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TV Lar, uma fábrica de grandes valores

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Nascido em uma atmosfera familiar movida pelo ar do empreendedorismo, a história do diretor presidente do grupo TV Lar, Antônio Azevedo, acompanha o mesmo roteiro de sucesso da empresa, que atua há 49 anos no mercado comercial manauara. Nascido em 1962 e formado em administração de empresa e economia pela UFAM (Universidade Federal do Amazonas), Azevedo acompanhou desde a infância a trajetória da companhia, que atualmente possui mais de 50 lojas e gera cerca de 900 postos de trabalho diretos na capital.

Em 1964, no cenário da Rua Henrique Martins, no Centro da cidade, nascia um grande sonho. Uma das principais lojas de eletroeletrônico do Amazonas, iniciava seus primeiros passos no comércio de Manaus. Fundada em meio a um ambiente doméstico cercado por  mercadorias e oficinas de conserto, o sonho do patriarca da família, José Azevedo, dava seus primeiros passos. Acompanhando a esta caminhada de sucesso do pai, Antônio Azevedo já se encantava com o mundo do empreendedorismo que ele vivenciou já na infância.

“A minha infância foi misturado com mercadoria porque a minha casa era um grande depósito de produtos. A lojinha era na frente e tinha uma oficina e o resto da casa, assim como os quartos e corredores eram ocupados por mercadorias. O depósito era a casa onde moravamos. A casa tinha um quintal com uma oficina que era um verdadeiro playground onde eu ficava fascinado. Brincava  de consertar rádio na oficina. E eu nasci nesse movimento de oficina e foi logo quando a TV Lar foi fundada em 1964 na época da revolução”, conta Antônio Azevedo. 

Ensinado pelo pai desde cedo sobre a importância do valor do trabalho, Antônio já ocupava pequenas funções junto a empresa, e lado a lado com o pai, já aprendia a arte de gerenciar um negócio vislumbrando crescimento no futuro. E com o intuito de profissionalizar a atuação do filho e recompensar o esforço do seu trabalho, teve sua carteira de trabalho assinada aos 12 anos de idade.

Com o passar do tempo, TV Lar foi crescendo, e como uma empresa familiar, Azevedo passou por todos os departamentos onde teve a oportunidade de aprender um pouco de cada atividade. De carregador de produtos no depósito a motorista de caminhão e analista de crediário, o treinamento lhe rendeu muito conhecimento para continuar o empreendimento da família que hoje é uma das principais empresas do estado do Amazonas. 

“A gente não escolhe trabalho, tendo trabalho a gente vai atrás. Eu trabalhei no depósito lá no Boulevard, carreguei mercadoria, fui ajudante de depósito, fui motorista de caminhão, depois trabalhei no crédito e cobrança, onde fui analista de crédito e baixava as prestações manualmente, porque na época não tinha computador. Depois fui trabalhar na parte administrativa e financeira onde procurei organizar mais o grupo”, disse.

Após formar em administração e economia, passou a se dedicar de forma exclusiva a empresa, onde  atuou na parte da diretoria administrativa financeira, e estruturou toda área administrativa, informatizando e modernizando os equipamentos da empresa. O trabalho rende mais eficiência e melhoria nas atividades da loja, que crescia a cada ano com o surgimento de novas filiais em vários pontos da cidade.

“Era tudo manual, quando passamos pela fase de informatização o primeiro computador era alugado, era do CDL, alugávamos hora/máquina, tínhamos os terminais e eram eles que faziam as atualizações da loja. Naquela época muitas lojas não tinham. Toda movimentação era processado no escritório central. Eram outros tempos, agora com a modernização a informática deu um grande impulso”, disse.

Novos investimentos

Em 1994, com o plano real, a empresa experimentou um grande período de crescimento e expansão, a época foi de grande aprendizado para o empresário que obteve um grande desenvolvimento pessoal e profissional, com as dificuldades impostas pela realidade do mercado. A estabilidade da moeda impulsionou os investimentos e consequentemente novos horizontes de trabalho.

