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Sobram vagas no segmento de alimentação fora do lar

À medida que, o setor de bares e restaurantes vem aumentando em 2022, em faturamento, na outra ponta há dificuldades na contratação de funcionários para este mercado. As oportunidades representam um percentual entre 10% a 12% maior, mas o segmento se depara com a falta de mão de obra qualificada para ocupar os postos. Os dados são do Sindechrsam (Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro, Bares, Restaurantes e Similares do Amazonas). 

Os estabelecimentos de alimentação responderam por 90% das vagas preenchidas nos últimos 12 meses. Para a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o indicativo representa uma evolução de 29,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Informações do jornal Gazeta do Povo, embora tenha sido um dos responsáveis pela queda na quantidade de pessoas desempregadas no Brasil, o setor de bares e restaurantes ainda encontra dificuldades em preencher as vagas em aberto.

O que reforça a informação do presidente do Sindechrsam, Gerson Almeida, ao detalhar a necessidade demandada pelo segmento em relação ao mercado de trabalho. “O setor melhorou substancialmente o que requer a demanda por novas contratações. Existem vagas para auxiliar de cozinha, garçom, maître, supervisor de alimentos e bebidas, porém, há falta de candidatos qualificados. O que tem sido uma grande dificuldade para as empresas”. 

Ele afirma que esse é um dos fatores que tem impossibilitado o ajuste nos quadros de empregados e quando encontra esses profissionais, muitos se recusam a aceitar em razão do salário. “As empresas estão oferecendo um salário muito baixo e o profissional acaba não aceitando e com isso tem a oportunidade de verificar melhores ofertas para se alocar no mercado”.  Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel-AM, complementou que o setor tem sido um dos que mais faz contratações, “sofremos muito durante as restrições impostas na pandemia e agora estamos recuperando parte do movimento com a retomada do mercado”.

Levantamento  mais recente da série Covid-19, divulgada em maio, pela realizada pela ANR (Associação Nacional de Restaurantes), pela consultoria Galunion, especializada no mercado food service, e pelo IFB (Instituto Foodservice Brasil), imprime muito bem essa realidade. A pesquisa ouviu 817 empresas de todo o País, que representam cerca de 14 mil estabelecimentos. Entre os dados divulgados, o levantamento aponta que 72% dos bares e restaurantes ouvidos encontram algum tipo de dificuldade na contratação de funcionários para atuar no setor em questão. Entre os principais desafios, 73% dos respondentes revelaram que há falta de candidatos qualificados, 44% notaram a falta de candidatos interessados por tais vagas, 34% dos candidatos escolhidos acabam não aceitando devido ao horário de trabalho oferecido, e 26% dos candidatos não aceitam por conta do salário oferecido.

Para explorar melhor esta questão, a pesquisa comparou o quadro de funcionários dos estabelecimentos, tendo como base informações de fevereiro de 2022 e do mesmo período pré-início da pandemia, ou seja, fevereiro de 2019. Dessa forma, 43% dos negócios continuam com um quadro igual antes da pandemia, enquanto 37% estão com um quadro inferior e 20% com um quadro superior a pré-pandemia. Levando em consideração os 37% que estão com menos funcionários, o estudo listou os potenciais motivos. Entre os fatores, 38% são por conta de vendas menores e um ajuste no quadro devido a isso, 33% efetuaram uma revisão geral das atividades e da escala de pessoal, e 12% afirmaram que o uso de tecnologia no momento do pedido do consumidor demanda menos colaboradores na operação.

“As soluções tecnológicas em bares e restaurantes vem crescendo a cada ano, principalmente em marcas que investem constantemente em inovação para melhorar a operação, o atendimento ao consumidor, a entrega do produto ou refeição e a experiência em toda a jornada de compra. Vimos que os entrevistados pretendem investir em aplicativos, ferramentas, softwares, hardwares e sistemas nos próximos dois anos. Entre os mais citados, destacamos que 67% querem soluções para o relacionamento com o cliente, 61% para a gestão do negócio no ponto de venda, 58% para a otimização de compras e abastecimento, 46% para integrar múltiplos canais de vendas, sejam próprios ou de terceiros, 34% para gestão e produtividade pessoal e 25% para monitoramento da concorrência e otimização da oferta e menu”, revela a CEO da Galunion, Simone Galante.

Cenário atual

Para o empresário do setor Júnior Lima, após a pandemia muitos segmentos abriram oportunidades, mas todas as propostas estão aquém do patamar pré-pandemia. “O nosso setor de alimentação ainda enfrenta muitos desafios. Hoje, estamos com uma inflação muito alta. O nosso fôlego vem do cliente que voltou a frequentar os salões, não na mesma proporção, mas estamos caminhando para isso. Por aqui, não tivemos problemas de recusa nas ofertas de trabalho, mas se tivesse, a gente entenderia”, afirmou o empresário que contratou dois novos funcionários para o estabelecimento.

O diretor executivo da ANR, Fernando Blower, reiterou que o setor ainda sofre as consequências da pandemia, com praticamente metade das empresas ainda endividadas, o que certamente afeta o crescimento. “Também tem sido muito difícil planejar em cenário de alta generalizada dos preços, que impacta diretamente nossos custos, de aluguéis a produtos”. 

A pesquisa revelou que 51% dos entrevistados afirmaram que o cliente voltou a frequentar estabelecimentos e consumir no mesmo nível que antes da pandemia,  enquanto 49% afirmaram que não.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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