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Varejo registra queda de 2,62% no receita de janeiro

O desempenho do comércio varejista local mostrou queda de 2,62% em janeiro ante mesmo mês do ano passado, demonstrando claramente os efeitos da crise financeira sobre o setor. Em relação ao nível de emprego, os dados, divulgados pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), apontam ainda que na comparação com o mês anterior, a retração em janeiro só não atingiu o segmento dos materiais de construção, que apresentou variação positiva de 0,48%.
As atividades que registraram quedas mais expressivas em relação a igual período do ano passado foram lojas de CDs/instrumentos musicais (44,47%), móveis e decorações (36,81%) e as óticas (31,31%). O comércio automotivo também manteve a trajetória no faturamento real pelo quinto mês consecutivo mantendo a estabilidade de 1,8% ante mesmo mês de 2008.
Segundo o economista Altamiro Carvalho, com a extensão do período de benefício do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), existe a expectativa de que o setor retome em breve um patamar mais condizente de movimento, inclusive em termos de faturamento, isto porque, segundo o Detran-AM, em fevereiro, o número de licenciamentos de veículos novos, no Amazonas, foi praticamente igual ao verificado em fevereiro do ano passado. “Essa aparente discrepância entre dados de licenciamentos e vendas explica-se pela mudança nos tipos de veículos: com o estímulo escalonado do IPI, houve maior benefício para veículos de baixa potência e mais baratos, reduzindo o volume monetário das vendas, apesar de manter um nível mais positivo em termos de quantidade”, explicou.
Na análise da folha de pagamento, segundo os dados da Fecomercio, com exceção do segmento de materiais de construção, todos os outros grupos de atividade apresentaram retração, com destaque para os bens duráveis que decresceram 5,58% e semiduráveis com 2,85%. Na comparação com janeiro do ano passado, o varejo em geral apresentou avanço de 1,14%, sendo que em algumas atividades, como o grupo de bens duráveis, o indicador continuou negativo (5,55%).
De acordo com o estudo, o crédito para pessoas físicas em janeiro permaneceu mais contido do que no ano passado, refletindo o baixo nível de confiança tanto do setor financeiro quanto dos consumidores nas transações envolvendo empréstimos de médio e longo prazos. “Os números da Fecomercio mostram um aspecto positivo observado no mês: a queda, ainda que modesta, nas taxas médias de juros e nos spreads cobrados nos financiamentos para as pessoas físicas, mas que ainda permanecem muito elevados”, avaliou Carvalho.
O comerciante Fábio Castro Gomes, atuante no segmento de materiais de construção, concordou com o economista, afirmando que o ciclo de cortes na taxa básica pode permanecer ao longo do ano para acompanhar uma trajetória de custos financeiros mais condizentes com a capacidade de pagamento dos consumidores. “O governo já percebeu que não adianta inventar linhas de crédito para reforma e construção para a população das classes B e C, se os juros bancários não forem atraentes. E é com esse pensamento voltado para o aumento que esperamos os números do primeiro semestre”, contou o emrpesário.
As esperanças do comerciante não estão distantes de acontecerem, pois de acordo com a Fecomercio, o nível de estoque do varejo em geral apresentou queda de 1,11%, destacando-se o grupo de bens semiduráveis (-6,19%) e duráveis (-4,67%).
No entendimento do economista-chefe da Fecomercio, José Fernando Silva, essa queda no estoque mostra as incertezas quanto aos desdobramentos do cenário externo devido à crise financeira levaram a uma redução da confiança do empresariado em relação às vendas. “Só que o consumidor foi às compras e manteve o mesmo nível médio nas compras, principalmente no segmento de papelaria/livraria”, explicou.
A pesquisa da Fecomercio apontou que as mesmas três atividades que tiveram índices positivos no mês passado mostraram crescimento em fevereiro. Os índices positivos de vendas foram observados nas Utilidades Domésticas, Cine/Foto/Som, Joalherias/Relojoarias e nos Vestuários, que registraram aumentos de 2,69%, 199,96%, 114,45% e 18,10% comparativamente a janeiro do ano passado.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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