“Motivado pelo plano real a empresa deu um grande impulso. Ser empresário nessa época era um grande diferencial no Brasil, gerir uma empresa com um cenário inflacionário grande de 80% mês não era para qualquer um. No final das contas a empresa tinha que dar resultado, e no final das contas foi uma grande escola”, explicou. 

Com a economia estabilizada na década de 90, Azevedo conta que a TV Lar obteve um grande período de crescimento, e foram inaugurada muitas lojas gerando mais empregos na cidade. Atualmente, com o fechamento da Ricardo Eletro no norte do país,  a empresa adquiriu grande parte das lojas no Amazonas e em Roraima. Segundo ele, com a compra, a empresa adquiriu um retorno bastante positivo para continuar crescendo no mercado.

“A empresa sempre muito conservadora com a política de sempre investir aquilo que ganha com a própria empresa, sempre resolvemos crescer na crise, pois nas dificuldades aparecem as oportunidades. Em 45 dias inauguramos todas as lojas, foi um grande desafio para a equipe e um amadurecimento muito grande”, disse.

Com uma gestão voltada para valores como espiritualidade,  respeito entre as pessoas, visão empreendedora, lealdade, perseverança, e paixão em servir, Antônio destacou, que um dos segredos do sucesso é valorizar o capital humano a frente dos afazeres. A perseverança e o profissionalismo misturado com a simplicidade são valores que norteiam a base da empresa.

“O grande propósito da empresa é ajudar as pessoas a viverem melhor. Eu sempre digo que a empresa é a plataforma para as pessoas fazerem o bem, porque aqui que a gente vive os melhores momentos do nosso dia e da nossa vida. E nós temos a oportunidade no relacionamento com nossos clientes de praticar todas essas virtudes, e o coroamento disso tudo é o resultado”, disse.

PONTO DE VISTA 

Entrevista – Antônio Azevedo, diretor presidente da TV Lar

Entre os desafios da atual conjuntura da política econômica do país, Azevedo conta que o maior desafio é continuar sendo importante e relevante para os consumidores. Em breve entrevista ao Jornal do Commercio, falou dos desafios da  Zona Franca e a importância de se implantar novas matrizes econômicas para complementar o modelo. Em relação ao futuro, mostrou-se otimista com o trabalho conjunto realizado pelos representantes do estado e as entidades de classe.

Jornal do Commercio: Quais estratégias para sobreviver no comércio neste período de instabilidade econômica ?

Antônio Azevedo: A empresa tem que ser bastante ativa na gestão do caixa, o caixa fala mais alto no período de crise. Temos que ser cautelosos de não ficar muito alavancado a banco e cortando as despesas. Você tem que gerenciar muito de perto seu caixa. Sempre tivemos uma política de otimismo em relação ao futuro.

JC: Como você enxerga o país nessa atual gestão?

Azevedo: Tenho uma plena convicção de que vamos ter o início de um ciclo de desenvolvimento de pelo menos dez anos nós vamos crescer, e principalmente nossa região apesar das ameaças ao modelo Zona Franca. É no momento de dificuldades que surgem as novas oportunidades. E nós temos que capitalizar agora, fazer o que não fizemos em 50 anos. 

JC: O que fazer frente aos desafio de manter o modelo Zona Franca de Manaus?

Azevedo: Estou à frente do Codese Manaus (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus) que pensa a cidade para 10 anos. Nós estamos estruturando novas matrizes econômicas em sintonia com o Governo Federal através da Suframa e através da secretaria de planejamento do Amazonas. Para desenvolvermos novas matrizes, que vieram pela necessidade, e vão complementar o modelo da Zona Franca. Não podemos abrir mão do que temos, nós precisamo remodelar o nosso parque e torná-lo mais competitivo e construir matrizes mais sustentáveis que não dependem de incentivos fiscais. Vivemos em um momento único, uma janela de oportunidades que não podemos desperdiçar.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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