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Transporte aéreo – um bom histórico

A partir desta semana vamos iniciar uma longa e proveitosa conversa a respeito do Transporte Aéreo de Cargas Internacionais. Vamos lá!!!

Histórico 

Com o propósito de enriquecer a abordagem e ampliar a compreensão do processo de evolução do transporte aéreo de carga em nível mundial, é necessário conhecer um pouco da história.  É importante esclarecer que existem, na verdade, três serviços distintos que compõem esse segmento e, portanto, três histórias para traçar:

  • Correio Aéreo;
  • Carga Aérea e
  • Encomendas Expressas

O Correio Aéreo

O Correio Aéreo foi o primeiro serviço a ser introduzido.  Há registros sobre tentativas de utilização do avião para esse fim a partir de 1911 nos EUA, na Europa, Índia, África do Sul, Canadá e Japão.  Todavia, todos foram realizados em ocasiões especiais e embora tenham se constituído em interessantes eventos, tiveram vida-curta.  Não marcaram, portanto, o início efetivo de qualquer serviço regular.

A Carga Aérea

Se aceitarmos a concepção original de carga aérea como aquela transportada em aeronaves cargueiras, as primeiras operações que marcaram o início do serviço de Carga Aérea ocorreram em 1931, como uma boa promessa de receitas.  A empresa Transcontinental & Western Air introduziu um serviço noturno entre as cidades de New York e Kansas City.  As freqüências, porém, não eram regulares; as aeronaves partiam somente quando um carregamento se tornava disponível e, ao contrário do que imaginaram seus visionários, constituíram-se por muitos anos em serviço de pouca expressão e baixo retorno financeiro para os transportadores.  

 As Encomendas Expressas

A evolução do serviço de Carga Expressa se confunde um pouco com o da Carga Aérea, pois originalmente aquele termo era abrangente, incluindo todos os serviços de carga, com exceção do correio.  Hoje, a carga expressa se refere a pequenas encomendas que normalmente têm uma prioridade maior de transporte que as demais cargas.  Sua característica predominante, sobre a qual apoia sua força de marketing, é o conceito   “door-to-door” (porta a porta).

Estratégia

É fato conhecido que de todos os meios de transporte , o aéreo ganha destaque  em pelo menos três pontos , são eles :   uma história recente com grande evolução tecnológica, rapidez e dinâmica  e um maciço  investimento nas áreas de segurança, tecnologia e aprimoramento de pessoal. Não podemos deixar esquecidos os pagamentos atinentes aos serviços prestados por uma grande estrutura que envolve este modal, estamos falando das tarifas de armazenagem , capatazia e preço específico cobradas aos usuários dos terminais de carga , assim como as tarifas de pouso,decolagem e permanência da aeronave no solo, cobradas as companhias aéreas. Todas estas tarifas são justificáveis no sentido de manter uma estrutura de apoio operacional comum  ao transporte aéreo, seja ele de carga ou de passageiros, estamos falando de manutenção da pista de pouso e decolagem, instrumentos utilizados ao auxílio à navegação aérea, terminais de passageiros, esteiras de bagagens, etc…

Uma forma de rateio ou redução destes custos são:

  • Redução da área de estoque.
  • Seguro de estoque . 
  • Menor índice de avarias.
  • Proximidade e disponibilidade nos grandes centros distribuidores.

Companhias aéreas , agentes de carga aérea, despachantes  aduaneiros, transportadores rodoviários e órgãos governamentais, trabalham juntos no gerenciamento logístico desta cadeia, muitos destes com uma visão de bons resultados  para  seus  clientes , fornecedores e contribuintes. 

Custo mínimo e eficiência máxima no transporte, armazenagem e movimentação da carga e o desembaraço  são os objetivos das soluções logísticas oferecidas pelas companhias aéreas e pelos intervenientes no processo. 

A gama dos produtos oferecidos pelas principais companhias de frete aéreo reúne, num só ponto, todas as categorias possíveis para os tomadores de decisão, qualquer que seja o critério adotado: 

  • tempo, 
  • velocidade, 
  • valor inerente

Transportes de porta a porta, do local de produção ao usuário final, completam as soluções logísticas oferecidas pelas companhias aéreas que hoje se dedicam ao transporte de carga. 

