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Sorvetes com sabor Glacial

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Que atire a primeira casquinha quem não gosta de sorvete. Todo mundo gosta de sorvete, por isso a sorveteria Glacial, a mais antiga de Manaus, com mais de 50 anos de existência, nunca perdeu a majestade.

Tudo começou, ainda na década de 1960, quando a portuguesa Palmira Figueiredo Loio da Silveira, veio de Portugal para Manaus conhecer o marido Antonio da Silveira e Silva. Sim, conhecer, porque o casamento foi por procuração e ela chegou à capital amazonense para consumar a relação.

Em Manaus, Antonio trabalhava com um irmão, num bar, o Castelo de Ouro, numa portinhola na av. Getúlio Vargas. Logo, Palmira começou a ajudar o marido e o cunhado no bar, mas trouxera novas idéias da Europa. Ela sabia fazer sorvetes e o produto seria um algo mais para o bar.

“Eram sorvetes artesanais. Para se ter uma idéia, o cupuaçu era cortado manualmente, com uma tesoura, como era comum na Manaus daqueles tempos”, lembrou.

Não demorou para os sorvetes fazerem sucesso. Os alunos do hoje Colégio D. Pedro II se tornaram grandes consumidores da iguaria e logo Antonio e Palmira fecharam um contrato para fornecer o produto para a sobremesa dos funcionários da Lobras.

“Virávamos a noite produzindo a polpa das frutas, além do cupuaçu, goiaba, araçá, enquanto eu ia testando novos sabores com outras frutas. O Antonio é engenheiro e começou a inventar máquinas para facilitar a produção de polpas e assim a fabriqueta foi surgindo”, revelou Palmira.

Sucesso dos frutos regionais

Na década seguinte aconteceu o boom das fábricas no Distrito Industrial. Antonio e Palmira fecharam novos contratos para o fornecimento de sorvetes para estas empresas.

“Nesta época eles adquiriram uma kombi, para fazer as entregas, mas de tão velha, às vezes a kombi pregava, cheia de baldes de sorvete”, contou Lane Lima, gerente administrativa e nora de Palmira e Antonio.

“Meu marido, José Antonio Loio, hoje diretor da empresa, já ajudava os pais e era ele quem dirigia a kombi”, riu.

Desde o começo Antonio e Palmira perceberam que qualquer sorvete com frutos regionais fazia sucesso e ninguém os produzia aqui. Ela até trouxera de Portugal receitas de sabores italianos, mas as frutas amazônicas eram imbatíveis, muito embora, até hoje estas receitas internacionais sejam mantidas em alguns dos sabores.

Percebendo o potencial do seu empreendimento, o casal de portugueses começou a viajar para feiras, específicas sobre o produto que fabricavam, fora de Manaus e até no exterior.

“Com isso eles adquiriram novos conhecimentos, aprenderam formas modernas de se trabalhar, compraram equipamentos sofisticados e a antiga fábrica, na av. Getúlio Vargas ficou pequena. Há uns 20 anos a nova fábrica, na rua Major Gabriel, foi inaugurada, junto com uma nova loja”, disse Lane.

Valorizando a produção regional, praticamente todos os frutos utilizados pela Glacial são adquiridos de produtores da zona rural de Manaus e de outros municípios, como Presidente Figueiredo, de onde vem o cupuaçu, e Codajás e Anori, de onde vem o açaí.

A sorveteria produz mais de 40 sabores, permanentemente e, no verão, chegam a ser mais de 50.

“Apesar de o manauara tomar sorvete sempre, faça chuva ou faça sol, no verão a produção é maior porque as pessoas saem de casa. Entre agosto e novembro vendemos de uma a duas toneladas/mês”, revelou.

Ponto de vista

Há mais de 50 anos em Manaus, a Glacial é a sorveteria mais tradicional da cidade, num segmento que não para de vender, ainda assim sente que os altos impostos atravancam o desenvolvimento de qualquer empreendimento. Há dois meses a sorveteria inaugurou mais uma loja, a maior de todas as onze que possui, numa prova de que acredita na melhora da economia do país. 

Jornal do Commercio: Como a Glacial está enfrentando a atual situação econômica do país?

Lane Lima: O grande entrave para qualquer empresário, em qualquer segmento, são os altos impostos. Precisamos nos desdobrar para pagar encargos, contas e funcionários. Estamos aguardando, ansiosos, a reforma tributária do Governo Federal. O segmento de sorvetes está sempre aquecido, mas sentimos a crise pós 2015. As lojas ficavam com poucos clientes nos finais de semana, sempre lotados. Mas já está voltando ao normal.

JC: O que diria para alguém que quer entrar no segmento de sorvetes?

LL: Nos procure. Nós temos um setor que ajuda quem está começando, mostrando o que fazer e como fazer. Quais os sabores mais vendáveis, como deve ser a loja, como deve agir. Nada de entregar a loja para um gerente. O dono deve estar lá, todo o tempo, como é na Glacial até hoje com o seu Antonio, a dona Palmira, e o Antonio Loio. Ah, e ainda cedemos um freezer.

JC: Planos futuros da Glacial.

LL: Hoje temos onze lojas próprias, além de dezenas de revendedores em Manaus e no interior. A mais recente loja foi inaugurada há dois meses, na av. do Turismo. É a maior sorveteria de Manaus e uma das maiores do Norte. No Dia das Crianças contabilizamos mais de 30 mil pessoas circulando nessa nova loja. Somos um espaço para a família se divertir e passar momentos deliciosos, e assim continuaremos.


Guia Rápido

Nome: Sorveteria Glacial

Fundação: Década de 1960

Segmento: Sorvetes

Sede: Av. Major Gabriel, 2000 – Praça 14 de Jabeiro   

Site: www.glacial.com.br

Telefone: 3233-7871              

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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