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Usina do grupo Amec transforma lixo em carvão

Um problema das grandes cidades são os resíduos descartados irregularmente na natureza. Em Manaus, também se tornou uma questão que entra na pauta tanto do poder público, quanto de empresas privadas, entidades e organizações. 

No entanto, os resíduos, ou lixo como  popularmente é chamado, se transformou em uma oportunidade com a inauguração em agosto de 2021 da primeira usina de carbonização do estado do Amazonas do grupo Amec  (Amazonas Eco Company). 

A empresa recebe resíduos sólidos do PIM (Polo Industrial de Manaus), condomínios, shoppings centers, setor privado, transformando o que normalmente iria para os lixões da cidade, em energia, por meio de um processo que reaproveita 100% dos componentes. 

As etapas consistem em produção de energia gerada a partir da incineração destes resíduos, com uma temperatura média de 900º Celsius, transformando em carvão natural para ser usado em termelétricas e nas indústrias, sem a liberação de fumaça, ou gases na atmosfera, ruídos ou descarte no lençol freático, como conta o diretor-presidente do grupo Amec, Michel Ribeiro.

“Essa usina é pioneira em nível nacional, este é um método que já existe em países de primeiro mundo, a gente considera um processo muito limpo porque o diferencial é que você não precisa dos aterros, no caso da nossa usina, nós pegamos o resíduo, carbonizamos, desidratamos e transformamos em um produto reaproveitável nas indústrias ou na geração de energia, que é o carvão natural”, explica.

Douglas Batista, diretor industrial da Amec, relata que para chegar ao nível que a usina se encontra hoje foram necessários 3 anos de estudo e benchmark, inclusive com visitas a outros países como Japão, Estados Unidos e também ao continente europeu, onde o principal objetivo é o foco na sustentabilidade.

“Quando pensamos em desenvolver este projeto, nós tínhamos dois principais objetivos, primeiro a questão do desenvolvimento sustentável, somos soldados da natureza, brigamos muito por isso. Segundo, foi de fato trazer uma segurança maior para os nossos clientes, em saber que os resíduos que eles produzem estão vindo para um local que tem responsabilidade e eles têm essa segurança”, pontua. 

A inovação da usina de processamento de energia e resíduos do Amazonas gera uma cadeia que traz benefícios a curto, médio e longo prazo para o ecossistema. A curto prazo, minimiza o lixo que normalmente iria para lixões, ou até mesmo ser descartado incorretamente em áreas verdes, igarapés ou ruas. E a médio e longo prazo protege o meio ambiente e ecossistema amazônico, como exemplifica Douglas.

“Hoje, a gente tem um processo de termodegradação que é a carbonização de resíduos, onde gera este carvão, que antes era um resíduo, e hoje ele é um produto. Este carvão a gente fornece para algumas olarias, termelétricas. A principal matéria-prima de combustão destas empresas é a madeira, e a madeira vem da floresta. A partir do momento que passamos a fornecer o carvão para estas empresas, substituímos a madeira, então nós avançamos, porque não utilizando a madeira não há desmatamento”, conclui Douglas.

O modelo de negócio da usina da Amec traz uma solução que há muito é discutida pelo poder público e setores ligados ao impacto ambiental – os famosos “lixões” e aterros sanitários – este último o modelo utilizado por Manaus -, onde por mais que o trabalho seja feito com práticas corretas, a vida útil destes espaços, no caso dos aterros, tem seu limite. “Nós, trabalhando com resíduos, buscamos uma saída para este problema e estamos conseguindo, por meio dos nossos clientes, trazendo tranquilidade e tecnologia de lixo zero. A usina elimina estes aterros”, ressalta Michel. 

O grupo Amec faz um trabalho forte na origem junto aos clientes, com a triagem máxima dos resíduos tanto no setor privado, como público, na tentativa de reciclar o máximo, e o que não é mais possível é usado para a carbonização. 

Reciclagem

Michel incentiva a reciclagem de produtos, sejam em empresas que produzem camisas, por meio da coleta de garrafas PETs, ou até mesmo artesanato ou outros produtos. “Nós estamos aqui para dar destinação ao que não dá para reciclar, aquilo que está contaminado, que não se pode aproveitar. A reciclagem ainda é um dos caminhos”, comenta. 

Outro aspecto destacado pelo presidente do grupo Amec é o incentivo à educação ambiental, principalmente para crianças. “Nós também estamos muito focados nisso, quando lançamos a carbonização com um projeto da campanha da árvore junto com a Prefeitura de Manaus, fizemos palestras dentro das escolas municipais e estaduais de conscientização para estas crianças”, observa.

Inovação

O processo na usina é automatizado, sem o manuseio dos resíduos, por meio de uma automação completa. Toda instalação possui vedação, segurança, retaguarda, e backups para qualquer eventualidade. A inovação tecnológica permite a eliminação de odores e fumaça.

Além do mais, o processo não inclui a queima de oxigênio, conforme a empresa, o produto gasoso proveniente da incineração tem destino, sendo que o resultado deste processo é reaproveitado, usado na indústria e agricultura, do mesmo modo que reabastece a própria usina, podendo até ser distribuída para o entorno da empresa. 

Foto/Destaque: Divulgação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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