Inaugurada em dezembro, com a promessa de autonomia em relação ao governo e isenção no tratamento de todos os assuntos, a TV Brasil, emissora pública criada por meio de uma medida provisória e agora em discussão no Congresso, ainda carrega vícios das televisões oficiais.
Na EBC (Empresa Brasil de Comunicação), nome oficial do canal, a autopromoção de instituições estatais e a falta de regras para os anúncios institucionais ainda são problemas não resolvidos. Entre os pontos positivos, estão programas sobre música e cinema, além de reportagens mais aprofundadas que as das emissoras comerciais, além de enfoque didático. Além disso, não falta espaço para a oposição se manifestar.
O Mobilização Brasil, que vai ao ar de segunda a sábado, às 7h30, é o maior exemplo da confusão entre informação e propaganda. O espaço é pago pela Fundação Banco do Brasil e propõe mostrar “como a mobilização da comunidade resulta na solução de problemas sociais antigos”.
De fato, aponta ações bem-sucedidas que envolvem cooperativas e agricultura familiar, todas patrocinadas pela fundação. Além das atividades, no entanto, o programa dá destaque para representantes da patrocinadora, que comentam projetos financiados pelo banco.
Na quarta-feira passada, o tema era “a cadeia produtiva da mandioca”, em Vitória da Conquista (BA) – administrada pelo Partido dos Trabalhadores – e arredores. No estúdio, um produtor rural e Emerson Pereira, representante da fundação, comentavam um projeto.
“A fundação está imbuída no processo de se alinhar aos programas do governo federal de combate à fome e do programa Fome Zero”, disse Pereira.
TV Brasil carrega vícios de emissoras oficiais
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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