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Surpresa nas últimas eleições, as ‘Manas’ voltam mais fortes

lilian d’araujo
@lydcorr @JCommercio

As mulheres, definitivamente, entraram na política e, este ano, poderemos ter a eleição mias feminina na história. Isso porque há centenas de mulheres concorrendo, não apenas a vagas nas casas lesgislativas, mas também para os cargos executivos. No Amazonas, as pré-candidaturas demonstram bastante interesse da classe feminina. E um dos destaques é a candidatura coletiva Bancada das Manas. Representando esse quinteto de mulheres, a advogada Alessandrine Silva foi a convidada do Trends JC desta sexta-feira.
Elas despertam interesse quando falam. Seja porque já se tornaram conhecidas na luta, na militância das ruas ou nos projetos acadêmicos. Agora, elas compõe a pré-candidatura da Bancada das Manas, que concorrem a uma vaga na Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas).
A produtora cultural, Michelle Andrews; Val Fontes, bacharel em administração; Marklize Siqueira, assistente social; Patrícia Andrade, líder comunitária e Alessandrine Silva são as manas que querem causar nestas eleições e conquistar uma cadeira inédita. “Normalmente, a política é formada por aquele indivíduo que ocupa sua cadeira. Mas, essa configuração não representa mais determinados grupos, como as mulheres, negros, crianças, povos tradcionais e isso tem sido subrepresentado na nossa política. Viemos em busca de ocupar espaços e dialogar com quem hoje não está sendo ouvido”, explica Alessandrine.
Mas, por que uma candidatura coletiva? Alessandrine é enfática ao explicar: “Para mulheres é mais difícil ocupar um cargo político, porque tem todo um arranjo patriarcal que nos impede de ocupar esse lugar. Quando entendemos que os povos indígenas e populações tradicionais acabam afastados desses lugares, por que não há uma importância legítima a essas causas, entendemos que sozinhas não vamos conseguir”, lembra.
A adgovada e pré-candidata ressalta a lógica de movimento social como norte para a atuação delas como uma candidatura coletiva. “Movimentos sociais são grupos que se reúnem por determinadas causas e que têm uma dinâmica e uma lógica de discutir a sociedade de forma diversa; plural”, ensina.

As Manas
Plural e diverso talvez sejam as principais características da candidatura coletiva das “Manas”. Segundo Alessandrine, cada uma delas possui uma linha forte de atuação e propostas diferenciadas para cada grupo ao qual elas representam. Patrícia Andrade é liderança comunitária e traz as pautas dos bairros para a proposta da Bancada das Manas. “Patrícia é aquela pessoa que os políticos procuram de 4 em 4 anos e nunca mais voltam”, lembra Alessandrine.
Val Fontes é filha de Santa Isabel do Rio Negro e, por meio da candidatura dela, as “manas” querem propor a descentralização do Amazonas. Marklize é acadêmica e deverá trazer a visão da universidade, dos debates teóricos. Ela também foi candidata à vice-prefeita na chapa de José Ricardo em 2020. “Ela tem propostas para a saúde nos bairros. Traz um projeto ecossocialista para a candidatura”, apontou.Já Michele Andrews vem representando a cultura. Ela, que faz parte do Coletivo Difusão, completa a diversa “Bancada das Manas” juntamente com Alessandrine, que por sua vez, tem atuação junto às mulheres e mães e pretende propor projetos para o público feminino.

Coletivo
Alessandrine explicou que este formato de candidatura coletiva é novo, mas que a legislação permite uma exploração mais profunda do modelo. “A ideia aqui é que cada uma dessas pessoas compartilhem esse lugar de ocupação de poder.É inovador e busca aumentar a representatividade”, explicou, revelando que todas assumem a cadeira, em caso de vitória.

Votos
E, por falar em vitória, Alessandrine e Michelle Andrews estavam na candidatura que venceu, mas não levou em 2020. Mais de 7 mil pessoas votaram na “Bancada Coletiva” naquele ano, o que daria votos suficientes para elas se tornarem vereadoras, mas, pela proporcionalidade, não foram classificadas. Ou seja, o partido não teve votos suficientes para que as candidatas fossem à Câmara Municipal. “Fomos a quinta candidatura mais votada na cidade com 7.662 votos. As pessoas acreditam na política, elas só não têm retorno dessa fé, dessa esperança. Não entramos porque o partido não fez legenda, mas demos um recado para essa cidade”, explicou.
Depois da sensação de vitória pelo voto e a frustração de derrota pela legenda, Alessandrine e Michelle buscaram novo partido para conseguir voos mais altos. “Queremos fortalecer a esquerda no Amazonas, sim, mas queremos ocupar as cadeiras nos poderes. Por isso, buscamos nosso espaço e estamos nos colocando de novo em diálogo com as pessoas que precisam de representatividade”, diz.
O fenômeno feminino nas últimas eleições promete chegar forte a partir de 16 de agosto. “Encantamos a população em 2020 com propostas e nossa forma de dialogar. Não vemos a hora de recomeçar e mostrar o que pretendemos fazer. Somos da luta”, garantiu Alessandrine. Será que vem aí?

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
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