Confiabilidade

O cumprimento dos prazos estabelecidos no contrato de transporte (partida e chegada),o baixo índice de sinistros quando comparado aos outros modais,  aliados as  características de rapidez e regularidade do avião, e ao crescimento da oferta de vôos, permitiram às indústrias de várias partes do mundo que dependem do transporte aéreo internacional,   adotar  gestão logística  baseada na exigência de redução do inventário que encontra sustentação na  confiabilidade e na regularidade do transporte aéreo. 

Preço

Verifica-se que o preço do frete aéreo nos EUA é mais de cinco vezes superior ao rodoviário, mais de vinte vezes o do ferroviário, mais de 35 vezes o duto viário, e cerca de 64 vezes o aquaviário. No Brasil, os preços relativos dos diferentes modais possuem a mesma ordenação encontrada nos EUA, ou seja, aéreo, rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário. 

No entanto, a ordem de grandeza das diferenças entre eles é significativamente diferente, principalmente quando se considera o transporte rodoviário. Enquanto nos EUA o preço do rodoviário é 4,0 vezes superior ao do ferroviário, no Brasil esta diferença é de apenas 1,7 vezes. 

Enquanto a confiabilidade tende a ser um critério qualificador, ou seja, é uma condição mínima necessária para um transportador ser pré-selecionado, o preço tende a ser um critério classificador, ou seja, dado que o critério confiabilidade foi atendido, aquele transportador com menor preço tende a ser selecionado. Importante lembrar, no entanto que, muitas vezes, critérios de desempenho são tão críticos, como no caso de produtos perigosos, ou de altíssimo valor agregado, que as questões de segurança pesam mais .

No mundo turbulento em que hoje vivemos, onde a segmentação de clientes e mercados é cada vez mais utilizada, e a inovação é uma constante, ter flexibilidade para adaptar a operação e renegociar preços e contratos é uma necessidade básica da maioria dos embarcadores. Questões como  disponibilizar o produto no mercado de maneira antecipada e,melhor ainda, quando este benchmarting é superado em relação a um concorrente, a opção de utilização do modal aéreo poderá reverter o gasto inicial em estratégia de marketing com o conseqüente  domínio de mercado.

Frequência de Voos 

A utilização do modal aéreo para o transporte de  carga internacional , mesmo sendo muito pequena, ou seja, em torno de 5% de todas as transações feitas no mundo não é fator primordial para a sua não utilização, pois a  freqüência  atrelada a velocidade é determinante na conquista ou manutenção de um cliente. 

Faz-se necessário dizer, que a construção e a manutenção das malhas de atendimento as diversas cidades do mundo estão intrinsecamente  ligadas  ao preço e ao volume de carga a ser transportado sem esquecermos do tipo de aeronave a ser utilizada.

Rapidez no Processo

Como já foi comentado, a rapidez no modal aéreo é inquestionável, mas não esta limitada   ao “ transportar” . Tanto na saída quanto na chegada da aeronave existe uma série de procedimentos técnicos, operacionais e fiscais que em muitos aeroportos brasileiros acabam por ofuscar a propriedade  que caracteriza este modal , a agilidade. Muitas vezes a falta de informação estabelecida entre o importador/exportador , a própria Cia. Aérea , os representantes do importador/exportador e os órgãos governamentais  acaba sendo a maior vilã , é como já dizia um certo homem ;

 -” A informação vence uma batalha ou as vezes uma guerra.“

Capacidade

A capacidade das aeronaves tem sofrido um aumento considerável e na mesma velocidade que a tecnologia das fabricantes dispõem, sejam elas do tipo combi ( transporte de passageiros e cargas , muito versáteis e que operam com uma freqüência mais regular) e as exclusivamente cargueiras (que  para viabilização de seus vôos dependem unicamente da disponibilidade de carga nos dois sentidos , ida e volta.) Hoje já temos aeronaves cargueiras transportando até 250 toneladas, contudo as mais  usadas pelas companhias aéreas variam de 15 a 125 toneladas.  

Veja os exemplos abaixo:

Na próxima semana, vamos falar um pouco mais sobre as operações especiais envolvendo aeronaves de grande porte. Até lá.

Foto/Destaque: Divulgação

Luíz Cláudio da Silva

É educador corporativo, professor de ensino superior e espacialista em capacitação empresarial
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