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Varejo reage ao aumento de custos pela Redecard

A intenção da Redecard de aumentar a taxa de administração cobrada do varejo sobre as vendas parceladas sem juros no cartão de crédito MasterCard provocou uma reação contrária em cadeia dos empresários do setor. A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Porto Alegre e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) protestaram e ameaçam com um boicote à bandeira porque, segundo as entidades, as empresas não têm margem para suportar o reajuste proposto, que chega a 20% sobre as tarifas atuais.
O movimento contra o aumento da taxa de administração está tomando corpo em todo o Brasil e poderá ter o apoio do Amazonas, “caso o fato não seja revisto”, segundo anunciou a CDL-Manaus.
As Lojas Renner já suspenderam as vendas a prazo no MasterCard. Segundo o diretor de relações com investidores, José Carlos Hruby, a decisão foi tomada no início do mês de março nas 95 lojas da empresa no Brasil. Para a rede varejista, o impacto deverá ser pequeno, porque entre 65% e 70% das vendas (de R$ 2,56 bilhões em 2007) são feitas com cartão próprio.
Na maior parte dos casos as empresas preferem não se expor e deixam a briga a cargo das entidades representativas. Mas com a condição de terem seus nomes preservados, outras duas redes com sede no Rio Grande do Sul, uma de móveis e eletrodomésticos e outra de moda jovem, informaram que deixarão de aceitar o MasterCard caso os reajustes sejam efetivamente aplicados. “O aumento tornaria as vendas inviáveis”, afirmou um lojista.
O diretor executivo da Redecard, Marcos Negreiros, explicou que as negociações vêm ocorrendo desde o fim do ano passado e são “pontuais”, pois atingem menos de 1% da base de 1,15 milhão de estabelecimentos credenciados no país. Os mais afetados são os estabelecimentos de maior porte, para os quais as taxas aplicadas são mais “agressivas”, informou.
Segundo Negreiros, a correção é necessária devido ao aumento do risco embutido nas vendas a prazo, que é suportado pelos bancos emissores dos cartões. Hoje, a tarifa varia de 2% a 5% e é dividida entre a instituição financeira que cede o “funding” para financiar as vendas, a bandeira e a Redecard. “Somos só um dos elos no processo de precificação”, afirmou.
O executivo disse ainda que não identificou qualquer movimento de descredenciamento ou suspensão de uso do Mastercard pelos lojistas. “Há muito barulho em torno do caso”, comentou. Ele se reuniu com o presidente da CNDL e propôs um encontro de representantes dos lojistas com a Abecs (Associação Brasileira de Cartões e Serviços) para esclarecer a situação, mas para Negreiros está estabelecida uma “rota de colisão” entre o varejo e a Redecard.
De acordo com o presidente da CNDL, a alegação da Redecard de que o reajuste é necessário em função da inadimplência nas operações parceladas não se sustenta e o boicote à bandeira será uma “necessidade”.
“As taxas representam mais do que a margem líquida de muitas empresas e não há sentido em aumentá-las numa economia estabilizada”, reforçou o presidente da CDL, Vilson Noer. A entidade de Porto Alegre puxou a reação contra o aumento com a publicação de uma nota em um jornal local orientando que os lojistas rejeitem o “aumento abusivo” e também ganhou o apoio do Instituto de Desenvolvimento do Varejo, que reúne as 29 maiores redes varejistas do país.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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