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Textos & Economia – Enxeridos querem Lula

Em ritmo de campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta terça-feira em Manaus a pretexto de inaugurar obras e, em conjunto com autoridades do primeiro escalão do governo petista, assinar convênios para a realização de obras na capital do Estado e também direcionadas a implementar atividades em regiões do interior.
O ‘comício’ teve seu clímax no igarapé da Cachoeirinha, no momento em que o presidente disse que muitos tinham ficado com raiva, tendo como alvo a oposição, quando ele anunciara ‘esta mulher’ como a mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), referindo-se à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
A segunda oportunidade foi quando Lula se posicionou no sentido de que atos de inauguração de obras não poderiam se transformar em campanha eleitoral ‘por estarmos em um ano de eleições municipais’. Em seguida, ao ouvir o coro ensaiado gritando seu nome para um eventual terceiro mandato, o presidente se limitou a ressalvar, sorrindo, que não citara nenhum nome, os populares presentes ao evento, de enxeridos segundo ele, é que o faziam.
Além dos recursos carreados para o Amazonas, importante mesmo foi o compromisso reassumido com a Zona Franca de Manaus pelo presidente, quando afirmou que esta é um dever do Brasil, assim reforçou a manutenção da Zona Franca de Manaus e suas condições especiais, apesar dos ataques aos quais o modelo está sempre exposto, mesmo a partir dos acolchoados assentos ministeriais do Planalto.
A defesa da produção de etanol pelo Brasil feita por Lula, usando termos chulos, foi firme e contém argumentos verdadeiros, quando se sabe que uma comissão brasileira esteve na Europa, na sede do parlamento da União Européia, visando justamente esclarecer àqueles congressistas as reais condições da produção do etanol brasileiro, uma vez que o alto desempenho desta atividade não tem contribuído para reduzir a produção de grão no Brasil, a qual, ano a ano, tem registrado recordes e, muito menos, avançado sobre a floresta amazônica, já que os canaviais brasileiros estão situados em outras regiões.
A atitude do presidente se deve às críticas efetuadas na Europa, e mesmo pelas Nações Unidas, no sentido de que a produção de biocombustíveis estaria concorrendo para reduzir a oferta de alimentos, fato que é verdadeiro para a produção do etanol derivado do milho cultivado no México e nos Estados Unidos, mas não se verifica no Brasil.

Encruzilhada para o sucesso
Anunciada na semana passada a nova classificação do Brasil, elevado a grau de investimento pela agência de análise de risco Standard & Poor’s, a reação imediata foi a expansão das transações na Bolsa de Valores de São Paulo que, por três dias consecutivos, fechou em alta atingindo níveis próximos aos 70.000 pontos, a significar que a movimentação diaria média de capitais na Ibovespa praticamente dobrou, ultrapassando os R$ 11 bilhões diários.
Enquanto o mercado vê com otimismo o patamar atingido pelo país, do lado do governo as autoridades foram mais, digamos, ‘cautelosas’. Não faltou gente graduada para se posicionar no contrapé, como as ligadas ao Banco Central e mesmo o presidente Lula, para os quais existe a necessidade de se ter mecanismos visando controlar a ‘enxurrada de dólares’ que deve ser direcionada ao país, conforme a expectativa daquelas autoridades, com a nova classificação da dívida brasileira, a qual diz que os riscos de aplicar aqui são bastante reduzidos.
Melhor crítica talvez tenha sido feita pelo jornal inglês Financial Times, nesta quarta-feira, para o qual o grau de investimento não significa um selo de desenvolvimento para o Brasil, mas apenas uma indicação de que os riscos para investir no país, seja em títulos da dívida pública ou nas empresas privadas, está caindo, mas nem tanto. A nova classificação (BBB-) é o degrau inicial para chegar ao patamar de países com economia mais sólida. Assim, não está descartada a possibilidade de que o novo status possa ser descartado no futuro caso não h

Eustáquio Libório

Jornalista
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