Quando o assunto é empreender, o segmento varejista lidera essa demanda. A presença de microempreendedores nessa área vem impulsionando cada vez mais a atividade que está entre as mais atrativas para os empreendedores amazonenses. Dados do Sebrae-AM apontam que de janeiro a maio deste ano o mercado despontou em oportunidades de negócios. Nos primeiros cinco meses de 2021 o comércio varejista em geral, alimentos e produtos de limpeza, além de vestuário e acessórios no estado, registrou mais de 11 mil novos MEIs (Microempreendedores Individuais).
Números que acompanham o cenário nacional com um levantamento realizado pelo Sebrae ao confirmar que entre as 10 atividades econômicas que mais atraíram a atenção dos empreendedores brasileiros, o segmento está no topo da lista. De acordo com o levantamento,
essas atividades já geraram mais de 1 milhão de novas empresas em 2021 – ao longo de todo o ano passado, foram registrados cerca de quatro milhões novos CNPJ registrados. Neste ano já foram 56 mil novos CNPJ abertos. Nos últimos anos, a atividade tem se mantido entre as mais procuradas pelos empreendedores.
A microempreendedora individual Débora Freitas faz parte do grupo que optou pela atividade nesse nicho. E revela que a experiência no mercado tem sido cada vez mais desafiadora, ao considerar que a pandemia forçou a migração para uma área que ela nunca imaginava atuar.
“Fui demitida em 2020, desde então, estava sem rumo sobre o que fazer. Mas eu tinha em mente que eu devia investir o dinheiro da minha rescisão em algum tipo de negócio. Pesquisei mercado, busquei orientação e decidi emplacar no ramo de vestuário. Ainda estamos na fase de adaptação, começando, por enquanto, somente com vendas online”. Para Debora mais que investir é saber atender o público e ter um diferencial. “Em breve, estaremos no nosso espaço físico”, declarou.
Para o Analista Técnico Sênior do Sebrae-AM Marcelo Souza da UAR (Unidade de Atendimento e Relacionamento), é um mercado em expansão, porque ele reflete a necessidade das pessoas se reinventarem em tempo de pandemia. “Um momento em que os empregos diminuem sobra criatividade para abrir o negócio próprio, neste caso o Sebrae oferece todas as condições para que o MEI tenha as ferramentas para ir em frente, com gestão financeira, planejamento de estoques, novas formas de comércio,através das redes sociais, e orientação para o crédito”.
Raissa Siqueira entrou para o mercado de alimentação em março deste ano, quando passou a produzir ovos de chocolates. Com o tempo ocioso e fora do mercado de trabalho há pouco mais de um ano, apostou na Páscoa e garantiu bons lucros. A resposta positiva nas vendas despertou ainda mais a busca por outros tipos de doces. Ela tem participado de cursos de capacitação profissional para aprender novas técnicas para comercialização de bolos, doces e salgados. “É um mercado vasto. As pessoas amam comer. É pensando nisso que eu tenho me especializado cada vez mais. A minha ideia é abrir a minha loja física. Mas, no momento, o foco é no aprendizado”.
A crise financeira instalada pelo coronavírus impôs a muitas pessoas a necessidade de empreender, o que fez aumentar o número de MEIs. No Amazonas, são mais de 113 mil em todo o Amazonas com negócios de pequeno porte cujo faturamento anual é de até R$ 81 mil.
Confira as Top 10 atividades econômicas dos empreendedores em 2021
1. Comércio varejista de vestuário e acessórios – 56 mil
2. Promoção de Vendas – 46 mil
3. Cabeleireiro, manicure e pedicure – 36,5 mil
4. Fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar – 32,5 mil
5. Obras de alvenaria – 32 mil
6. Serviços de documentação e apoio administrativo – 29,5 mil
7. Restaurantes – 28 mil
8. Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares – 24 mil
9. Transporte de cargas – 22 mil
10. Comércio Varejista de bebidas – 21 mil
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