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Varejo mostra pessimismo neste ano

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Entidades do varejo no Amazonas revisam a previsão de crescimento do setor para este ano. A expectativa dos empresários que no começo de 2012 era de 6% de incremento nas vendas, deve chegar a no máximo 3% até o final deste ano.
O quadro econômico desfavorável da economia internacional, a enchente recorde do Rio Negro, o efeito de greves, principalmente a dos auditores da Receita Federal, e o ano político foram os principais fatores citados pelos especialistas para a retração.
“Mesmo com os esforços do governo federal em diminuir tributos, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e mais recentemente o corte sobre o custo da energia elétrica, o comércio de uma maneira geral está cada vez mais preocupado e aqui não é diferente”, avaliou o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ismael Bicharra.
Para ele, as medidas para reanimar a economia só deverão ter reflexo a partir do próximo ano. “Acreditamos que a economia está se configurando de forma positiva para que o setor cresça pelos próximos 5 anos de forma significativa, mas para esse ano nossa expectativa aqui no Amazonas é de crescimento de no máximo, 3%”, completou.
Já o economista e vice-presidente da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, acredita que tendência de crescimento real – descontada a inflação – do varejo no Amazonas não deve ultrapassar 2,5%.
“O Amazonas segue a mesma linha do resto do país em relação confiança do empresariado do comércio. No Brasil, incentivos fiscais e medidas do governo federal conseguiram aumentar a confiança dos empresários do setor.No entanto não temos como escapar totalmente dos efeitos da crise internacional e internamente continuamos enfrentado nossos problemas com a inadimplência e o alto índice de endividamento familiar”, explanou.
De acordo com os dados da CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), o índice de inadimplência na capital amazonense que na passagem de 2011 para 2012 era de 3,1% saltou para 3,6% em agosto.
“Os consumidores da classe C, D e E estão enfrentando muitas dificuldades em quitar suas dívidas porque na época de forte liberação de crédito eles não souberam controlar seus gastos. Além disso, o nível de endividamento familiar do amazonense continua bem acima do limite de 30% de comprometimento da renda mensal”, acrescentou o economista.
Outras preocupações citadas pelos representantes foram a contenção de crédito e o rigor para financiamento por parte dos bancos, em especial para a compra de motocicletas e automóveis, e as elevadas taxas de cartão de crédito que comprometem o pagamento das dívidas.
O alto índice de desempregados na indústria também é motivo de queixa dos especialistas. “Para se ter uma ideia, cerca de 15% do contingente de trabalhadores da indústria foram demitidos até agora, e eles formam a massa que injeta recursos no comércio. Estamos apreensivos”, comentou Ismael Bicharra.

Últimos 4 meses

Embora a previsão para o balanço do comércio no ano não seja das melhores, a expectativa de aquecimento para o período que vai de setembro até dezembro deste ano ainda é positiva, principalmente na geração de empregos.
“A expectativa é que este último quadrimestre (de setembro a dezembro) seja positivo. No Amazonas, a contratação para o final do ano deve começar nos próximos dias e a passagem para o ultimo trimestre marca o aquecimento das vendas”, projetou Aderson Frota.
O vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Amazonas, José Ribamar Vieira do Nascimento informou que haverá um aumento de 15% na oferta vagas do comércio a partir deste mês. “As contratações temporárias devem se intensificar a partir da segunda quinzena de setembro e até 2 mil trabalhadores devem ser contratados com a expectativa de permanecer no cargo após o natal”, afirmou.
Na avaliação dele, tanto comerciantes como comerciários começam a ficar mais confiante a partir de agora. “Conquistamos reajuste de 6% nos salários dos comerciários que passam a ter o piso salarial de R$ 715.As demissões já diminuíram e nossa expectativa é das melhores. Parce que o pior já passou”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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