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Turismo digital é nova aposta para driblar a crise

Divulgação

Quando falamos sobre turismo, é inevitável surgir todo tipo de pensamento. Viagens podem ser longas ou curtas,  frustrantes ou prazerosas… Tudo é possível. Apesar desse tipo de experiência envolver uma narrativa predominantemente física, atualmente, com a pandemia causada pelo coronavírus, o fato é que existem empresas oferecendo experiências até mesmo virtuais para aplacar a nossa ânsia de conhecer outros lugares.

A indústria de viagens segue como uma das mais impactadas pela crise, onde companhias aéreas, hotéis, parques e sites de aluguel precisam lidar diariamente com os efeitos do isolamento social. Segundo a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), o setor teve um prejuízo de R$ 3,9 bilhões em todo o país nos últimos meses – incluindo o período de distanciamento social.

Cara a cara com o turismo digital

Diante do cenário delicado, há empresas adotando todo tipo de estratégia, muitas delas no mundo virtual. Outras, no entanto, vão um pouco além e tem oferecido uma novíssima experiência mais adequada aos tempos de distanciamento social. É o que alguns já se apressam em chamar de “turismo digital“, que anda mais forte do que nunca. Hoje, existem passeios que podem ser realizados com apenas um clique.

Um exemplo recente é o Museu Canadense dos Direitos Humanos, que está oferecendo o “Explore the Museum from Home”. Através de vídeos com duração de 5 a 20 minutos, guiados por colaboradores, é possível conhecer o espaço e atrações como se fosse uma visita presencial.

Na Inglaterra, as pessoas agora podem conhecer o Hastings Contemporary, um museu de arte moderna e contemporânea, por meio de um tour virtual conduzido por uma espécie de robô inteligente.

Já na Flórida, a Universal Orlando criou o “Universal at Home”, disponível em seu blog oficial. A opção conta com vídeos que mostram as ciências e as tecnologias envolvidas nas atrações do parque.

Para quem gosta do universo animal, o Ulusaba Safari Lodge, na África do Sul, está realizando passeios através de transmissões ao vivo por um perfil no Instagram criado para essa finalidade.

Outra atração que também está utilizando as redes sociais é o Georgia Aquarium. Localizado no Estados Unidos,  o aquário faz lives com diversos animais marinhos para o público virtual.

São Paulo também possui opções virtuais por meio do #CulturaemCasa, um programa da Secretaria de Cultura e Economia de São Paulo. Nele, é possível ver exposições no Museu da Imagem e do Som, Museu Catavento e muitos outros.

Além deles, outras atrações famosas já ofereciam experiências virtuais, caso da Royal Academy of Arts, que disponibiliza imagens de todas as salas de seu arquitetônico prédio, e o Vaticano, que possui tours 360° de suas atrações mais populares.

Outro exemplo é o Airbnb, que lançou as “Experiências Online”. A novidade é uma forma de se conectar com atividades em mais de 30 países. No espaço é possível encontrar aulas de culinária, danças, leituras, esportes e outros tours virtuais, disponibilizados pelos próprios anfitriões da plataforma.

Segundo a empresa, o processo para viabilizar o projeto aconteceu de forma ágil para que os seus clientes pudessem viajar sem sair de casa e que os anfitriões continuassem contando com uma renda mesmo com o isolamento.

Desde que a pandemia surgiu, a companhia vem investindo em uma série de iniciativas para diminuir os danos da crise. Entre elas, está a criação de um fundo global de US$ 250 milhões para ajudar os anfitriões a cobrir o custo dos cancelamentos relacionados à pandemia.

Em nota, a empresa se mantém positiva e afirma que “embora esteja claro que o coronavírus terá impacto no segmento de viagens e turismo globalmente, a indústria é umas das maiores e mais resilientes do mundo, e vai se recuperar, pois o desejo de viajar e ter novas experiências é permanente nos consumidores”.

A volta do turismo presencial em três etapas

As atrações virtuais ainda não são capazes de substituir a sensação de uma viagem presencial, mas podem ser uma ótima alternativa para conhecer novas culturas, enquanto os passeios físicos não estão liberados.

De acordo com um estudo da FGV Projetos, o setor deve voltar ao mesmo nível de atividade, presencial e econômica, no Brasil – comparado aos números  do ano passado – entre setembro e dezembro de 2021. No entanto, sua estabilização já poderá ser percebida nos próximos meses.

A pesquisa ressalta que o movimento será composto em três etapas:“em um primeiro momento, pelo retorno do consumo, especialmente por viagens essenciais, saúde e visita a parentes após o surto da doença. Em um segundo momento, o impulso será de retomada das viagens domésticas de lazer e trabalho. O terceiro momento trará de volta eventos corporativos e culturais e, mais para o final do período de estabilização, o início da retomada do turismo internacional”.

Uma porta para a inovação

A dinâmica de recuperação pode ser uma oportunidade para alguns negócios. Assim como o Airbnb, que surgiu após a crise de 2008, a tendência é que novas empresas de turismo surjam após a pandemia e outras enxerguem uma maneira de se reinventar.

De acordo com Carlos Justino, Diretor de Marketing da Madeinweb & Mobile, empresa responsável pela startup Youcheck.in – um totem que tem como objetivo otimizar o check-in e check-out – o turismo é um dos setores que menos evoluíram digitalmente nos últimos anos, e essa é uma grande chance para expandir a inovação na área.

“O setor do turismo já superou diversos desafios ao longo das últimas décadas e este é apenas mais um. Eu pessoalmente tenho 11 anos de experiência na área e passei por crises econômicas como a de 2008 quando trabalhava na hotelaria em Portugal. Sei que este é talvez o mais desafiador de todos, mas, ao mesmo tempo, é também uma grande oportunidade para o setor fazer de uma vez por todas a transformação digital”, expõe ele.

No mercado desde 2019, a tecnologia da Youcheck.in foi bem recebida nos primeiros hotéis em que está implantada e vê no pós-crise um salto para o negócio crescer pelo país.

“Percebemos que internamente os departamentos de TI, rapidamente começaram a nos procurar para entender melhor nossas soluções de auto-atendimento. A necessidade para acelerar a transformação digital ficou bem clara nestas últimas semanas. Percebemos que o setor está tentando recuperar o tempo perdido”, relata o profissional.

Para Carlos, a pandemia está ensinando o setor turístico a ter novos olhares e mudar a interação entre pessoas e empresas. Por isso, aqueles que derem um passo em relação à transformação digital, “vão entender melhor o que o público deseja e com isso oferecer experiências focadas nos seus desejos e necessidades, e não apenas pacotes com ofertas como vinha sendo feito”, conclui.

Fonte: Redação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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