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Stanley William volta a saltar da torre da Rádio Baré

Pelo segundo ano consecutivo, a mesma gigante metálica, o mesmo desafio: saltar do alto dos 132 metros da torre mais alta de Manaus, a torre da Rádio Baré, localizada no terreno atrás do Jornal do Commercio. É o que promete para o dia 3, segunda-feira, às 16h, o paraquedista Stanley William que, no ano passado, em comemoração aos 116 anos do JC, deu um show de ousadia e coragem ao se atirar lá do alto na modalidade de salto denominada base jumping (quando o base-jumper pula de penhascos, prédios, pontes e, no caso, torres). Base significa (Building, Antenna, Span e Earth, ou Prédio, Antena, Ponte e Terra). O paraquedas utilizado nestes casos é diferente daqueles de quem pula de um avião, pois é apropriado para abrir em baixas altitudes. No ano passado, o salto de Stanley durou 20 segundos e comemorou o aniversário do JC. Este ano, devido à pandemia, só agora o salto será repetido, desta feita em homenagem ao Dia Internacional da Imprensa Livre e aos 170 anos da circulação do primeiro jornal impresso do Amazonas, o ‘Cinco de Setembro’.  

“Será um prazer enorme saltar novamente da torre da Rádio Baré, pela visibilidade que isso dá ao base jumping, pois diversas pessoas acham que esse esporte não passa de uma um diversão, porém, atrás dele existe muito preparo e dedicação para que tudo dê certo. Sobre as novidades para esse ano, só posso adiantar que cada salto tem uma novidade, então, espero poder corresponder às expectativas do público”, adiantou Stanley.

Apesar de a torre ter 132 metros de altura (120 de torre + 12 de tubulação para fixação da antena), em 2020 Stanley saltou da primeira base, a ‘apenas’ de 85 metros.

“Tive que saltar dessa base, apesar de ter uma boa saída, porque o vento estava muito forte. São dois os perigos para saltar dessa torre. Primeiro é o vento. Lá em cima o vento é muito forte. Segundo é o local do pouso, pois mesmo tendo um amplo terreno ao fundo, este ainda possui cabos de aço em sua área, sem falar que temos as casas dos arredores. Se o vento estiver forte há a possibilidade de eu não conseguir pousar onde quero e ter que fazer um pouso de emergência nas casas. Quanto mais alto for o salto, maior é a possibilidade de o vento atrapalhar”, avisou.

Um frio na barriga

“Mas o que move o base jumper é o perigo, então, quando falamos de torre aqui em Manaus, a torre da Baré é a referência, porque é a mais alta, então sempre será uma satisfação saltar dela”, adiantou.

E quem tem medo de altura não consegue entender como alguém tem tanta coragem para subir numa torre de mais de 100 metros de altura para saltar lá do alto. Mas Stanley garante que também tem medo de fazer isso, apenas o prazer de fazê-lo é maior.

“Parece mentira, e as pessoas não acreditam que tenho medo de realizar esses saltos. Imagina, ficar do lado de fora da estrutura, olhar para baixo, soltar as mãos e cair no espaço. Dá um frio na barriga de qualquer um só de pensar, mas gosto de lembrar que a minha vida toda me preparei para isso, e outra coisa que me dá coragem é saber que qualquer paraquedista gostaria de estar ali, no meu lugar, mas por enquanto o alto da torre da Rádio Baré é só meu”, riu.

Para realizar o salto da gigante do JC, o paraquedista precisa utilizar equipamento apropriado e ter uma equipe de apoio. No caso de Stanley ele sobe com uma pessoa, que irá puxar o cordão do paraquedas; e outra que fica no solo dando instruções.

“Para esse salto de 80 m tem um tipo de dobragem do paraquedas, já saltar de mais de 120 m é outro tipo, sem falar dos acessórios especiais tipo calçado, capacete, laser de altura, medidor de vento e equipamento que mede as condições para o salto”, revelou.

Stanley lembrou que, a partir dos 14 anos, com autorização dos responsáveis, qualquer pessoa pode saltar presa ao instrutor. Para saltar sozinho, precisa fazer o curso e ter no mínimo 16 anos. Quanto ao peso, aproximadamente 95 quilos está bom e gozar de boa saúde.

Salto com o instrutor a partir dos 14 anos
Foto: Divulgação

O paraquedista é proprietário da escola ‘Paraquedismo Manaus’, localizada no Aeroclube, pioneira do paraquedismo no Norte, existente há 30 anos. Quem quiser, no entanto, apenas fazer um salto experimental, acoplado ao instrutor, basta uma preparação de 15 minutos e já está pronto para saltar com Stanley. Informações: 9 8115-6264.

Números grandiosos

Inaugurada em 10 de agosto de 2017, a torre da Rádio Baré continua sendo a mais alta de Manaus com 132 metros de altura, correspondente a um prédio de 44 andares (os edifícios mais altos de Manaus têm no máximo 20 andares).

Para sustentar a gigante, quatro bases, cada uma com onze metros de distância uma da outra e onze metros de profundidade com 1,5m x 1,5m de largura. No total essas bases receberam mais de oito caminhões de concreto. Fixando na base, cada um dos quatro pés da torre, quatro parafusos de duas polegadas e 1,5m de tamanho.

As milhares de peças da torre são todas fundidas em aço. As mais leves pesam pouco mais de 1 kg, e as mais pesadas, que ficam na base, pesam 385 kg, içadas uma a uma para o local através de um guincho elétrico.

A gigante pesa 44 toneladas e é capaz de aguentar ventos de até 108 km/h. Sua característica é ser autoportante, ou seja, ela se mantém por si só, diferente das estaiadas, que são mantidas por cabos de aço.

A torre foi concluída com o equivalente a 44.420 kg de aços aplicados. Esse tipo de torre é a mais moderna existente, pois é construída toda em aço e passa por um processo de galvanização a fogo, para aumentar a vida útil da estrutura.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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