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‘Temos juventude e experiência’ diz Marcos Rotta

‘Temos juventude e experiência’ diz Marcos Rotta

O ex-deputado Marcos Rotta (DEM) diz que acalenta hoje o seu maior sonho – de poder administrar a cidade ao lado de David Almeida (Avante), com quem disputa a prefeitura de Manaus nas eleições municipais em 15 de novembro.

E afirma não se sentir nem um pouco inferiorizado por concorrer novamente como vice no pleito.  Assim foi em outras disputas. Mas nada disso o desmotiva em seguir adiante para poder colocar em prática a sua experiência de 22 anos de vida pública, promovendo as mudanças de que Manaus realmente precisa.

Foi vice do atual prefeito, Arthur Neto, mas acabou deixando o cargo por divergir de  suas ações. Sentiu-se- traído, vítima de manobras políticas nos bastidores. E relegado a segundo plano por conta de interesses eleitoreiros.

“Na realidade, não saí do cargo. Foi um livramento. A prefeitura de hoje está em envolvida em escândalos, assassinato e ocultação de cadáver. Tenho um nome a zelar junto à opinião pública”, salienta.

Agora, Rotta ressalta que adquiriu a maturidade necessária, o conhecimento, para fazer a melhor administração na prefeitura de Manaus nos próximos quatro anos. E vê em David Almeida, seu novo companheiro de luta, a pessoa que se identifica com o seu perfil de homem público, reunindo juventude, dedicação e muita experiência.

“Não estamos atrelados a nenhum cacique político. Ninguém está por trás de nossa estratégia. Não temos acordos com nenhum partido, nem com o prefeito e o governador. Somos independentes. Conhecemos muito bem os problemas que afligem Manaus e podemos mudar esse cenário negativo”, acrescenta.

Em resposta às críticas de seus adversários de que falta à sua chapa experiência, vivência política, habilidade, para conduzir uma cidade tão problemática como Manaus, é incisivo. “Acho que o tempo não é o senhor da razão para moldar uma pessoa. Por uma passagem muita curta, pode-se aprender mais do que alguém que passa quatro anos no Executivo”, afirma.

Marcos Rotta deu uma entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio.

Jornal do Commercio – Como o sr. avalia essa sua nova caminhada pelo cenário político para disputar um cargo público?

Marcos Rotta – Talvez eu esteja vivendo o momento mais maduro de minha vida política. Ao contrário de outras disputas, quando me imputavam direcionamentos.

Desta vez, escolhi a composição onde deveria estar. E, sinceramente, não me sinto em nenhum momento diminuído em sair como vice-prefeito.

Eu e David somos companheiros de Assembleia há dez anos. E temos agora a oportunidade de colocar em prática os dias melhores que almejamos para Manaus.  

Ele é uma pessoa simples, completamente desprovido de vaidades, soberba. Somos independentes. Escolhemos montar a nossa própria estratégia, longe de caciques políticos. Ninguém está por trás de nossa chapa, nem prefeito, governador. Não temos nenhum acordo com partidos políticos.

Estamos muito bem entrosados em nossa caminhada. Quando tem entrosamento a coisa flui muito melhor.

JC – Em algum momento de sua trajetória política, o sr. foi apontado como um candidato majoritário nas eleições, mas acabou mudando. Como explica isso?

Marcos Rotta – Em 2016 eu figurava com 22%, 24% das preferências e poderia vencer a atual administração, do prefeito que aí está. Eu estava motivado, houve um acordo com meu partido do qual eu não participei. E não posso aferir o que aconteceu.

E daí meu partido decidiu participar como vice na chapa. Só tinha duas opções – sair como vice ou não. Confesso que fiquei chateado, eu já estava com o bloco nas ruas. Mas achei que deveria aceitar. Já tinha sido deputado estadual por 16 anos e dois anos como deputado federal.

Fiz uma autocrítica e vi que me faltava ainda experiência para gerir o Executivo. Saí numa maneira bem tranquila, sem bater a porta, sem querelas políticas.

Então, me tiraram a chance de ser candidato em 2016, também em 2108 e de ser secretário de Infraestrutura. Aliás, me tiraram muitas coisas.

Se tem uma coisa que não podem tirar de mim é a experiência, conheço a máquina pública, sei o que é bom para ter continuidade e de muitas coisas que estão erradas.

JC – O transporte público continua sendo um gargalo em Manaus. O sr. já viveu essa experiência como vice do atual prefeito.  E como será tratada essa questão com Davi Almeida na prefeitura?

Marcos Rotta – Primeiro temos que acabar com essa relação promíscua de proximidade da prefeitura de Manaus com os empresários do sistema. Temos o problema da máfia do transporte público aliada a essa concessão graciosa por parte do poder público.

No ano passado, a prefeitura entregou na mão dos empresários mais de 60 milhões de reais. Mas o sistema continua caótico, com um preço alto da tarifa, sem as empresas darem a contrapartida aos usuários. São ônibus velhos, não há cumprimento de horário e nem renovação da frota.

Claro, nenhuma empresa sobrevive sem subsídios, mas vamos exigir a contraprestação de serviço. Não pode continuar assim.

JC – O sr. considera importante ter obtido essa expertise na gestão pública. Mas os  adversários veem como ponto negativo em sua chapa a falta de experiência política. Como avalia essa questão?

Marcos Rotta – Antes de compor a chapa, avaliei muito  bem todas essas questões. Fui colega do David por dez anos na Assembleia Legislativa. Levei muito em consideração a sua passagem pelo governo Estado, cargo que assumiu por quatro meses.

