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Surto em Manacapuru prejudica vendas de tucumã em Manaus

Além da queda na demanda de 50%, os preços do tucumã caíram uma média de 30% a pouco mais de uma semana. A informação é dos feirantes que atuam na comercialização do produto nas feiras da capital. A queda súbita é motivada após informações sobre o surto de infecção alimentar pelo produto no município de Manacapuru. 

A queda nos preços do produto é uma estratégia adotada pelos feirantes para tentar vender o item sem maiores prejuízos. “Compramos mercadorias em grande quantidade e não está tendo saída. Desde a semana passada o consumo vem caindo”, conta o feirante Tarcisio Rocha. Ele lembra que o fruto tem prazo para ser consumido e como não está tendo saída parte da mercadoria está sendo descartada. “A polpa aguenta mais tempo, o fruto não. Não vende e precisa ser jogado fora”. 

A medida que os permissionários têm pressa em vender o produto, precisaram cancelar todos os pedidos que haviam sido realizados. “Suspendemos todos os nossos pedidos vindo do interior e esperamos vender as mercadorias que estão à venda o mais rápido possível”, complementa o feirante. 

O presidente da Comissão Gestora da Feira Manaus Moderna e do Sindicato dos Feirantes de Manaus, Davi Lima, confirma que a interrupção nas vendas é causada pela possível intoxicação alimentar ocorrida na cidade. “Após a Secretaria Municipal de Saúde de Manacapuru emitir alerta quanto à possibilidade dos casos de intoxicação alimentar, as vendas reduziram pela metade do volume comercializado normalmente”. 

O que fez ainda, os permissionários reduziram o volume de compra para a revenda. Segundo Lima, para evitar  extravio de produtos, os feirantes estão reduzindo o total de produtos expostos à venda.

O feirante Marcos Paulo afirma que vem tentando conversar com os clientes fazendo se sentirem seguros ao comprar o item, no entanto, diz que não tem dado muito certo. “O consumidor está assustado. Infelizmente tem prejudicado muito o movimento das vendas. O que nos resta é esperar”,  diz ele, lembrando que alguns pequenos comerciantes têm procurado pelo produto, mas também temem que a situação fuja do controle.

Impacto nos negócios

A suspeita de infecção após o consumo do tucumã, também assusta os pequenos empreendedores que utilizam o produto no dia a dia. É o caso dos negócios que atuam com café da manhã. O item que é usado como principal produto do x-caboquinho, ficou de lado na última semana. Pelo menos é o que conta o gerente de um estabelecimento que prefere não se identificar. “Por aqui nunca sobrou tucumã, pelo contrário, quando faltava corríamos pra pedir do fornecedor. Agora, estamos com o item parado e temendo prejuízos”. 

Na mesma linha, o atendente de um café da manhã na zona Sul da capital, Everton Barbosa, se diz surpreso com a queda nos pedidos de sanduíches que levam o item no acompanhamento. “Os clientes estão optando por banana frita, ovo, presunto e queijo e até a tapioca, ao invés do tradicional x-caboquinho, tido como o carro chefe do nosso café”, comenta. 

Entenda o caso

Nos últimos dias, moradores da Comunidade do Irapajé, no município de Manacapuru, no interior do Amazonas, deram entrada no hospital local com infecção alimentar. A Secretaria de Saúde suspeita que os casos estejam ligados com o consumo de tucumã contaminado. De acordo com matéria divulgada no portal G1 Amazonas. 

Com o registro dos casos, a Secretaria de Saúde do município emitiu um alerta, na quarta-feira (14), para os moradores da cidade não consumirem tucumã, devido a fruta estar sob suspeita de ter causado a infecção.

De acordo com informações da FVS-RCP (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Draª Rosemary Costa Pinto), os casos de infecção alimentar por suspeita de ingestão de tucumã foram registrados na Comunidade do Irapajé, na Região do Rio Manacapuru, na cidade de Manacapuru, na última quarta-feira (14). Não há registros do problema nos demais municípios.

Até quinta-feira (15), havia o registro de pelo menos 30 casos suspeitos de infecção alimentar por suspeita de ingestão de tucumã. Entre os casos suspeitos, há o registro da morte de um menino de 8 anos.

Ainda conforme informações da FVS-RCP, as investigações continuam e as amostras do alimento estão em análise no Lacen-AM (Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas).

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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