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Trabalhadores do PIM querem auxílio

O Sindmetal-AM (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas) está aguardando resposta dos sindicatos laborais e patronais sobre proposta que reivindica o auxílio aos trabalhadores do PIM (Polo Industrial de Manaus) que estão sem trabalhar em função da pandemia.

O dirigente do sindicato, Valdemir Santana, afirma que muitos destes trabalhadores estão contaminados com a Covid 19, além disso estão em casa de licença ou de férias e sem dinheiro. 

O representante da categoria defende que o custo para estas pessoas é três vezes mais alto, porque precisam comprar medicamentos e até o oxigênio, apesar de a grande maioria dos trabalhadores ligados à indústria  possuírem plano de saúde a preocupação vai além. “Muita gente está passando necessidade. Eu não vejo nenhuma ação do governo em relação a esta situacao”.

O Sindimetal pleiteia que o convênio libere os remédios acima do teto dos 30% que é o que a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) e a Lei do Trabalho garantem.

“Algumas empresas liberam até 50%. Muitos trabalhadores estão sem dinheiro e em casa, o trabalhador fica exposto a contaminações do coronavírus e outras doenças”

Conforme Santana, os sindicatos patronais metalúrgicos, magnéticos e naval estão de acordo sobre a liberação de recursos para alimentação e medicamentos e concordaram com a liberação de parte do convênio. “Queremos que as empresas paguem os valores das medicações para o tratamento da Covid-19”. 

Ele diz ainda que a alta de casos de Covid-19 entre os trabalhadores do Polo Industrial de Manaus (PIM), fez os sindicatos patronais e dos industriários entrarem em acordo para que seja prestado auxílio aos  funcionários. 

Em matéria publicada no Jornal do Commercio, em janeiro, o Sindimental-AM informou que cerca de 55 empresas do PIM, que concentram ao menos 35 mil trabalhadores, não estão seguindo os protocolos sanitários de saúde. Na ocasião, a entidade afirmou que parte das fábricas do Distrito têm registrado aglomerações diárias no transporte de funcionários, nos refeitórios e até na fila do ponto.

Pedido de socorro  

No dia 31 de janeiro o Sindicato enviou ao governo e à prefeitura um pedido de autorização para funcionamento do Distrito Industrial mediante fiscalização da Fundação de Vigilância Sanitária.

Eles solicitam  a alteração no horário de funcionamento, ou seja, uma reavaliação sobre a possibilidade de abertura do setor industrial no formato 11/24 e a liberação de 100% da frota dos ônibus para que não haja aglomeração e ainda a vacinação em massa dos trabalhadores do PIM. 

Valdemir Santana expõe no pedido que desde o início da Pandemia mais precisamente entre março e abril de 2020, as empresas no setor industrial visando já a segurança do trabalhador e mercado bem como a contenção de contaminação do vírus de forma geral tomou todas as medidas necessárias internamente em um trabalho conjunto efetuado no período de 30 (trinta) dias para fazer as devidas adaptações, sendo elas: higienização do refeitório, distanciamento e adaptação de telas de separação entre as pessoas na mesa, uso de luvas pelos funcionários para servir a comida ou higienização constante dos utensílios, redução de 50% da capacidade de ocupação nos ônibus e distância segura entre os funcionários, suspensão da obrigação de registro de ponto para evitar contaminação e aglomeração. Disponibilização de álcool gel em todos os setores de acesso. Na produção foram adaptadas placas acrílicas para evitar o contato direto entre os operadores, além de disponibilização de luvas e máscaras de proteção. Na entrada das fábricas foi implantado o monitoramento de temperatura, além do reforço nos setores de enfermaria para qualquer interveniência.

Diante de todas essas medidas de prevenção que foram implantadas, notou-se que não houve contaminação do pessoal interno. Houve alteração no índice de contaminação na volta das férias dos funcionários. Com isso é possível concluir que o local de trabalho ainda é mais seguro para receber os funcionários do que estes na rua e até mesmo em casa. Com essa experiência, podemos afirmar que as fábricas quando em funcionamento desenvolvem seus trabalhos de forma eficaz e segura, não representando um fator de aumento significativo na disseminação do vírus. Ressaltamos que todas as empresas prezam em primeiro lugar pela segurança e saúde de seus funcionários e colaboradores e sugerem o retorno das atividades baseando-se na eficácia do sistema de funcionamento atual.

O texto diz ainda que estruturalmente as fábricas encontram-se totalmente preparadas para exercer suas atividades com segurança, possuindo hoje mais de 500 médicos do trabalho e seguindo um rígido protocolo de monitoramento com a realização do teste rápido que já vem sendo realizado desde o início da Pandemia, tudo em combate a Covid-19.

“Solicitamos que seja feita uma reavaliação nesse tocante, requerendo que seja autorizado o funcionamento parcial das fábricas no regime de turno de 12 horas, visando evitar a demissão em massa e garantindo o menor prejuízo de todos os setores sob a fiscalização do órgão de Vigilância Sanitária”. 

Ele reitera que até o momento não tiveram resposta e enfatiza que é um desrespeito com a categoria. “Mandamos ofícios para governo e prefeitura e não tivemos  um retorno. Estamos sozinhos tentando manter os empregos. Mas é necessário que as autoridades se manifestem sobre a situação”, desabafou Valdemir Santana.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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