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Ter um carro rebaixado pode sair caro

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Muitos proprietários de carros rebaixados não sabem, mas podem relaxar quando forem abordados em blitze policiais. Uma resolução do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) de 2014 permite a troca do sistema de suspensão do automóvel desde que o proprietário comunique o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) com antecedência e faça a homologação em centros credenciados pelo órgão. Mas vale ressaltar que, ainda assim, as seguradoras não aceitam carros rebaixados.

Pela regra, a principal exigência continua a inclusão dessa modificação na documentação do veículo, tanto no campo observações do CRV (Certificado de Registro de Veículo) quanto no CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo), um procedimento fácil que pode ser realizado por despachantes.

A documentação será emitida se houver conformidade com as regras, são elas: Para carros com até 3500kg, a altura mínima permitida entre a carroceria e o solo deve ser maior ou igual a 100mm; E o conjunto de rodas e pneus não poderá tocar em parte alguma do veículo ao esterçar. A descrição é válida para os veículos de passeio, picapes e SUVs.

A maioria dos tipos de suspensão podem ser regularizada, exceto a suspensão modificada, que muitas vezes é a primeira modificação a ser feita pelos proprietários desses veículos.

O veterinário Daniel Guimarães do Nascimento investiu cerca de R$ 2.000 para instalar uma suspensão a ar em um VW Gol. Após ser flagrado em um comando policial com o carro “no chão”, tomou uma multa de quase R$ 300 e ainda perdeu 5 pontos na carteira de habilitação. Nascimento já conhecia a lei e sabia que poderia ser autuado caso fosse pego, mas preferiu se arriscar. Depois da multa salgada, o jovem já pensa em vender o carro.

“Por ser um sistema de suspensão de modificação constante, sei que não consigo legalizar. Vou vender o carro assim mesmo e comprar outro automóvel. Pretendo colocar a suspensão permitida nesse novo veículo”, adianta.

Suspensão e qualidade

O mercado local já oferece kits com molas e amortecedores ‘de competição’ vendidos com pequenas alterações para carros de rua, comumente chamados de ‘suspensão preparada’. Esse kit contém, principalmente, molas, amortecedores, batentes e, alguns mais sofisticados acompanham barras estabilizadoras. “A qualidade é boa, proporcional ao investimento, mas o resultado é incomparável aos proprietários que optam simplesmente por cortar ou retirar as molas”, explica o mecânico Alessandro Pereira, que recebe carros rebaixados diariamente na oficina Ilusion, localizada no bairro Praça 14 de Janeiro. “Muita gente reclama do conforto, mas é possível personalizar o carro e deixá-lo estável”, garante o empresário. Um kit nacional custa, em média, R$ 600, enquanto o importado pode ultrapassar os R$ 2mil.

Para quem quer economizar, o método mais simples é encolher as molas. Não há necessidade de desmontar a suspensão e qualquer pessoa pode fazer. “O encolhimento de alguns elos da mola é feito com ‘abraçadeiras’ e parafusos”, explica o auxiliar de montagem, Daniel Campos, que alerta para a falta de segurança. “O material pode não suportar a pressão, especialmente em ruas instáveis como as da nossa cidade”, alfineta. Um kit desses não ultrapassa R$100.

A suspensão de rosca é um método alternativo menos inseguro, mas com preço igualmente menos acessível. Geralmente, o kit é composto por molas e amortecedores, telescópios, cubos, rolamentos, pratos e chaves. “O truque está no prato que, ao invés de ser soldado no tubo, é rosqueado, permitindo assim o ajuste da altura conforme necessidade”, explica Pereira. Uma suspensão de rosca instalada custa, em média, entre R$ 800 e R$ 1.200.

Inicialmente utilizada em caminhões e ônibus, a suspensão a ar proporciona de forma prática conforto e estabilidade. Seu princípio de funcionamento é simples: O conjunto da suspensão original é substituído por bolsas, geralmente de um material de borracha ou poliuretano, que podem inflar e desinflar variando a altura e o comportamento do veículo. O fornecimento de ar fica por conta de um compressor que é ativado conforme a demanda. O sistema é controlado de dentro do veículo ou por meio de um controle remoto. É muito comum em carros tuning, mas os apaixonados por preparação/velocidade condenam o uso da mesma porque dizem gerar instabilidade e insegurança. A instalação completa pode custar R$ 3 mil.

Considerada a ‘Ferrari das suspensões’, a versão hidráulica do procedimento é o sonho de consumo de todo apaixonado por rebaixamento. Embora mais difundida no exterior do que no Brasil, a técnica Low Ride pode chegar a R$ 10 mil. “Os fluidos sob pressão elevada são liberados por pistões que fazem com que as hastes da suspensão se elevem e abaixem”, comenta o mecânico. “Mas nem tente colocar num carro popular… Existe uma grande tradição por trás dessa modalidade e, geralmente, os kits são instalados em carros antigos como Cadillac”.

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Eco Fusca: Clássico com motor elétrico feito por mecânico do Amazonas

O mecânico Alex Soares desenvolveu seu próprio carro elétrico na capital amazonense. O veículo é um Fusca, que teve motor e outras partes mecânicas retiradas para entrada do motor elétrico e das baterias de lítio, além de um software de gerenciamento eletrônico.

Segundo o proprietário, a conversão pode ser feita em qualquer tipo de veículo ou motocicleta e que ele não gasta mais do que R$5,00 (cinco reais) por mês para “abastecer” o veículo.

O projeto não teve o custo total divulgado, mas o desenvolvedor diz que foi elevado. O chamado Eco Fusca pode atingir 168 km/h e tem autonomia entre 160 km e 200 km. As baterias de lítio – as mesmas utilizadas em aparelhos celulares – ficam no diminuto porta-malas dianteiro e podem ser recarregadas em 5 horas. Na prática, elas podem ser recarregadas em tomadas comuns.

O câmbio manual de quatro marchas foi preservado e o veículo geralmente parte da terceira ou quarta marcha, devido ao alto torque a partir de 0 rpm. A ideia de Alex é criar um pacote de conversão para carros comuns, mas por enquanto, o Eco Fusca continuará seu desenvolvimento.

Quer legalizar?

1 – Leve o seu veículo até o Detran e solicite uma autorização para legalizar o rebaixado.
2 – Depois de rebaixar o seu veículo, o proprietário terá que voltar ao Detran para ser submetido a uma vistoria e receber uma autorização para se dirigir ao INmetro.
3 – Chegando na vistoria do Inmetro, os técnicos irão testar o veículo de diversos modos: teste de suspensão, vão verificar o tamanho das rodas e o método de rebaixamento. Vão medir a altura inferior do farol até o chão, as medidas virão descriminadas no documento do veículo.
4 – Depois, será necessário voltar ao Detran para apresentar a autorização. Lá, será feita nova uma vistoria e pronto. Só aguardar o novo documento.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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