Ele adquiriu a experiência necessária. Possibilitou muitas conquistas. Policiais civis, bombeiros foram promovidos. Eles esperavam pela promoção há dez anos. David não se deixou influenciar por apadrinhamentos nessas decisões.

Na educação, ganhou as páginas nacionais com o pagamento de 200 milhões de reais aos professores. Todo dia encontro professores para falar sobre isso.

Além disso, ele fez mais de 100 mil cirurgias, exames. Eu acho que o tempo não seja o senhor da razão para moldar uma pessoa.

Por uma passagem muito curta, pode-se aprender mais do que alguém que passa quatro anos em cargos no Executivo

Digo, sem medo de errar, que o David está pronto para governar Manaus. Tem juventude e muita experiência.

Manaus não comporta um prefeito que não seja um síndico da cidade, que não entenda das mais de 17 mil ruas. A capital tem muitos problemas a serem enfrentados, sobretudo na periferia.

Quem diz o contrário é porque não anda na área periférica, não conhece aquilo que está posto aos olhos. A cidade carece ainda de muita coisa. Administrar Manaus não é para amadores. Cresce a passos largos, merece um prefeito experiente

Não tenho nada contra ninguém. Mas a cidade não pode ser administrada por controle remoto, por  alguém que não tenha experiência de gestão.

JC – Sabemos da importância da ZFM para a economia do Amazonas. Como a prefeitura deve atuar na busca de novas matrizes econômicas?

Marcos Rotta – Em 1992, cheguei para  apresentar uma campanha para Manaus. Ficaria apenas três meses, mas decidi fincar raízes. Já sou manauara. Tenho dois filhos.

Naquela época já se discutia essa questão da dependência do Amazonas em relação à Zona Franca. O David diz que será protagonista nessas questões.

O atual prefeito era muito mais próximo da ZFM como deputado federal, senador, como líder de governo. Hoje está distanciado. Pouco se fala.

Perdemos uma grande empresa. E não vi nada a prefeitura falar sobre o assunto, nenhuma mobilização.

Precisamos criar um órgão municipal que faça essa interface com o Polo Industrial de Manaus. A ZFM não só é do Amazonas. Ela está em Manaus e leva o nome da cidade.

Nada mais justo que a prefeitura se aproxime mais do modelo que sustenta a nossa economia.

Temos vocações no turismo, com a pesca esportiva. Consegue-se atrair muita gente. Percebemos que essa indústria pode ser muito benéfica para os municípios do entorno e do interior do Estado.

Temos como dotar a cidade de novos atrativos. Há pouco foi realizado um campeonato de pesca esportiva, atraindo muitos turistas. Mas esses eventos carecem de divulgação.

Isso pode ser o pontapé inicial em busca de novas matrizes econômicas. Vamos aproveitar esse potencial que Deus nos deu, mas divulgamos muito pouco esses recursos naturais.

No ano passado, a pesca esportiva trouxe 80 milhões de reais para o Amazonas. Precisamos fomentar mais essas atividades.

JC – Como vice-prefeito da atual gestão, o sr. não teve oportunidade, podemos dizer assim, de direcionar rotas, prioridades. Mas o que mudaria com David Almeida na prefeitura?

Marcos Rotta – Sempre fui muito disciplinado. Já levei muitas pernadas, mas a história se encarrega de contar esses fatos. Confesso que fui uma espécie de secretário particular do prefeito durante dois anos.

Um dia, ele me chamou pedindo que saísse da Secretaria de Infraestrutura para disputar a eleição para o governo. Falou que eu me preparasse. Eu disse que não queria.  Argumentou que fulano e nem sicrano ganham a eleição.

Acabei saindo de onde mau eu havia começado a trabalhar, fazendo uma gestão  muito responsável

Mas depois percebi que ele (o prefeito) queria emplacar o filho candidato a vice-governador em outra chapa.

Se ele tivesse me chamado e contado tudo, não teria problema. Não criaria confusão. Tinha certeza que não merecia passar por aquele constrangimento.

Ao me afastar do prefeito, digo que não tive distanciamento e sim um livramento. Porque a prefeitura  está envolvida em escândalos, assassinatos, ocultação de cadáver e sendo investigada por parte do Ministério Público.

Agradeço a Deus. Tenho 22 anos de vida pública e não tenho meu nome envolvido em escândalos. Pedi uma luz para entrar na política e para sair também.

JC –As zonas Leste e Norte são as maiores da cidade. E nem sempre as ações da prefeitura chegam até elas. É possível promover uma descentralização em termos de serviços e outros benefícios?

Marcos Rotta – Temos vários distritos de obras. O que falta é dotar essas unidades com uma estrutura melhor, elencando prioridades.

Há mais ou menos 1.300 funcionários para cuidar de aproximadamente 17 mil ruas da cidade, fazendo ainda dragagem de igarapés, tapando buracos.

Se não melhorarmos a infraestrutura, não  vamos conseguir superar esses desafios. Esses servidores fazem tudo ao mesmo tempo. Muitos têm 40, 50 anos, e parecem ter muito mais idade, porque desgasta muito.

Não têm plano de cargos e salários e não sabem quando vão se aposentar. Vamos trabalhar para que eles tenham mais estrutura.

Aqui tem uma cultura de que não se pode se trabalhar no inverno, só mais no verão. Eu consegui romper isso, pois fiz os mesmos serviços no inverno.

Porque não chove em Manaus durante três dias seguidos. O David está muito ciente, a gente conhece bem a cidade. Percorro todos os dias os mais diversos pontos da capital.

A partir do ano que vem, vamos encaminhar um projeto novo de administrar a cidade.

Marcelo Peres

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