Após amargar a paralisação das linhas de produção de condicionadores de ar split neste ano, a indústria do PIM (Pólo Industrial de Manaus) prevê a recuperação do segmento em 2008 de até 40% baseando-se na alteração do PPB (Processo Produtivo Básico) e no aumento da alíquota de importação do produto.
Segundo o presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, as empresas planejam retomar a fabricação do produto a partir de janeiro do próximo ano.
O dirigente da entidadecomentou que a mudança do PPB foi uma vitória para o setor. “A indústria teve que arcar com uma elevada retração na fabricação de splits neste ano, mas a mudança do PPB trouxe esperanças para 2008”, disse. Além disso, o executivo informou que outro pronto favorável às produtoras do split foi a elevação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de zero para 20%.
Périco explicou que o aumento da alíquota de importação vai beneficiar as empresas nacionais. “A tendência com a modificação é diminuir o número de importações deste produto”, comentou. O presidente do Sinaees revelou que a expectativa com a volta da fabricação do split é também a geração de novos postos de trabalho no PIM. “Como as empresas precisarão remontar suas linhas de produção, mais vagas serão abertas”, disse.
De acordo com o diretor-geral da Elgin Industrial da Amazônia, Jorge Arimori, neste ano, apenas 20% da demanda de splits é atendida e o restante importado. “O que motivou esse resultado foi a isenção do Imposto de Importação do split e a queda do dólar”, explicou.
Arimori revelou que a Elgin deve fechar o ano com índice negativo também na produção de aparelhos de ar-condicionado modelo janela. “A projeção é obter decréscimo de 18% em comparação ao ano passado”, informou.
Empresa vai abrir novos postos de trabalho
O dirigente disse que a expectativa para 2008 é manter o mesmo nível de produção dos condicionadores de ar convencionais alcançado no ano corrente. “No próximo ano, estimamos crescimento entre 35% e 40% na fabricação dos aparelhos split e janela ante 2007”, antecipou. Atualmente, a linha de produção do modelo split da empresa continua estagnada no PIM. “A retomada implicará conseqüentemente na contratação de mão-de-obra. A expectativa é abrir em média 40 postos de trabalho”, disse o executivo.
Em contrapartida, o mau momento vivido pelas empresas do setor instaladas na ZFM (Zona Franca de Manaus) parece não ter atingido os negócios da Electrolux, que possui uma unidade em Manaus. O supervisor de produto da empresa, Felipe Drago, afirmou que a fábrica espera alta de 70% na categoria de splits em relação a 2006, levando em consideração sua produção nacional.
Porém, o executivo admitiu crescimento praticamente nulo no segmento de janela. “A demanda dos aparelhos de ar-condicionado tradicionais apresentaram aumento de aproximadamente 1%”, revelou. Segundo o supervisor, a justificativa da retração é a migração da preferência dos consumidores dos modelos de janela para os splits.
O principal motivo econômico para o crescimento da produção de split foi a baixa do dólar, de acordo com Drago. “O mercado de splits é quase em sua totalidade composto por produtos importados. Portanto, eles ficam mais baratos com a desvalorização da moeda americana, garantindo ao consumidor preços mais acessíveis”, disse. Outro fator identificado pelo executivo foi a queda básica de juros, que influencia positivamente o potencial de consumo.
Para 2008, a expectativa da Electrolux é de crescimento, devido à estabilidade da economia brasileira e às elevadas temperaturas durante grande parte do ano no Brasil. “A previsão é que o mercado de splits continue crescendo, porém com taxas menores das registradas neste ano”, disse Felipe Drago.
O supervisor afirmou que a projeção de crescimento para o próximo ano é de 22% no segmento de split e de 7% no aparelho de ar-condicionado modelo janela.
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