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VAREJO

Os empresários do comércio varejista terão de redobrar a atenção este ano, por conta justamente de eventos como a Copa do Mundo e as eleições. Apesar de serem dois possíveis fomentadores de vendas, os acontecimentos exigirão estratégias distintas das empresas, que para passarem pela sazonalidade dos períodos sem sustos deverão adequar estoques e investir em governança corporativa, além de buscar entender novos hábitos dos consumidores, por exemplo. “Temos de ter em mente três pontos distintos: a sazonalidade [dos eventos], que gera incerteza; o baixo crescimento médio da economia, além da mudança do hábito do consumidor”, detalhou o sócio da consultoria McKinsey & Company, Bruno Furtado. O executivo afirmou, em encontro com empresários na Amcham, em São Paulo (SP), que a sazonalidade deve fazer com que as empresas de varejo se preparem para a demanda de maneiras distintas. “Assertividade e flexibilidade devem ser levadas a sério. Você não pode ter ruptura no ponto de venda (falta de produtos), mas não deve ter estoques sobrando”, explicou ele. Para que isso aconteça, políticas de governança corporativa se fazem necessárias.
“Os empresários devem fazer previsões de demanda baseada por regiões e não por produtos”, pontuou. Em ano de mundial do futebol, o segmento de vendas de itens especializados é um dos mais preocupados. Ao DCI, a rede de artigos esportivos Decathlon disse ter se estruturado com oito meses de antecedência para evitar surpresas nos próximos meses.
“Boa parte dos produtos é importado, como o caso da bola oficial, a Brazuca, produzida pela Adidas. Por isso, temos de nos planejar com antecedência, pois reposição de produtos nos próximos meses pode ser complicado devido ao processo de importação”, afirmou anteriormente o diretor comercial de futebol e esportes coletivos da rede, Rodnei Mendonça. Sobre os estoques, o executivo mencionou terem se estruturado com cautela. “Em eventos esportivos você trabalha com a sorte. Se o Brasil chegar só até às quartas de final, as vendas de camisas e demais produtos param, pois o torcedor vai ficar frustrado. Se o Brasil ganhar, aí temos de nos preocupar também, pois as camisas com cinco estrelas não serão vendidas, o consumidor vai querer a camisa do hexa”, argumentou.
Como a mão de obra é um dos gargalos no setor, ter em sua equipe profissionais capacitados para exercer mais de uma função também pode ser uma das estratégias para o período. “Na Pizza Hut, por exemplo, existem profissionais que são acionados para ajudar no atendimento telefônico. Eles fazem isso de casa”, disse Furtado.
Outro ponto mencionado, que deve ser levado em consideração, é a mudança de hábito do consumidor. Furtado explicou que de 2006 para cá, o mercado passou por uma grande mudança, e que categorias que antes eram consideradas supérfluas hoje passam a ser consideradas artigos de primeira necessidade. “O brasileiro passou a se preocupar mais com os cuidados com a saúde, logo, a venda de itens correlatos a isso tem boaperspectiva de crescimento”, disse.
O consultor da McKinsey afirmou ainda que uma pesquisa de opinião apontou que o Brasil está se igualando ao mercado norte-americano no consumo de produtos saudáveis. “Em 2006 o consumo era de 6%, em 2010 ele passou para 15% e a perspectiva para 2015 é que o segmento chegue a 21% no Brasil”, enfatizou Bruno Furtado.

Outros setores
Mesmo com todos os pontos positivos que se espera com a realização de uma Copa do Mundo em um país, a conjuntura econômica brasileira será a responsável pelo resfriamento do consumo, até o ano que vem. “O setor tem tido altos e baixos.
O crescimento médio do consumo das famílias brasileiras tem variado entre 6,9% (índice esse atingido em 2012) e de 2% a 2,5%, que é a perspectiva para 2014. No ano que vem, ele será menor ainda, estimado em 1,9%”, argumentou Fortunato.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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