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Tríplice fronteira no Alto Solimões faz barreira sanitária para controlar Covid-19

Os municípios de Benjamin Constant e Tabatinga (distantes mais de 1.100 quilômetros de Manaus), no Alto rio Solimões (Amazonas), criaram uma barreira sanitária para controlar o surto de Covid-19 que começou na cidade vizinha de Islândia, conhecida como a ‘veneza peruana’, no Yavari.

As cidades fazem parte da tríplice fronteira que abrange também Letícia, o lado colombiano da divisa territorial, ligada a Tabatinga pela avenida da Amizade. Sem estrutura nenhuma na área de saúde, Islândia (erguida sobre flutuantes) ameaça propagar o novo coronavírus a todos os municípios vizinhos da região, inclusive Atalaia do Norte, no rio Javari.

Localizada no Peru, Islândia registrou um grande aumento de pessoas doentes de Covid-19. Em junho, havia apenas um caso, mas o número saltou para 113 em julho.

Dos casos de julho em Islândia, 62% dos infectados são crianças ou adolescentes, entre 1 e 16 anos de idade. Em agosto, a cidade peruana já registrou mais oito infectados pela doença.

Islândia não tem hospital, agravando a situação dos acometidos pelo coronavírus. “Já comunicamos o surto às autoridades de saúde em Lima, a capital peruana”, disse o prefeito da cidade fronteiriça, Juan Cayetano,

A prefeitura de Benjamin Constant decidiu prorrogar por mais 15 dias as restrições para a entrada de estrangeiros e de brasileiros que vêm de outras cidades. As pessoas que chegam são testadas e encaminhadas para os locais de origem no caso de diagnósticos positivos para Covid-19.

“Vamos aumentar a oferta de testes e também de vacinas para alcançar todos os que ainda não foram imunizados, além de detectar possíveis novas variantes”, disse o prefeito da cidade, David Bemerguy (MDB). 

Na quarta-feira (4), equipes da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) fizeram uma reunião com representantes do município para definir estratégias de combate à doença.

Variante

Tabatinga também passou a exigir carteira de vacinação e testes das pessoas que circulam na avenida da Amizade. O tráfego é intenso diariamente. E a maior parte da população se desloca em motocicletas e veículos utilitários.

As cidades de Tabatinga e Letícia são propícias a grandes aglomerações. O intercâmbio econômico, social e cultural cria condições ideais para a propagação do coronavírus, segundo especialistas, o que justifica a grande preocupação das autoridades de saúde na fronteira.  

Atualmente, a infecção por Covid-19 está sob controle em Benjamin Constant. A cidade registra três casos leves, em isolamento domiciliar, e nenhum paciente internado. E, por isso, decidiu aumentar as restrições para a entrada de pessoas, de acordo com a prefeitura do município.

As barreiras começam já no porto da cidade, onde todos as pessoas que chegam são testadas. As autoridades também investigam se esse crescimento de casos confirmados na cidade peruana de Islândia está relacionado a alguma variante do novo coronavírus na região.

“A gente faz todo procedimento de coleta e análise, encaminha pro Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas) em Manaus  e, a partir da confirmação laboratorial, a gente tem a confirmação de qual vírus está circulando no município”, informou a coordenadora da FVS-AM: em Benjamin Constant, Josivane Nogueira.

Equipes da FVS-AM redobraram a atenção para os casos de Covid-19 na tríplice fronteira. Novas equipes devem ser enviadas para reforçar as medidas de controle do surto que vem da cidade vizinha de Islândia e ameaça se propagar para as outras cidades da região.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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