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Tayah questiona ações do Executivo

A troca da empresa concessionária de água sem passar pela Câmara Municipal de Manaus, a substituição da Arsam (Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado do Amazonas) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) como órgão fiscalizador do serviço e um projeto de lei, de autoria do Executivo, que prevê a cobrança da água de poços artesianos na cidade por empresas privadas: essas três questões dominaram os debates de ontem (28) no Plenário da CMM.
De acordo com o presidente da Casa, vereador Isaac Tayah (PSD), a forma como foi definida a nova concessão ignorou a Lei Orgânica do Município: “Concessão, na Lomam, tem que passar pela Câmara Municipal, e não passou. Faltou realmente publicidade. Isso é muito grave, e essa gravidade a Câmara não vai acatar”, comentou.
Tayah alertou ainda que, após o contrato firmado entre a prefeitura e a Fipe, a Arsam deixará de fiscalizar e o serviço passa a ser fiscalizado pela próprio Executivo Municipal, já que é o contratante. “Você colocar a raposa para tomar conta do galinheiro é complicado”, declarou o presidente. Já com relação à cobrança pelas águas de poços artesianos, Tayah lembrou que os recursos do subsolo são federais e que portanto, o município não pode fazer a concessão. Ele garante que caso a cobrança aconteça poderá trazer grandes prejuízos, não só à população, mas também às fábricas instaladas no Distrito Industrial.
Ainda na opinião do vereador, tantos problemas na administração municipal podem ser interpretados como improbidade administrativa e chegou até mesmo a falar em impeachment: “A sequência de quem comete atos de improbidade cabe impeachment. Dinheiro público tem que ser discutido de uma forma legal e não foi discutido. Mas temos que primeiro confirmar a improbidade, e isso a justiça vai julgar”, finalizou.
O vereador da base aliada, Homero de Miranda Leão (PHS) saiu em defesa do prefeito. Segundo ele não existe motivação nenhuma para se falar em impeachment. “Qual é a ilegalidade que existe? Qual é o fato que se possa considerar uma coisa tão grave como o impeachment de um governante?”, questionou. Homero defendeu também a fiscalização municipal do serviço de água. Segundo ele, todas as questões referentes à distribuição e abastecimento são de competência da Prefeitura de Manaus. “É do prefeito a concessão e é dele o dever de fiscalizar isso”, completou.

Exposição de técnico reforça necessidade de Hanan depor na CPI

A exposição do professor de Contabilidade, José Cardoso Filho, contratado para auxiliar a CPI da Água, reforçou a necessidade de convocar o ex-vice-governador Samuel Hanan para esclarecer sua participação no processo de privatização da Cosama (Companhia de Saneamento do Amazonas). A avaliação é do vereador Waldemir José (PT).
O vereador explica que no período de privatização da Cosama, Hanan era vice-governador e comandou todo o processo. Ele tem que explicar, por exemplo, porque o governo do Estado gastou R$120 milhões para sanear a empresa, mas colocou para venda pelo valor mínimo de R$ 183 milhões. Tem que explicar também porque o leilão, que ocorreu na Bolsa de Valores do Rio e Janeiro, não foi suspenso já que apenas uma empresa apareceu, apesar de sete terem mostrado interesse em participar.
“Se mais de uma empresa participasse do leilão haveria uma concorrência, aumentando o valor final da venda da Cosama”, analisa Waldemir José. O vereador destacou, no entanto, temer que o prazo de trabalho da CPI esteja muito curto para ouvir todas as pessoas que precisam dar explicações à CPI. “Os depoimentos precisam ter início já na próxima semana para que tenhamos possibilidade de ouvir essas pessoas”. Waldemir José disse que a exposição feita ontem foi importante, pois vai permitir aos membros da CPI formar uma nova estratégia de trabalho.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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