essa modalidade de venda. Sigo sem loja física. E continua dando certo”, acrescenta.

Dados pertinentes

Vale lembrar que o perfil do empreendedor neste segmento, os jovens somam 48% dos empreendedores independentes e as mulheres são 58% na força de vendas, fatores que facilitam a virtualização dos negócios. De acordo com pesquisa as vendas diretas tiveram engajamento de 20,6% na internet, 18% no WhatsApp e 14,9% nas mídias sociais, ou seja, mais de 50% das vendas realizadas pelos empreendedores independentes ocorrem em meio digital.

O WhatsApp é a ferramenta mais utilizada de comunicação com os clientes, seja para disponibilizar informações sobre produtos ou serviços ou para realizar atendimentos e vendas. Já as redes sociais, além de atuarem como canal de vendas, também estabelecem o contato e o relacionamento com o cliente, já que as relações pessoais estão no centro do negócio, o que também viabiliza a utilização do canal da venda direta como preferência na aquisição de um produto.

O processo de digitalização do setor ocorreu por meio da otimização de processos, convergindo para determinadas ferramentas digitais que ofereçam tecnologia e auxiliem os empreendedores em suas funções, como plataformas de treinamento, kits de materiais de comunicação, atendimento individual e especializado que atendam às necessidades de diferentes perfis de empreendedores.

Panorama

Estima-se que no Brasil mais de quatro milhões de pessoas atuam no setor de vendas diretas como empreendedores independentes (como são chamados oficialmente os revendedores/representantes). O País também é líder neste segmento na América Latina, e 6° maior mercado de vendas diretas no mundo.

Especialistas do setor acreditam que, com a digitalização, a venda direta é uma tendência que chegou para ficar porque se mostra como uma excelente oportunidade, já que é democrática e acessível. O digital desburocratiza e facilita o acesso e a venda de produtos e serviços, se configurando como uma oportunidade de experimentar, de forma moderna, uma atuação que vem ganhando destaque por estar alinhada ao futuro.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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