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Tecnologia impulsiona o empreendedorismo e novos negócios

“Decifra-me ou te devoro”. Quem nunca ouviu a famosa frase-desafio da Esfinge de Tebas, no Egito? A esfinge, eliminava sem dó nem piedade aqueles que não se mostrassem capazes de dar a resposta correta a um enigma. Para alguns, a tecnologia é como um enigma, algo difícil de assimilar, principalmente quando a idade é mais avançada. Não é uma regra, é claro, já que existem muitos na terceira idade que não têm nenhum tipo de dificuldade com o mundo digital. Mas para aqueles que esbarram na dificuldade de entender este novo mundo, o risco de ser “devorado”, não por uma esfinge, mas pelo mercado de trabalho, torna-se enorme. Na contramão disso, existem aqueles que decifram os enigmas e vencem a esfinge, sem maiores dificuldades. E esses empreendedores acabam transformando o domínio da tecnologia em um forte aliado no mercado de trabalho.

Tecnólogo em eletrônica industrial, Gianini Masulo sempre gostou de tecnologia e a afinidade pelo tema o levou para outro ramo, o do audiovisual. Pode ser uma diferença enorme entre um segmento e outro, mas para ser bom no novo ramo escolhido, Masulo tinha que dominar outras “máquinas”: câmeras de alta qualidade, estabilizadores eletrônicos, equipamentos de transmissão, enfim, uma infinidade de outros apetrechos utilizados no dia a dia do audiovisual.  

Momento difícil

Durante a fase mais crítica da pandemia causada pelo SARS-CoV-2, muitos empreendimentos foram forçados a fechar as portas e, por conta disso, acabaram indo à falência. Mas teve gente que, mesmo num período tão complicado, decidiu empreender e se deu bem. Foi o caso de Masulo. “Eu não queria ir para o Distrito, então, com o lockdown, vi a oportunidade de me dedicar ao meu sonho, que era trabalhar em alguma área correlata à arte”, conta Masulo, que passava também por um complicado problema de saúde.

Agora é claro que aquele friozinho na barriga na hora de empreender, também aconteceu com Masulo. Mesmo assim ele foi em frente, mesmo fazendo um movimento completamente diferente do que indicava o mercado naquele momento. “De início, fiquei receoso, era uma área nova. Temos que ter respeito e ter cautela ao desbravar novos terrenos, mas fazia música como hobby há 11 anos, e o caminho da gravação de música para os videoclipes foi algo natural. Assim nasceu a Trilha1 Audiovisual, integramos arte e tecnologia, inclusive estamos montando uma aplicação voltada ao ensino de audiovisual para sistemas Android para o ano de 2022, para desenvolver o segmento que se encontra em expansão”, diz Gianini dando “spoiler” para a próxima temporada.

Na nova bem sucedida empreitada, Gianini conta como as novas tecnologias ajudam no seu dia a dia.  “As tecnologias surgem para facilitar a vida, automatizar processos extenuantes e oferecer novas possibilidades. Na Trilha1 Audiovisual utilizamos toda a tecnologia que pode nos auxiliar a obter o melhor resultado.  Por exemplo: em um vídeo institucional produzido para o Nacional Futebol Clube, utilizamos o Gimbal, que é um sistema que permite estabilizar imagens em movimento. Na prática, ele corrige as trepidações através de eixos controlados eletronicamente, a mesma tecnologia utilizada nos drones. Não é necessário ter todo este conhecimento técnico para colocar em prática, contudo, há um certo encanto em transcender a execução e entender os porquês, e acredite ou não, as pessoas conseguem sentir isso e sentem-se mais seguras em fechar negócio a partir do domínio técnico”, explica o jovem empresário amazonense.

Tirando o melhor

Nos dias de hoje, a tecnologia oferta equipamentos da melhor qualidade para se obter os melhores resultados. Mas para conseguir os melhores resultados, é preciso dominar a máquina. Sobre tirar o melhor dos equipamentos, Masulo ensina o caminho.

“Você precisa sentar e estudar a respeito da tecnologia, ler os manuais. Pode parecer desgastante, mas fazendo isso, asseguro dizer que estarás à frente de 95% das pessoas, e o mercado de trabalho não perdoa. Asseguro que você não desejará ficar atrás de 5% só por não dar essa atenção à sua profissão. Não é mesmo?”, ensina o empresário, que hoje já começa a gerar ocupação financeira para outras pessoas. “Quando fecho, por exemplo, a transmissão de um evento maior, contrato  profissionais para poder realizar toda a parte de transmissão”, explica.

