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“Turismo e Entretenimento podem se destacar” diz Danyelle Van Straten

O franchising sempre foi um ‘porto seguro’ na hora de empreender, por se tratar de uma marca geralmente estabelecida, porém, investir em uma franquia neste ano é uma via de mão dupla ainda maior para franqueado e franqueador. Ambos precisam se recuperar da crise. O Jornal do Commercio ouviu Danyelle Van Straten, CEO da Depyl Action, rede de franquias de depilação, que também é diretora da ABF (Associação Brasileira de Franchising) Minas Gerais, e ela explicou mais sobre a situação.

Jornal do Commercio: Qual segmento de franquia mais tem crescido no Brasil, mesmo com a pandemia? 

Danyelle Van Straten: Segundo a ABF, o setor de Casa e Construção teve, em 2020, um faturamento 12,8% maior em comparação ao ano anterior. Além da crescente receita, o número de novas lojas abertas também foi positivo. A mesma pesquisa registrou um aumento de 3,7% no número de novas franquias do segmento. Já o segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar também cresceu e registrou desempenho positivo, de 5,4% no 4º trimestre, e de 3,1% no acumulado do ano, faturando mais de R$ 10,7 bilhões. O balanço consolidado realizado pela ABF revelou que o setor de franquias manteve a curva de recuperação no 4º trimestre de 2020, se aproximando dos níveis pré-covid-19.

JC: A sociedade cobra muito das mulheres um padrão e acaba impondo que beleza é fundamental. Você concorda com isso? Acha que por isso as franquias de beleza continuam crescendo? 

DVS: Acho que nem é a sociedade que cobra muito. São as pessoas que estão se cobrando isso como uma forma de se sentirem bem. A auto estima está em alta, até por tudo que a gente vem sofrendo, então, independente de homem ou mulher, a questão do autocuidado vem forte nessa retomada.

JC: Você é CEO de uma franquia de depilação. Houve uma mudança de comportamento e as pessoas estão se depilando mais? Os pelos passaram a incomodar mais hoje do que há alguns anos?

DVS: Sim, houve uma mudança e está acontecendo uma transformação no comportamento de consumo do ser humano, mas eu não diria que hoje as pessoas estão se depilando mais. O que está acontecendo é que atualmente os homens também se depilam. Na Depyl Action, por exemplo, há 25 anos fazíamos só depilação com cera, hoje temos todos os tratamentos para o cuidado do pelo, com luz pulsada, laser, ou ainda só aparo, colocação de cílios ou micropigmentação. Nos especializamos em todos esses sub segmentos ampliando o nosso portfólio de serviços para que apresentássemos um leque maior de opções.

JC: O que deve fazer uma pessoa que quer começar uma franquia: gostar de determinado segmento ou procurar o que dá mais lucro? 

DVS: Não só se identificar com o segmento, mas com os valores da empresa que ela vai escolher. Por exemplo, não basta eu gostar de sair para jantar em bons restaurantes e por isso querer abrir um restaurante. Tenho que entender que a operação de um restaurante acontece lá dentro da cozinha, e então entender a parte operacional do negócio, verificar se tenho o dom e o talento para isso. Questionar-se qual é o principal desafio de um restaurante, por exemplo, se é gestão de pessoas, marketing, gestão financeira? E entender se eu tenho essa competência. O mais importante é, na hora de escolher uma franquia, buscar fazer uma imersão na história dessa empresa para ver se os valores dela batem com os seus, para que ambos, franqueador e franqueado, possam crescer juntos.

JC: Os valores para se ter uma franquia são altos, ou não? Como saber se uma franquia com valor alto é melhor do que uma com valor inferior, ou vice-versa? 

DVS: O sistema de franquias é essencialmente remunerado por taxas, sejam taxas embutidas no valor do produto, de royalties, de publicidade ou taxas de adesão à franquia. Tem negócios para todos os bolsos, inclusive sem valor para adesão, com remuneração mensal em cima do retorno de investimento. Não dá para avaliar se o negócio é bom, ou não, em cima deste valor. O que é importante identificar nesse momento é a demanda do mercado, se você quer fazer essa operação, entender o perfil de consumo e escolher a marca mais adequada para o seu empreendimento.   

JC: Com o fim da pandemia, você acha que as preferências do consumidor serão diferentes? Quais produtos você considera que serão mais procurados pela população quando as restrições do isolamento não existirem mais?

DVS: Acredito, sim, que com as vacinas estabelecidas e aplicadas na maior parte da população, vai haver uma retomada de todos os setores. Os que sofreram mais provavelmente vão ter uma retomada maior. Novos setores, novos negócios, vão surgir, o consumo do cliente talvez mude um pouco, mas essa já era uma tendência percebida antes da pandemia. O que a pandemia fez foi acelerar um processo de transformação que já vinha acontecendo. É muito difícil dizer qual é o setor que vai retomar de maneira mais forte, mas acredito que Turismo e Entretenimento tenham uma demanda reprimida que pode se destacar. 

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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