O rigor dos bancos para liberar financiamentos continua refletindo nos emplacamentos de veículos no Amazonas. Depois de começar o ano com uma pequena retração de 0,32%, em fevereiro, quando foram vendidos 3.645 veículos novos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos), o ‘tombo’ foi de 17,72% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
“Embora o governo federal esteja trabalhando na redução da Selic –taxa básica de juros– e tenha cortado o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em 30% para as montadoras, o crescimento dos índices de endividamento familiar ainda deixa as financeiras apreensivas. Todo esse rigor é um mecanismo de segurança”, explicou o vice-presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Junior.
Ele lembra que a crise nos Estados Unidos começou pelo endividamento das famílias em relação às hipotecas, “e agora com a declaração de crise na economia chinesa, a postura de cautela deve continuar”, projetou o economista.
A maior retração veio das concessionárias de automóveis e comerciais leves (carros utilitários). Enquanto, em fevereiro do ano passado, 2.527 carros novos foram emplacados, este ano apenas 1.974 saíram dos pátios das revendedoras, o que significa uma retração de 21,88% nas vendas.
Mesmo tendo registrado um movimento razoável em fevereiro, o gerente de vendas da Braga Veículos, Onias Braga, admite que o movimento do mercado de autos não para de cair.
Segundo ele, a redução de linhas de crédito liberadas justifica os números menores nas vendas uma vez que 70% dos carros novos são vendidos por meio de financiamento bancário.
“Não basta mais querer comprar. Para isso, o cliente precisa ter um histórico exemplar de inadimplência e provar se realmente tem condições. Comprar um veículo novo com ‘0’ de entrada como era oferecido antes, é cada vez mais difícil”, constatou.
Já no caso das motocicletas, produtos de menor valor agregado, o gerente de vendas da TV Lar Motos, Luis Santos, garante que a retração não afetou o resultado de fevereiro. “Ainda conseguimos registrar um aumento de 10% nas vendas. O movimento ainda não ‘acelerou’ mas a perspectiva é boa para os próximos meses”, afirmou.
Os números da Fenabrave, dizem o contrário. Segundo o levantamento, em fevereiro, foram vendidas 1.511 motos, redução de 15,59% frente ao total emplacado em fevereiro do ano passado (1.790 motos) e de 20,22% no comparativo com janeiro de 2011 (1.894 emplacamentos).
Somente a venda de ônibus e caminhões, com 160 unidades emplacadas, registrou crescimento nas vendas -11,89% a mais frente a janeiro e 41,59& em relação a fevereiro de 2011.
Mourão Junior pondera que apesar de o PIB (Produto Interno Bruto) ter recuado, a economia continua aquecida e a tendência é de que nos próximos meses a situação nas vendas se estabilize.
“No entanto, acredito que as financeiras vão continuar com essas medidas por mais algum tempo, o que não é exatamente ruim, pois elas ajudam a manter as vendas e dão crédito para quem realmente tem condições de comprar, controlando a inadimplência”, avaliou.
Venda de veículos cai 17,72% no AM
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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