Barra foi pesada

Gianini Masulo aproveitou o tempo disponível para empreender – Foto: Divulgação

Antes de montar o próprio negócio, Gianini conta que se recuperava de um acidente com um forno de micro-ondas, que causou nele uma incapacidade provisória na mão direita. “Eu estava completamente desmotivado com as coisas, pois era guitarrista há tanto tempo e os médicos diziam que apenas um milagre faria recuperar os movimentos da minha mão direita. Apesar de ser um cara muito positivo (meus amigos me chamam de só alegria), aquele peso jamais havia suportado. Eu estava me sentindo no fundo do poço,  mas quando você está no fundo do poço,  se olhar para cima verá a luz, ao olhar aquele momento de pandemia, incapacitado do trabalho, busquei as alternativas,  foi quando formalizei a empresa e me dediquei integralmente ao audiovisual”, conta.

Com o fechamento de cidades, as determinações de ficar em casa, sobrou um tempo para que Masulo nunca teve. “Uma coisa que ganhei na pandemia foi tempo, que há muito não tinha. Sei que a humanidade sofreu e continua sofrendo com as consequências da pandemia, mas vivemos tantas coisas atrozes ao longo da nossa história, ao menos o homem não era o vilão, não havia guerra e podíamos nos unir e esperar por um futuro melhor”.

Hoje, ao olhar para o passado, Gianini sabe que a escolha de empreender foi arriscada, mas ele fala sobre o assunto e também deixa uma mensagem para quem deseja empreender. “Foi uma escolha arriscada, dependendo da leitura, até inconsequente. Mas deu certo. Só posso agradecer a Deus. É pesado lembrar, mas no fundo é só gratidão. Busque os motivos para não fazer, se não justificarem a sua inércia… comece!”, diz.

Empreendendo com automação

Eduardo Souza aproveitou a paixão por tecnologia para investir – Foto: Divulgação

Desde muito novo, Eduardo Souza sempre foi um apaixonado por tecnologia. Quando chegou a hora de decidir por um curso superior, formou-se em Engenharia Mecatrônica – área que hoje é conhecida como engenharia de controle de automação.

Ele é mais um caso de pessoas que usaram a tecnologia para empreender. E ele conta que o interesse por montar um negócio próprio surgiu quando ele começou a lecionar sobre matérias que versavam sobre o tema empreendedorismo. “Eu tive que ler disciplinas, matérias, foi desde o tempo em que comecei a lecionar. Eu era gestor na Honda e aí eu tive uma oportunidade de lecionar na área de controle de automação. Aí veio a paixão (…) uma disciplina que chamou atenção foi o empreendedorismo. Eu me achei no sentido de motivar os alunos a terem seu próprio negócio”, conta.

Apesar da “chama” interna para empreender, Eduardo lembra que foi bastante cauteloso na hora de pôr os planos em prática. “Foi com um tempo. Para montar um negócio você precisa avaliar o que tu vais fazer e, conforme tu vais aprendendo, eu poderia ter ido para outra área qualquer da engenharia, mas eu me dediquei mais à parte de automação e NR12, onde eu me especializei por uma empresa”, conta.

Em 11 de junho de 2019, nascia a AUTS Automações e Soluções de Engenharia. E no segundo semestre, já próximo ao fim do ano, em dezembro, surgia um dos maiores desafios da história da humanidade, a pandemia causada pelo novo coronavírus. “Praticamente como eu já tinha alguns clientes, e aí é aquela questão da fidelidade de serviço, fez com que eu começasse os serviços… Agora é só agradecer a Deus porque ele vem abrindo portas”, comemora.

Eduardo é um empresário novo no ramo, mas de cara já descobriu um dos segredos do empreendedorismo. “Não deixe de visitar. Eu tenho que sempre ficar visitando, fazendo uma rotina de visitas toda semana, não só na busca de rentabilidade, mas na busca por sanar as dificuldades que os clientes têm”, ensina, e vai além. “A questão do lado pessoal, na pandemia, foi um fator diferencial, porque antigamente nós não perguntávamos dos clientes como eles estavam pessoalmente, como está a família, saúde, e isso fez com a gente pudesse ter uma abertura muito maior em relação à parte pessoal, com o respeito ao profissional, então eu ligava muito para os clientes”, revela. 

Foto/Destaque: Divulgação
Reportagem de Leanderson Lima

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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