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Varejo do Amazonas emenda 4º mês seguido de alta, em maio

O varejo do Amazonas emendou seu quarto mês seguido de alta, em maio. Em sintonia com a flexibilização do setor, o aquecimento proporcionado pelo Dia das Mães, e as primeiras concessões da nova fase do auxílio emergencial, o Estado bateu a média nacional em todas as comparações, ajudando a repor as perdas impostas pela segunda onda, em janeiro. O desempenho de segmentos dependentes de crédito, como veículos e material de construção somou números melhores. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE para o setor, divulgada nesta quarta (7).

O comércio varejista amazonense avançou 4,4%, na passagem de abril para maio, após as elevações sucessivas de fevereiro (+15,7%), março (+14,9%) e abril (+7,2%) – e o mergulho de janeiro (-30,5%). Em relação ao resultado de maio do ano passado – ainda impactado pela primeira onda da pandemia e pelas medidas de isolamento social –, o comércio local escalou 36,2% no volume de vendas. Os acumulados do ano (+10,4%) e dos 12 meses (+12,6%) também seguiram positivos. O Estado bateu a média nacional (+1,4%, +16%, +6,8% e +5,4%) em todas as comparações.

A despeito do novo acréscimo no volume de vendas na variação mensal, o Estado caiu do oitavo para o 11º lugar do ranking brasileiro. Amapá (+23,3%), Ceará (+9,4%) e Minas Gerais (+9,2%) tiveram os melhores números, enquanto Goiás (-0,3%), Pernambuco (+0,4%) e Paraíba (+0,7%) foram na direção contrária. No acumulado do ano, entretanto, o Estado se manteve na 15ª posição, em uma lista liderada por Amapá (+34,4%), Piauí (+22,6%) e Rondônia (+21,1%), e encerrada por e Tocantins (+8,4%), Distrito Federal e (-2,6%) e Mato Grosso (-1%).

Em virtude da inflação, a receita nominal apresentou resultados melhores em praticamente todas as comparações. A expansão ante abril foi de 4,3%, ficando abaixo da sondagem anterior (+6,6%). No confronto com maio de 2020, o varejo do Amazonas disparou 51,4%. O saldo do aglutinado do ano reforçou o azul (+22,6%), assim como o acumulado dos 12 meses (+21,1%). As médias nacionais (+2,4%, +29,8%, +18,1% e +13,3%, na ordem) foram novamente todas positivas e abaixo das registradas pelo Estado.

Com a variação mensal positiva na receita nominal, o Amazonas se segurou na sétima posição do ranking brasileiro. Amapá (+21,5%) e Ceará (+9,4%) alcançaram os melhores números, ao passo que Paraíba (+0,5%) e Goiás (+1,3%) tiveram os piores. Em cinco meses, o Estado subiu da 14ª para a oitava colocação. Amapá (+44,4%), Piauí (+34%) e Pará (+31,1%) dividiram o pódio. Em contraste, Tocantins (-2,6%), Distrito Federal (+7%) e Mato Grosso (+9,3%) figuraram no rodapé de uma lista com apenas um dado negativo. 

Veículos e construção

O IBGE não segmenta o desempenho do varejo no Amazonas. Em âmbito nacional, sete das oito atividades investigadas avançaram. A maior variação veio de tecidos, vestuário e calçados (+16,8%), seguida por combustíveis e lubrificantes (+6,9%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+6,7%). Livros, jornais, revistas e papelaria (+1,4%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+3,3%), hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+1%) e móveis e eletrodomésticos (+0,6%) foram também avançaram. O dado negativo veio de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,4%).

Mas, sabe-se que o varejo ampliado amazonense – que inclui veículos e suas partes e peças, bem como material de construção – teve resultados abaixo da média do setor apenas na variação mensal. O volume de vendas expandiu 2,9%, no confronto com abril de 2021, e decolou 43,3% sobre o mesmo mês do ano passado. A atividade subiu 14,8% no ano e 16,2%, em 12 meses. Em todo o país, o setor pontou +3,8%, +26,2%, +12,4% e +6,8%, respectivamente.

Já a receita nominal do varejo ampliado do Amazonas subiu 2,7%, na comparação de maio com abril deste ano, além de escalar 58.8%, na variação anual. Os resultados do caixa em valores correntes avançaram 27,5% no acumulado dos cinco meses iniciais de 2021 e foram positivos em 24,6%, no aglutinado dos 12 meses. A média brasileira (+4,7%, +41,1%, +24,6% e +15%) só foi melhor na variação mensal. 

“Tendência à normalidade”

Em sua análise para a reportagem do Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, salienta que as vendas do comércio amazonense continuaram sua trajetória de crescimento em maio, e atribuiu os resultados à “quebra de parte do isolamento social da pandemia” e ao impulso sazonal do Dia das Mães – considerado o segundo Natal do ano, para o setor. 

“O comercio ampliado teve um crescimento menor que o comércio normal, indicando que automóveis, peças e materiais de construção não tiveram bom desempenho. Mas, já são quatro meses de crescimento seguidos, fazendo a média móvel trimestral ficar em 9%, o que nos deixa bastante otimistas para os meses seguintes. A vacinação vai alcançar um maior número de pessoas com uma forte tendência de volta à normalidade e pleno funcionamento da economia”, comemorou.

Vacinação e cheia

Na mesma linha, o presidente em exercício da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, concorda que o Dia das Mães ajudou a aquecer as vendas do varejo amazonense, assim como a liberação da primeira parcela do novo auxílio emergencial trouxe mais liquidez à economia do Estado, em maio. O dirigente avalia que a tendência de curto prazo segue positiva para a atividade no curto prazo, em razão da melhora relativa no cenário local da pandemia, a despeito dos rescaldos da cheia.

“A expectativa é muito boa, porque a vacinação já está chegando aos cidadãos de 20 e poucos anos. Isso traz mais confiança e euforia ao mercado e faz o pessoal ir mais às compras. Além disso, o Estado está registrando cada vez menos mortes e já tem dias em que não tem nenhuma. O problema ainda vem dos impactos da enchente no Centro. As águas baixaram 15 centímetros, mas muitas lojas ainda alagam, quando chove. Enquanto não normalizar essa situação, que se reflete no trânsito e no acesso do consumidor à região, o setor vai crescer menos do que poderia”, arrematou.  

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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